Confira entrevista com Almir Santos, coordenador de captação da base do Vasco

Quarta-feira, 29/05/2013 - 12:39

Clóvis de Oliveira, atual coordenador geral de captação do Vasco, vem sendo o responsável pela observação e indicação de jogadores para o time profissional. Embora tenha participado ativamente das contratações de Fábio Lima e Eron, que chegaram para reforçar o elenco de juniores, o profissional não costuma atuar com frequência nas categorias de base.

Até mesmo por conta disso, o Gigante da Colina nomeou faz algum tempo outro profissional bastante competente para atuar nesse setor no departamento de futebol amador. Trata-se de Almir Santos, ex-goleiro que exerce a função de coordenador de captação das categorias de base. É ele o responsável por observar atletas em todo o Brasil e descobrir talentos para o cruzmaltino.

Na última quarta-feira (22/05), o profissional participou do programa "Só dá Base", do grupo Só dá Vasco, e falou um pouco sobre sua função dentro do clube de São Januário. Almir detalhou o processo de captação de atleta, revelou o que o Vasco procura num jovem jogador e afirmou que o fato do clube hoje possuir um Centro de Treinamento de referência ajuda na hora da contratação de uma promessa.

Confira a transcrição da entrevista:

Apresente-se para a torcida vascaína: Quem é o Almir Santos? Como te sido sua trajetória no futebol até agora?

"Meu nome é Almir Santos e eu fui goleiro da Portuguesa durante dez anos. Quando parei de jogar foi que comecei a ser observador técnico, a fazer avaliações e trazer jogadores para as equipes do Rio de Janeiro. Eu trabalhei no Campo Grande durante dez anos fazendo essa função. Houve um convite para que eu fosse trabalhar no Vasco e eu aceite. Fui convidado pelo presidente Roberto Dinamite para fazer a função de observador técnico pelo fato de ter uma boa impressão nesse quesito. Hoje sou coordenador e conto com a ajuda da diretoria. Cito aqui o senhor Manoel Pereira, que sempre me deu forças. Cheguei para fazer esse trabalho no Gigante da Colina".

O senhor é o coordenador da área de captação da base vascaína. Qual a função desse departamento e quais pessoas te ajudam nesse trabalho?

"O nosso setor tem eu, que sou o Coordenador, o Tiago, que trabalho comigo, e tem o Mário Reigota, que é o gerente de área técnica e dá todo apoio para a gente sair em busca de atletas. O Clóvis é uma pessoa excepcional, aprendi muita coisa com ele. Estamos aqui nesse departamento batalhando e buscando trazer bons atletas para o Vasco. Estive há pouco tempo no Maranhão e encontrei um volante de muita qualidade num torneio lá. Já estou agilizando para trazê-lo para o Vasco. Ele vai treinar durante quinze dias conosco para ver se adapta ao trabalho".

Quando o senhor viaja é para observar jogadores para uma categoria específica ou para todas?

"A gente observa jogadoras para todas as categorias, do mirim ao juniores. Os núcleos oficiais são importantes. Nós fizemos uma avaliação agora em Sergipe e conseguimos trazer dois jogadores de excelente qualidade. É um jogador 98 e um jogador 2000. São bons jogadores. As avaliações que a gente faz é sempre do mirim ao juniores. Buscamos sempre jogadores com qualidade".

O que o senhor observa no momento que vai assistir a partida de um determinado jogador?

"Na posição de goleiro a gente observa o perfil e o porto do atleta. Observamos se o atleta é alto, se tem agilidade, jogo de cintura debaixo do pau e se sabe sair do gol. Nos laterais a gente vê a qualidade técnica. Sabemos que hoje no Brasil estamos carentes de laterais. Temos que observar com bastante carinho essa posição para ver se a gente consegue trazer para o Vasco jogadores de qualidade. No geral observamos a parte técnica e o perfil do atleta. Uma coisa que você precisa reparar na avaliação é a parte técnica, ela vem primeiro lugar. Depois iremos analisar o perfil. Se tiver qualidade técnica e perfil que agrada, ele jogará no Vasco".

Como fica a divisão dos direitos econômicos dos atletas que o senhor trás para o Vasco?

"Os atletas que eu observo eu trago para o Vasco, pois eu trabalho para o Vasco. Quando tem alguém que toma conta do garoto eu trago junto e entrego a situação nas mãos do Mauro Galvão. É ele que define essa questão de porcentagem. Não sei como funciona. A minha função é observar os atletas, vê se tem qualidade e trazê-los para o Vasco. Eu não sei muito sobre essa parte de parceria. Isso não cabe a mim, pois não é minha área. Eu entrego nas mãos do Mauro Galvão e do seu Manoel, que é o nosso diretor".

Vamos supor que o senhor observou um jogador em Alagoas e esse chamou bastante sua atenção. O que o senhor fará para trazer esse jogador para o Rio de Janeiro?

"Posso dar um exemplo do Igor, jogador que observamos em Sergipe. O que fazemos? Primeiramente procuramos os pais e passamos para eles a situação e como funciona o nosso centro de treinamento. O menino paga a passagem para vir, mas quando chega aqui ele vai treinar com o grupo e só for aprovado o Vasco devolverá o dinheiro que ele gastou, tando da passagem, quanto da hospedagem e alimentação. É assim que funciona. Primeiramente é uma conversa com os pais, até porque precisamos da autorização deles para que o garoto possa vir".

Sabemos que em alguns momentos da temporadas várias categorias do Vasco disputam torneios ao mesmo tempo. Como fazer para avaliar todas as competições? Os coordenadores e membros da comissão técnica das categorias te ajudam?

"Os coordenadores e membros da comissão técnica ajudam muito. Quando eu não posso ir, vai o Tiago ou encarregamos um dos auxiliares para observar atletas de outras equipes. Aqui trabalhamos em conjunto e definimos tudo em conjunto. É bastante válida essa ajuda. Sempre falo para eles observarem para a gente e tem dado certo. Trouxemos agora o Renato Kayser, que está aqui conosco e foi artilheiro da Copa Rio. Ele veio graças ao olhar do Serginho, auxiliar-técnico, e da observação do Cássio, técnico do juvenil".

Então podemos dizer que vocês conversam com frequência? Eles chegam a passar para você quais posições necessitam ser reforçadas?

"Sempre que acabam os treinamentos a gente se reúne e eles passam para a mim qual posição eles mais precisam de jogadores. Eu procuro atendê-los. Vou atrás até encontrar esses jogadores".

Qual a importância dos núcleos oficiais do Vasco nesse processo de captação de atletas?

"Eu queria parabenizar a Cida Cazote, que é responsável pelos núcleos. Eu estou muito feliz porque a cada dia e a cada mês que passam estão abrindo mais núcleos do Vasco no Brasil. Eu estou sempre junto acompanhando e fazendo avaliações nesses núcleos. O João Victor veio de Sergipe, mas tem outros que estão aqui e vieram de outras cidades, como de Volta Redonda, por exemplo. Eu estou sempre acompanhando, pois acho importante essa ligação com os núcleos. Um dia você vai puxar um que vai chegar no profissional. Acho muito legal esse trabalho. Ele está muito bonito".

Recentemente o Mário Reigota, Gerente da Área Técnica do Vasco, afirmou que o Centro de Treinamento de Itaguaí é o melhor do Rio de Janeiro. O senhor concorda com ele? O fato do clube hoje ter boas condições de trabalho ajuda na hora da captação de um jogador?

"Hoje o nosso centro de treinamento é referência. Quando eu passo e mostro as condições do CT para os pais, eles ficam loucos. Eles falam que nunca viram nenhum igual. Hoje na minha opinião o nosso CT é o melhor que existe no Rio de Janeiro. Temos campos para trabalhar, sala de musculação e tudo que é necessário".

Com informações do Programa "Só dá Base/Só Dá Vasco".

Almir Santos, coordenador de captação da base do Vasco


Fonte: Blog Meninos da Colina - Supervasco