Pré-Mirim: Confira entrevista com o coordenador Wilson Varella

Terça-feira, 21/05/2013 - 11:13

O pré-mirim é a primeira categoria que um garoto passa no futebol de campo no Brasil. É nela que o jovem passará a se ambientar com o novo piso e aprenderá formas de colocar em prática tudo que aprendeu no futebol de salão. A atual geração sub-11 do Vasco é considerada uma das melhores do país. Recentemente, os meninos que possuem idade para atuar nessa categoria disputaram o Mundialito de Clubes de Futebol de 7 em Portugal e terminaram na quinta colocação.

Um dos responsáveis pela gestão do pré-mirim cruzmaltino participou na última semana do Programa Só dá Base, do grupo Só dá Vasco, e falou um pouco sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido nessa categoria, que possui um papel fundamental dentro de um clube de futebol. O entrevistado foi Wilson Varella, coordenador do sub-11.

O profissional, que vive o ambiente cruzmaltino desde 2000, também frisou a importância do futsal para o desenvolvimento dos jovens jogadores. De acordo com ele, o futebol de salão é a porta de entrada para o futebol de campo.

Confira uma entrevista exclusiva com Wilson Varella, coordenador do Pré-Mirim:

Como foi sua trajetória no Vasco até agora? Como é trabalho no clube?

"Eu tenho um prazer grande de trabalhar no Vasco, pois eu levo a cruz de malta no meu peito desde que eu nasci. É uma satisfação imensa trabalhar no clube do coração. Isso não tem preço, pois estou podendo ajudar o futebol do Vasco. Eu cheguei no clube em 2000 com meu filho jogando futsal. Em 2004 ele saiu, jogou dois anos no Fluminense, mas retornou algum tempo depois. Eu comecei trabalhando como auxiliar da supervisão no Futsal. Trabalhei no Futsal até 2011, quando meu nome foi levado para assumir a coordenação no futebol de campo. Em 2010 eu já tinha ido a Portugal com o grupo disputar o Mundialito. Trabalhei em algumas situações no campo antes de passar a trabalhar lá definitivamente. Estou desde 2011 na frente da direção do sub-11 do Vasco".

Por qual motivo é aconselhável para um jovem iniciar sua carreira no Futsal e só depois migrar para o futebol de campo?

"Como futebol hoje começa com cinco ou seis anos, nessa idade a gente trabalha a parte lúdica e a coordenação motora. Com nove anos a criança já é diferenciada de um atleta normal de nove anos que costuma jogar bola na frente da sua casa, na sua rua. Ele já fugiu da rotina de criança normal, pois ele passa a ter um rotina de jogos e treinamento. Foi o que falei para o meu grupo em Portugal no jogo contra o Porto. Eu disse que a partida era como um clássico contra o Flamengo, o Botafogo ou o Fluminense. Pedi para eles fazerem o melhor, pois só mudava a camisa. Essas crianças já vem com uma bagagem muito grande. O Futsal proporciona para uma criança de sete anos um clássico contra Flamengo, Botafogo ou Fluminense. Os grandes clássicos que todo mundo quer jogar essas crianças começam jogar ainda muito cedo, com nove anos. Essa que é a importância da transição para o campo com nove anos. É ela que nos faz preparar os meninos para a Rio Bonito e o Mundialito de Portugal. O pré-mirim é a primeira categoria do campo e por isso temos essa relação próxima com o Futsal. A porta de entrada para o futebol de campo é o Futsal".

É comum ver atletas das categorias pré-mirim e mirim disputando competições na quadra e no campo. Como fazer para não sobrecarregar esses atletas?

"No pré-mirim e no mirim ainda temos um grande número de atletas que jogam nas duas modalidades. O que a gente tem feito? Temos diversificado os dias de treinamento. Dias que o 2002 treina no salão, ele não vem treinar no campo. Isso serve para dar uma melhor condição para esses atletas".

A equipe pré-mirim disputou recentemente o Mundialito de Clubes em Portugal e terminou entre os oito melhores. Como o senhor avalia essa participação?

"A nossa participação no Mundialito foi muito proveitosa. Nós jogamos contra adversários fortes e contra o clima. Nós pegamos situações de jogo em Portugal com cinco graus, três graus, e com a sensação térmica de menos um ou menos dois. Um dos grandes adversários nossos era o clima. Na primeira fase nós terminamos em segundo lugar e nas oitavas de finais nós eliminamos o Porto. Ganhamos por 2 a 1 e ganhamos o direito de enfrentar o Barcelona. Perdemos para eles nas quartas de finais. Eles acabaram conquistando a competição. Nós terminamos em quinto lugar. Num total de 56 clubes, podemos dizer que a nossa participação foi muito proveitosa".

E o que acrescentou para o senhor como profissional essa experiência na Europa? O que o senhor poderia destacar dessa excursão vascaína?

"A competição é de grande valia porque os grandes clubes da Europa participam dela. Tanto para as crianças, quanto para nós profissionais, ela foi de grande valia. Tivemos contato com o pessoal do Porto e fizemos um intercâmbio. Essa coisa de poder buscar informações nas escolas europeias é muito bom. Eu percebi que o futebol brasileiro possui a característica de conduzir a bola e a escola européia trabalha de outra forma. Eles conseguem movimentar todo o time num sistema de rodízio. Para a gente é uma situação diferente, pois a nossa fonte de captação é o futsal. As crianças começam no futsal com cinco ou seis anos de idade. Quando eles completam nove anos, eles começam a fazer a transição do salão para o campo. As crianças vem de uma quadra e pula diretamente para o futebol de onze. Isso não acontece na Europa, pois eles começam trabalhando com o futebol de 5, com o futebol de 7 e só aos treze anos eles começam a ir para o futebol de onze. É por isso que há uma diferença muito grande entre o nosso futebol e futebol europeu no que diz respeito ao futebol de base. Na verdade nós fomos lá para aprender essa didática. É de grande valia essa competição".

Vocês estrearam com uma vitória de 4 a 0 sobre a Portuguesa na Copa Rio Bonito. Na sequência os adversários serão o Itaboraí e o Madureira. Você já observaram essas duas equipes?

"A gente não teve a oportunidade de ver os nossos adversários jogando. Como é a primeira categoria do campo, é muito difícil você ver os adversários jogando. A não ser dentro da própria competição. O Fernando China, nosso treinador, esteve em Rio Bonito olhando as equipes que fazem parte do grupo A e do grupo B. O Grupo A tem o Fluminense e o B tem o Botafogo. Ele foi lá dá uma olhadinha nos nossos próximos adversários. Duelaríamos com eles na segunda fase. O grupo C, que é o do Vasco, enfrentará equipes que estão no grupo A".

Deixe uma mensagem para a torcida.

"Gostaria de convidar a todos para acompanhar os jogos do Vasco no Rio Bonito Atlético Clube. A gente conta com o apoio de todos. Gostaria de agradecer a todos pela oportunidade dada para o pré-mirim. Antes a gente não tinha nenhum canal. Parabéns pelo trabalho. Continuem buscando elevar a nossa categoria e as demais. Esse trabalho é maravilhoso e tem ajudado a elevar o trabalho realizado no Vasco da Gama".

Wilson Varella, coordenador do Pré-Mirim do Vasco


Com informações do Programa Só dá Base/Só Dá Vasco.

Fonte: Blog do Carlos Gregório Jr - Supervasco