Em nota, Casaca faz balanço da situação do Vasco após saída de Romulo

Sexta-feira, 29/06/2012 - 09:03

O Vasco pode sim!

Primeiro foram embora, de graça, Ramon e Anderson Martins. Terminamos o Campeonato Brasileiro do ano passado com um lateral improvisado (Jumar) que também saiu.

Após o fim do Brasileirão zarpou Elton, em seguida o clube gastou 3,5 milhões com Bernardo, para logo depois vê-lo ir embora por pendências do próprio Vasco com o atleta.

Veio, então, Abelairas, que já rescindiu, Feltri e Rodolfo, que ainda não convenceram e têm contratos longos, perdeu-se Allan e foi fechada a compra (com adiantamentos da Globo) de Eder Luís e Fellipe Bastos. Gastou-se mais de dez milhões com aquisições, usou-se quase que na integralidade o dinheiro de cotas futuras para pagar salários e estes voltam a atrasar mais uma vez.

Segundo o Jornal Extra, os 30 milhões recebidos por cada clube carioca estica o contrato deles por mais mais dois anos e servem a título de luvas para os quatro. A receita dos 132 milhões deste ano teve mais esse plus.

A venda de Rômulo poderia ser evitada, mas não foi. Os dez milhões compensam os gastos com Bernardo, Eder Luís e Fellipe Bastos, mas não cobrem toda a despesa com remunerações e salários, além de dívidas contraídas, desde a aquisição de Carlos Alberto e Felipe, até aquela constituída entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro deste ano com Juninho.

O Casaca! já afirmara que o Vasco vive hoje de um time de futebol profissional. Inexiste como instituição séria e comprometida com seus sócios, funcionários, base, esportes olímpicos, patrimônio e premissas básicas de um clube centenário. O Vasco não se dá ao respeito e ninguém o respeita na hora da tomada de decisões. Não é ouvido e vive uma posição de absoluta dependência global.

Se a escolha da direção foi essa, ela tem que arcar com as óbvias exigências, diante de tudo isso.

O lugar que a mídia reservou para o Vasco no contexto global é de coadjuvante. Mas para nós quem escolhe e traça os destinos do Vasco é o próprio Vasco.

Há quatro anos, o hoje finalista da Libertadores, Corínthians, penta-campeão brasileiro, campeão da copa do Brasil e paulista neste período, disputava tão somente a segunda divisão (posto lá com participação fundamental do Vasco); o Flamengo que vivia um jejum de 16 anos sem conquistar um Campeonato Brasileiro, obteve novamente o título, foi tri e depois invicto campeão carioca até este ano; o Fluminense não ganhava a principal competição nacional há 26 anos, até conquistá-la em 2010, recuperando o título estadual em 2012, o mesmo ganho pelo Botafogo (que repetira o Vasco em 2003 conquistando Taça GB e Rio), enquanto nosso clube, que nem turno ganhou no estadual, que caiu para a segunda divisão e deixou escapar o título brasileiro no ano passado – vendo-o fugir entre os dedos por ações extra-campo ou inações da sua diretoria – se contenta com uma Copa do Brasil, diante de Avaís, ABCs e Coritibas?

O título ganho em 2011 serviu talvez para arrefecer minimamente o maior vexame da história vascaína, a segundona proporcionada por Roberto e sua turma, para tirar o grito de campeão intalado nos torcedores por sete anos e meio (40% no período da atual gestão), mas não serve à torcida como um “cala a boca” que justifique uma série de quases, oriundos de canetas, arbitragens ou inépcia nos bastidores.

É hora de todos nos conscientizarmos de que o título brasileiro deste ano tem tudo para seguir o rumo de São Januário. A manutenção do restante deste elenco atual, mais novas aquisições devem ser respaldadas pela fantástica receita que o balanço do Vasco prevê, a qual foi amplamente exposta em toda a mídia.

Nada foi comprovado quanto ao Vasco estar pagando mui relevantes dívidas de um passado distante a não ser o valor referente à parcela do acordo feito com o Tribunal Regional do Trabalho e que já engloba hoje execuções do período de Roberto Dinamite à frente do clube, mais acordos antes honrados pelo Vasco, independentemente das receitas de outrora.

Por outro lado, comprovado foi não ter o clube hoje qualquer preocupação quanto ao recolhimento de impostos, bem como com o cuidar de sua base, investir nela ou em esportes olímpicos. A despesa é, em síntese, feita em cima do time de futebol profissional.

Diante disso, dizemos não a novas vendas, sim aos clássicos em São Januário e nunca mais à perda de títulos nos bastidores. Saída de atletas em meio à competição, arbitragens inaceitáveis continuadas e a postura letárgica da direção em defesa do clube não podem se repetir ou impedir a conquista do Campeonato Brasileiro deste ano pelo Vasco.

Casaca!


Fonte: Casaca