Cruzeiro sofre punição, perde 6 mandos de campo e não poderá enfrentar Vasco em Belo Horizonte

Quinta-feira, 06/09/2012 - 05:55

As confusões do clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, pela 19ª rodada do Brasileiro, custaram caro para o time celeste. O Cruzeiro foi punido pelo STJD com perda de seis mandos de campo e multa de R$ 64 mil por infração ao artigo 213 do CBJD, que fala em “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: desordens em sua praça de desporto; lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”.

Dois auditores do STJD tinham votado pela perda de quatro mandos de campo e multa de R$ 40 mil, mas mudaram seus votos depois do parecer do presidente da Terceira Comissão Disciplinar, Fabrício Dazzi.

Com a decisão judicial, o clube estrelado terá de mandar as partidas a pelo menos 100 km de Belo Horizonte. A pena será válida para os duelos contra Vasco (16/09), Internacional (30/09), Portuguesa (14/10), Corinthians (21/10), Santos (04/11) e Bahia (11/11). O clube só voltará a jogar na capital mineira na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, contra o Coritiba.

Responsável pela defesa do Cruzeiro, o advogado Sérgio Rodrigues alegou que 49 ingressos foram roubados por torcedores do Atlético-MG antes da partida, conforme boletim de ocorrência apresentado. Também apresentou fotos e relatos de atleticanos em redes sociais informando que estavam no estádio infiltrados na torcida do Cruzeiro, demonstrando que os espectadores no Independência não eram em sua totalidade cruzeirenses. A defesa também alegou que o clube tomou todas as medidas necessárias para prevenir e coibir desordem em sua praça de desporto, por isso não poderia ser condenado por “deixar de prevenir ou reprimir”.

Durante a sessão, os objetos arremessados no campo e recolhidos pela polícia foram apresentados aos envolvidos.

Dirigentes

Os três dirigentes do Cruzeiro acusados de ofender o árbitro Nielson Nogueira Dias - o diretor de futebol Alexandre Mattos, o gerente de futebol Valdir Barbosa, e o assessor de imprensa Guilherme Mendes - receberam suspensão unânime por 30 dias. O segundo não compareceu à sessão devido ao falecimento de sua mãe, nesta terça-feira.

Durante seu depoimento, o diretor de futebol Alexandre Mattos explicou porque invadiu o campo para falar com o árbitro da partida.

- Fui até o Nielson e, com educação, disse que os jogadores estavam reclamando pelo número de cartões aplicados ao Cruzeiro na etapa inicial.

Em seguida, foi a vez de o assessor de imprensa Guilherme Mendes dar seu depoimento. Ele negou que teria invadido o local destinado à arbitragem, ao término do primeiro tempo, e que, depois de interpelar o juiz, teria sido contido pela Polícia Militar, como consta na súmula da partida.

- No intervalo eu havia descido para fazer o atendimento à imprensa. Eu estava neste ponto quando o Valdir chegou e, em seguida, se dirigiu ao Nielson: "Você não pode cometer os mesmos erros que cometeu em Uberlândia. Você está nos prejudicando." Em seguida, o árbitro pediu aos policiais presentes que dessem voz de prisão ao Valdir. Em nenhum momento houve tentativa de agressão. Não é verdade que a polícia veio na tentativa de nos conter.

Os mesmos erros a que Guilherme Mendes se referiu foram na partida entre Cruzeiro e São Paulo, disputada em 2010 em Uberlândia. Na ocasião, o árbitro errou ao marcar pênalti em Ricardo Oliveira numa jogada fora da área.

O GLOBOESPORTE.COM entrou em contato com Valdir Barbosa. Ele não quis falar sobre a punição de 30 dias, mas adiantou quais são os estádios favoritos da direção para que o clube cumpra a punição.

- Não quero falar sobre minha punição. Com relação aos locais onde mandaremos os jogos, Ipatinga e Varginha são os favoritos, mas ainda não nos decidimos, limitou-se a dizer.

Com isso, a tendência é de que os jogos do Cruzeiro sejam disputados no Estádio Melão, em Varginha, já que o Ipatingão, no Vale do Aço, não tem a capacidade mínima de 15 mil torcedores exigidas pelo regulamento da CBF.

Fonte: GloboEsporte.com