Autuori: 'Precisamos de muita força mental e, mais importante, nunca desistir do jogo'

Faltaram palavras para o técnico Paulo Autuori definir o que aconteceu no time após sofrer o primeiro gol do São Paulo, no Morumbi. Uma das palavras que escolheu para ilustrar os 15 minutos em que o time levou quatro gols na última quarta-feira foi "descalabro" - no dicionário, descalabro é um fato que ocasiona grande dano, uma derrocada, uma desgraça. Para a partida contra o Vitória, um adversário sempre complicado para os vascaínos no estádio Barradão - nunca venceram 10 jogos -, o treinador pediu mudança de atitude dos jogadores dentro de campo.

Desde que chegou a São Januário, Autuori bate na expressão "força mental" para o time. Disse que queria a chegada de jogadores com personalidade e que pudessem aguentar a pressão de jogar num time grande que passa por situação complicada. O treinador lembrou do jogo contra o Botafogo, no segundo turno do Carioca, como exemplo de partida em que a equipe desmoronou após sofrer o primeiro gol. Caso semelhante ao que aconteceu no Morumbi.

- Contra o Botafogo, fizemos um primeiro tempo bastante razoável, mas depois do primeiro gol, levamos mais dois em pouquíssimo tempo, como aconteceu contra o São Paulo - disse o treinador, que conversou bastante com o grupo na véspera do jogo.

- Tivemos uma conversa interessante, mas é a mesma desde que chegamos. E não podemos ficar só na conversa. Precisamos de muita força mental e, mais importante, nunca desistir do jogo. Tenho certeza de que os jogadores vão dar essa demonstração de força contra o Vitória - disse o treinador do Vasco.

Autuori ainda usou uma analogia para elogiar o primeiro tempo do Vasco contra o São Paulo, que chegou a ser superior aos paulistas durante a primeira etapa.

- Saí do primeiro tempo muito tranquilo com o que fizemos. Disse isso a eles no intervalo. Agora, levar gol do São Paulo no Morumbi é normal. Não pode levar um gol e desistir do jogo. Quero postura. Mas também não se pode jogar tudo de bom que fizemos antes fora. Não adianta pegar o bebê que está todo sujo de barro, deixar a água escorrer pelo ralo e jogar o bebê junto. Tem só é que limpar o bebê - afirmou o treinador do Vasco.