Gaúcho lembra títulos na base e vai falar com Dinamite sobre futuro

Nem mesmo Gaúcho sabe precisar quantas passagens teve pelo Vasco ou por quantos jogos comandou o time nas diversas vezes em que foi solicitado para apagar o incêndio em meio a uma troca de treinador. Mas aparenentemente chegou a hora de se despedir. De novo. Seguindo a barca que vem zarpando de São Januário, o auxiliar anunciou que terá uma conversa com o presidente Roberto Dinamite para definir o que fará. Mas a tendência é tentar retomar sua carreira de técnico.

Interino na noite desta quarta-feira, na vitória sobre o Palmeiras (assista aos gols acima), que devolveu uma relativa tranquilidade ao clube após os 4 a 0 sofridos para o Bahia, Gaúcho tem visto um grupo de profissonais com os quais formou parceria em 2008 ser demitido nas categorias de base. O coordenador Humberto Rocha e o técnico dos juniores Galdino são dois deles. Além disso, o treinador Cristóvão Borges e o vice de futebol, José Hamilton Mandarino, entregaram seus cargos no início desta turbulenta semana na Colina.

- Confesso que não é fácil ter sido técnico a vida toda e virar auxiliar agora. Tenho uma dívida com o Vasco, por tudo o que foi feito por mim, desde jogador, e estou tentando pagar. Tem que ter tranquilidade para saber ser auxiliar, porque eu sempre decidi. Tem que ter amizade e lealdade também, e isso existe com o presidente. Vou ter uma conversa com o presidente para ver o que é melhor para todos. Acho que minha missão acabou - comentou.

Após ter vestido a camisa cruz-maltina durante 13 anos, entre as décadas de 60 e 80, e servido o clube no início da década de 90 em busca de revelar talentos, Gaúcho retornou em 2008 - depois de rodar por clubes pequenos do Rio, de outras parted do país e até por Argélia e Arábia Saudita - a pedido de Dinamite para oferecer sua experiência à garotada. Aos 59 anos, assegura que está recebendo propostas e pretende tocar sua vida.

Gaúcho deve sair no momento em que grande parte do grupo que chegou ao Vasco em 2008 para trabalhar na base deu adeus, por uma reformulação no setor. Ele voltará a ser o segundo auxiliar com a chegada de Marcelo Oliveira

- Vivi intensamente o que fizemos na base. Não havia um trabalho legal, e o presidente me chamou para arrumar tudo. O Vasco estava há um tempo sem ganhar OPG nem estadual de juniores. Conseguimos os títulos (2009 e 2010, respectivamente). Mas todo profissional recebe telefonemas. O coração falava mais alto, me acostumei a estar no Vasco e dizia não. Estou com quase 60 anos, estou sendo um pouco prejudicado, minha carreira está parada - ponderou.

Com a chegada de Marcelo Oliveira, ex-Coritiba, uma nova comissão técnica está sendo formada. O auxiliar Tico também foi contratado e reduzirá o espaço de Gaúcho, que vinha sendo o braço direito de Cristóvão Borges, outrora um assistente de Ricardo Gomes. O ex-zagueiro Jorge Luiz é outro que compõe a equipe. Mas, a princípío, não vai sair.

O Vasco está em quarto lugar no Campeonato Brasileiro, com 42 pontos, se sustenta no G-4 pela 49ª rodada consecutiva e vai enfrentar o Cruzeiro, domingo, em Varginha.