Tenorio e Abelairas vão conhecer calor carioca em Moça Bonita

Sábado, 03/03/2012 - 08:22

Um argentino e um equatoriano em Bangu jogando bola às 16h, em pleno verão carioca. Onde? Quando? Neste sábado, em Moça Bonita, na partida entre Vasco e Olaria, com transmissão em tempo real pelo LANCENET, Matías Abelairas e Carlos Tenório conhecerão, no forte calor da região, um pouco mais do que é disputar o Carioca.

Em outros países, algo similar aconteceu antes da década de 60 na Alemanha, com torneios regionais, e na década de 80, na Argentina, com os Campeonatos Metropolitanos, disputados pelas equipes da capital.

Tenório, que fez sua estreia na Taça Rio no empate em 2 a 2 com o Bonsucesso, ainda vê a competição como uma novidade, mas ao menos sabia de sua tradição por aqui em virtude da convivência com brasileiros:

– Já havia escutado sobre os estaduais porque trabalhei com jogadores e treinadores brasileiros. Sempre segui o futebol daqui. Acho que é uma competição muito boa, pois há chance de todos jogarem. É uma competição muito séria, que se você fizer as coisas bem, dá um reconhecimento muito bom.

Ao tomar conhecimento de que jogaria na região mais quente do Rio de Janeiro, o argentino Abelairas chegou a arregalar os olhos. Acostumado ao “friozinho” de Buenos Aires, o hermano ainda se adapta às temperaturas cariocas:

– Para mim é difícil, diferentemente do Tenório, que já está mais acostumado. Obviamente você sente a respiração, o cansaço, a perna... Em Buenos Aires não se joga com mais de 30 graus. Creio que amanhã (sábado) serão mais de 40 graus. Então, não vai ser fácil. Mas somos jogadores de futebol e estamos sujeitos a essas coisas. Temos de estar sempre bem preparados.

Enquanto aprendem o be-á-bá do Cariocão, ambos vão se adaptando ao Rio. Tenório já fala até gíria, e Abelairas melhorou sensivelmente seu português em comparação à pré-temporada. Já que ainda não estão afiados, vão dando jeito com o dialeto da bola. Quem quiser conferir, poderá saborear uma pitada do futebol latino neste sábado, em plena Zona Oeste.

Bate-Bola

Abelairas - Em entrevista exclusiva ao LANCE!, em São Januário


Qual tem sido sua impressão do Campeonato Carioca até agora?

Há equipes que não são grandes, mas que correm muito e tornam a partida difícil. Então, tem de estar sempre preparado porque há a motivação de enfrentar o Vasco, que é uma equipe grande e se prepara de maneira distinta.

Você e Tenório têm andado juntos fora dos treinos no Vasco?

O Carlos (Tenório) tem sua família, tem filhos. Então, aproveita mais o tempo com eles. Nós nos vemos todos os dias, viemos aos treinos todos os dias. Creio que já nos vemos bastante (risos). Eu curto com a minha família, cada um para o seu lado (risos).

E como vem sendo morar no Rio de Janeiro?

Estou aqui com meus pais, que estão me ajudando na adaptação. Estou muito contente, a cidade é muito linda. Porém, como jogador de futebol, ainda não tive muito tempo de sair.

Preparado para o calor?

Para mim é difícil, diferentemente do Tenório, que já está mais acostumado com o calor. Mas tenho que estar bem preparado fisicamente.

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Tenório - Em entrevista exclusiva ao LANCE!, em São Januário


Você sabia que jogará na região mais quente do Rio de Janeiro?

Sabendo ou não, temos bem claro que vamos jogar futebol. Eu não tenho muito problema porque joguei a maior parte da minha carreira em países mais quentes. A cidade na qual nasci também é muito quente. Não temos muito o que nos preocupar, pois creio que o calor não vai nos afetar. Com calor ou sem calor, a partida será jogada.

Ansioso em marcar seu primeiro gol (já atuou em dois jogos)?

Penso que para um jogador que ocupa a minha posição, fazer gols é sempre importante. Mas não ajuda marcar gols e sua equipe perder. O que melhor pode acontecer é fazer gols e a equipe ganhar, e é difícil eu marcar gols e a equipe perder. Ser goleador ou não é coisa pessoal e pensar assim é pensar completamente sozinho. Aqui se pensa em grupo. Penso primeiro em me “acoplar” ao funcionamento da equipe.

E o que vem achando do grupo?

A melhor coisa que há na equipe é esse ambiente. No primeiro dia que chegamos aqui a recepção de todos foi muito tranquila. Nos passa confiança saber que você está integrado a um grupo que está aí para apoiar.

Fonte: Lancenet