Nelson Rocha, sobre reforma de São Januário: 'Não dá mais para adiar'

Sexta-feira, 15/06/2012 - 18:02

Dois anos depois de ser confirmado como sede do rúgbi nas Olimpíadas de 2016, o estádio de São Januário começa a ganhar um projeto para sua reforma, que deve durar cerca de três anos. O Vasco montou uma equipe há alguns meses e já contratou uma empresa para entregar um projeto arquitetônico de como ficaria a nova arena, que teria a capacidade ampliada para até 45 mil lugares. A diretoria cruz-maltina pretende promover uma licitação em outubro, para que as obras comecem tão logo o Maracanã seja liberado para o uso dos clubes cariocas, em 2013.

A ideia, porém, pode custar até R$ 900 milhões, segundo contas do próprio clube. Por isso, a diretoria, em dificuldades financeiras, se movimenta para encontrar investidores interessados em tocá-la. Pelo que pesquisou no mercado, espera-se que haja a formação de um consórcio para realizar o trabalho, utilizando os Jogos do Rio como atração principal e, claro, a oferta de explorar o palco com eventos e até mesmo o chamado naming rights (direito de batizar o estádio com o nome de uma empresa).

Antes mesmo de a gestão atual assumir, houve diversos projetos de reforma de São Januário, mas nenhum deles saiu do papel. A confiança num resultado diferente desta vez está na proximidade das Olimpíadas, que vão atrair para o Rio os olhares do mundo esportivo.

- Não dá mais para adiar. As receitas dos clubes vêm sendo otimizadas, com alternativas interessantes, além de cotas de TV e patrocínios, mas acabam batendo num teto. É impossível viabilizar sem parceiros. Quem pagar vai ter retorno. Há exemplos de sucesso em arenas pelo Brasil, como as do Corinthians e do Grêmio, que estão sendo terminadas. O Vasco tem a preferência e não quer que São Januário seja descaracterizado, até em sua fachada, que é preservada, mas vai se abrir para shows e outras atividades - afirmou o vice de finanças do clube, Nelson Rocha, que está à frente da empreitada e tem a seu lado o vice de patrimônio, Fred Lopes, e vascaínos ilustres e influentes, como o empresário Olavo Monteiro de Carvalho, o secretário municial de Conservação e Serviços Públicos (e ex-coordenador da candidatura do Rio-2016), Carlos Roberto Ozório, e o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, que se mexem politicamente pelas mudanças obrigatórias no entorno do local.

O clube ainda não sabe se o anel da arquibancada será fechado, um sonho antigo que depende do modelo apresentado pelo arquiteto português responsável. Mas exige que a área das sociais sejam mantidas. Além das mudanças internas, o bairro sofrerá alterações, com o alargamento de ruas e facilitação dos acessos, já que o estádio fica perto de vias expressas como a Linha Vermelha e a Avenida Brasil. Algumas casas e prédios que ficam ao redor serão desapropriadas, assim como acontece em obras de outras partes da cidade.

- Como está hoje, é impossível abrigar um estádio olímpico - garantiu Nelson Rocha.

Fonte: GloboEsporte.com