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Dinamite diz que Rodrigo Caetano tinha autonomia em relação à base


Quarta-feira, 28/12/2011 - 12:59

Em entrevista ao programa de rário “Só Dá Vasco”, O presidente do Vasco Roberto Dinamite diz que Rodrigo Caetano também mandava na base e promete melhorias em 2012:

"Até aproveitando a oportunidade para falar que muito se questionou... Nem se questionou, mas muito se falou, com relação à base, e dizer até em alguns momentos que o Rodrigo não tinha autonomia, com relação à base. Tinha, sim, porque todos os contratos da base, todos os garotos da base, os contratos passavam por ele. Ele tinha gerência e ingerência, sim, dentro desse trabalho. Mas muito se falou também porque alguns interesses de pessoas dentro desse processo. Mas dizer que nós vamos estar trabalhando, principalmente no ano de 2012, de uma forma muito eficaz, principalmente nesse trabalho da base, que eu considero fundamental para o clube. A formação de talentos, de novos valores para o clube é fundamental para que a gente possa estar projetando e vendo futuros jogadores do Vasco. Qualquer grande clube não pode tão somente ficar de contratações, de vindas de jogadores de outras equipes. A gente tem, vamos estar projetando e dando a oportunidade a alguns desses garotos que hoje estão na base. Alguns já estão no profissional e podem ter a condição de ser utilizados dentro da equipe principal do Vasco da Gama, nesse trabalho com o Cristóvão. Nós esperamos e acreditamos nisso. Tem que haver uma integração maior, se interagir de uma forma mais eficaz, onde as pessoas possam estar mais próximas. Queremos e vamos dar uma condição muito melhor do que se teve nesses anos ou no ano passado, apesar de o Vasco, na base, das críticas que foram colocadas, o Vasco teve um bom desempenho desde o mirim, pré-mirim, infantil, juvenil e da equipe de juniores."

TRANSIÇÃO DOS JUNIORES

"O Gaúcho, quando substituiu e foi para a equipe principal, foi por já estar fazendo um bom trabalho nas divisões de base. Se você não tem conhecimento, o Gaúcho continua fazendo essa ligação da base com o profissional. Ele é um elo de ligação do Ricardo, hoje do Cristóvão. Qualquer garoto da base, qualquer garoto que venha a treinar no profissional, normalmente o Gaúcho consulta, passa e acompanha esse processo. O Gaúcho hoje não volta para a base porque entendeu que atingiu um estágio, foi promovido em alguma coisa que ele deseja no futuro voltar, dentro do Vasco, nessa função ou se projetando para um outro clube no Brasil ou no exterior. Se respeitou essa posição, com relação ao trabalho e à contribuição que ele deu, num curto prazo de tempo, dentro da equipe principal. Nós vamos estar desenvolvendo e trabalhando isso dentro das divisões de base."

MELHORIAS

"Hoje a gente tem, e eu tenho consciência disso, com relação a uma carência que a gente precisa estar tocando e desenvolvendo de uma forma prática, mais eficiente. Por exemplo, a base hoje não tinha ou não tem um campo para treinar. Ela está indo treinar em Itaguaí, a 50 minutos do Rio de Janeiro. De uma forma ou de outra, isso tem um custo para o clube também, no que diz respeito a você ter ônibus para levar. Você tem e tinha uma carência porque os jogadores treinavam atrás do gol. Isso era ruim porque você não treinava de manhã e de tarde. Nós vamos estar projetando um trabalho para 2012 buscando isso, de ter um local para que as divisões de base possam estar treinando. O gramado está sendo todo modificado. Esse gramado vai ser de uma qualidade melhor, mas não permite que você tenha um número de jogos ou treinamentos no estádio de São Januário. Por isso também nós vamos estar discutindo e projetando aonde o time principal vai estar treinando. Estamos já nesse período assinando uma parceria com a Marinha para que o time principal possa estar treinando pelo menos três ou quatro vezes na semana, na parte da Marinha, para que não utilize o estádio, o campo de São Januário, para que o gramado não possa sofrer e ter o gramado em condições de atender os nossos jogadores." "Existe a possibilidade de se fazer um outro campo em São Januário, mas ainda não está definido, com relação a isso. O que nós vamos estar fazendo, sim, é projetando essa coisa do treinamento fora de São Januário, nesse espaço onde são campos realmente muito bons. Os jogadores vão poder chegar para treinar e não vai ter problema algum. Nós vamos estar tocando e desenvolvendo um trabalho - é importante colocar isso - para a base. Possivelmente, está praticamente certo que vai ser em Itaguaí, antes do Vasco ter o seu local de treinamento. Está se falando em Maricá e isso vai levar de dois a três anos. A gente precisa ter, principalmente o nosso jogador, de uma certa forma mais blindado, mais protegido, no sentido de que também ele possa ter uma alimentação adequada e estar treinando de manhã e de tarde, para que nessa formação o jogador possa chegar no profissional já pronto para chegar no profissional. Hoje a gente tem uma carência, uma dificuldade ainda muito grande, com relação ao garoto que está juvenil, vai para os juniores, logo a seguir para o profissional e não tem ainda aquilo que seria o ideal, de ter treinamentos. Se é zagueiro, treinamento de cruzamentos, de antecipação, coisa que pouco se faz, em razão de não se ter esse espaço. Nós vamos estar trabalhando em cima disso." "As pessoas que falam, que muitas das vezes falam por falar, que não vivem essa coisa do dia-a-dia do clube, a realidade do clube, a gente vai estar mostrando que é possível fazer um trabalho onde você concentre e dê essa tranquilidade para que os garotos possam ter um alojamento, uma alimentação, um campo de treinamento melhores, até o Vasco ter o seu local para treinar. Nem sempre o centro de treinamento é fundamental, importante na projeção para que você possa conseguir resultados, mas eu acho, sim, que o ideal é você ter um local de treinamento, possa ter um controle de alimentação e dar a esse jogador ou à família desses atletas também a tranquilidade para saber 'Esse jogador vai continuar no Vasco e se projetar'. O clube pega o garoto com 7, 8, 9, 10, 13 anos. Quando está com 15 anos, que começa a se projetar para o mercado, de repente vem alguém e faz. Mas a gente está trabalhando isso. Já estamos trabalhando isso. A Lei Pelé permite isso, mas a gente está fazendo e vai estar tocando, no ano de 2012, um processo onde não só o garoto se torne um jogador, mas também se identifique com o clube. A própria família vai estar acompanhando e dando uma base, uma sustentação melhor. Esses jogadores que foram para a Seleção - muita gente questiona, fala daqui, fala dali -, alguns deles ou na totalidade têm uma situação diferenciada dentro do clube. Nós vamos buscar estar estreitando uma relação, também blindando um pouco mais, para que as pessoas não cheguem ali dentro, como hoje acontece, das pessoas estarem ali dentro e de repente querendo tirar um garoto ou criar uma situação para que aquele garoto não permaneça no clube ou então passe de uma pessoa para outra. A gente tem um trabalho e um desafio muito grande. Mas eu quero, mais do que nunca - vai para os nossos conselheiros, a nossa direção e o torcedor do clube -, dizer que nós estamos muito focados nesse trabalho, no trabalho da base, na preparação desses jogadores. Que esses jogadores que hoje estão no Vasco, a gente possa dar não só o sustento, mas uma condição para que ele possa realmente se identificar com o clube, conhecer melhor o clube, permanecer por mais tempo e se tornar, quem sabe, um profissional do Vasco. É a meta que nós queremos e desejamos. Eu acredito que qualquer outro clube do futebol brasileiro - mas falo do Vasco - não tem condições de ficar só comprando e trazendo jogador de fora. Ele tem que projetar o garoto da base, preparar esse atleta. Alguns podem ser vendidos, mas outros estarem dentro do clube para que o clube possa se auto-sustentar e fazer também desses jogadores o direito de sonhar como eu sonhei um dia, que saí das divisões de base e me tornei um profissional do Vasco, dar a esse garoto o direito de ter isso também, que ele possa se identificar e queira ficar no Vasco da Gama. Está claro para todo mundo, o futebol brasileiro hoje dá uma condição de muitos que foram para fora do Brasil estarem voltando. Por que não projetar esse garoto para que ele tenha uma identificação com o clube, goste do clube, tenha o reconhecimento do seu valor e permaneça nessa fase de 15, 16 anos, mas possa ficar dentro do clube por muito tempo, ajudando e levando o clube às grandes conquistas."

CRÍTICAS E DENÚNCIAS

"Entendo e compreendo algumas pessoas que falam com relação à base. Mas eu posso dizer que algumas delas não têm propriedade e condições de falar com relação a aquilo que seria e possa ser melhor para a base. Vejos isso porque nós temos que ter um controle maior com relação aos nossos jogadores. As pessoas que estão ali no dia a dia dentro do treinamento, direta ou indiretamente acompanhando um jogador. Hoje, infelizmente ou felizmente, não sei ainda, mas o garoto que tem 14, 15 anos, já tem alguém para que ele possa estar tomando conta e acompanhando. Isso é difícil porque o clube tem que não só dar condições para que esse jogador possa estar treinando e se preparando, mas também tendo uma preocupação maior para que esse jogador não venha a ser tirado do clube, porque nessa faixa de idade, a qualquer momento esse garoto pode sair do clube até assinar o primeiro contrato. Esse primeiro contrato só acontece aos 16 anos, então o clube tem que estar muito mais próximo do jogador, da família desses jogadores. É isso que nós vamos estar fazendo no ano de 2012." "O clube não pode estar preso a uma pessoa. Mas você tem uma situação que convive no dia-a-dia e tem que olhar isso de uma forma muito clara. Eu sou muito transparente nesse sentido. As pessoas que ajudaram o Vasco lá atrás, quando o Vasco não tinha condições de formar uma equipe, ter uma equipe competitiva, fazer uma equipe forte, nós temos que reconhecer essas pessoas. Apesar dessas pessoas também terem ajudado o Vasco nesse período, também foram ressarcidos, com relação aos compromissos e investimentos que foram feitos. Nós não queremos tirar os direitos. É claro isso para todos nós, de ter o empresário do jogador A, B ou C. Ninguém vai centralizar. Agora, você tem jogadores e jogadores. Se você tem uma situação que tem um jogador diferenciado e um empresário que está à frente desse jogador, desse garoto, por que não? Nós vamos ter que sentar e buscar um entendimento para que isso possa ser resolvido da melhor maneira possível. O que eu acho, no processo de tudo isso, é que quando você se organiza um pouco mais, pode negociar melhor. Em vez de você trazer um garoto e ter um jogador que vai de repente representar 50%, que você possa também discutir e ter esse garoto, que represente 80% para o clube e 20% para quem está administrando ele." "Nós vamos estar trabalhando muito mais forte dentro da base. Nós vamos estar vendo, olhando quem é que não é. Até fizeram um comentário, falaram 'Os amigos do presidente estão na base'. As pessoas estão ali porque podem e deram uma contribuição ao Vasco. Os profissionais que estão ali, alguns ex-jogadores, já desenvolviam esse tipo de trabalho dentro das divisões. Não tem essa coisa. Como foi a situação do Gaúcho. Quando eu botei o Gaúcho no profissional, no primeiro momento se falou 'O presidente colocou um amigo dele'. O Gaúcho é meu amigo e essas pessoas são meus amigos. Agora, qualquer um dos profissionais que estão hoje na base do Vasco, a única coisa que eu pedi a eles foi fidelidade à instituição, ao Club de Regatas Vasco da Gama. As pessoas acham também que têm o direito e podem falar tudo o que bem entendem. Nesse sentido é que eu acho que a gente tem que trabalhar mais, falar menos, buscar a cada momento as pessoas que são competentes ou que a gente entenda que possam desenvolver um bom trabalho, e o clube dar condições. É isso que nós queremos fazer. O Rodrigo era um profissional do Grêmio nas divisões de base, veio para o profissional do Vasco, o Vasco deu condições e ele se projetou. O que eu quero, com os profissionais que venham a estar trabalhando dentro do Vasco, acima de tudo é o respeito à instituição. Quando eu digo respeito à instituição, as pessoas que estão envolvidas direta ou inderetamente também enxerguem a coisa dessa forma. É isso que nós vamos estar trabalhando. Nós vamos estar fazendo algumas mudanças não porque alguém falou. Não é por aí. A instituição tem que ter pessoas comprometidas, com compromisso com a instituição, para que a gente possa estar realmente fazendo um belo trabalho nas divisões de base, que vai ser um trabalho, no ano de 2012, muito bom para formar novos talentos, novos jogadores para o Vasco."

Fonte: NETVASCO (transcrição)