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Rodada decisiva expõe histórico de amizade entre Vasco e Palmeiras


Quarta-feira, 30/11/2011 - 09:39

Eles vivem um casamento antigo, que supera os altos e baixos e resiste ao tempo. A ligação entre Palmeiras e Vasco é antiga, especialmente entre as torcidas, e pode ficar ainda maior no próximo fim de semana. O time paulista sonha vencer o arquirrival Corinthians e ajudar os amigos cariocas, que precisam vencer o Flamengo para conquistar o título brasileiro.

O caso de amor é raro nos dias de hoje. Há duas semanas, por exemplo, quando Palmeiras e Vasco se enfrentaram no Pacaembu, a polícia nem precisou se preocupar com vascaínos invadindo o estádio. Trajados com o uniforme da equipe carioca, torcedores andavam livremente por todas as áreas e chegavam até a comemorar gol na área destinada aos palmeirenses.

Tudo sem problemas. Em São Januário, a situação se repete, assim como no antigo Palestra Itália, que hoje passa por reformas. É comum câmeras de televisão captarem imagens de vascaínos vestidos de palmeirenses e vice-versa, mesmo quando os resultados dos jogos não influenciam nos planos das equipes.

"Há, realmente, um elo mais forte entre as torcidas. Isso já é algo histórico, que sempre aconteceu. Se a combinação de resultados prejudicar o Corinthians e ajudar o Vasco, acredito que este amor vai ficar ainda mais forte. Entre as diretorias a relação é normal. Mas os torcedores com certeza têm esse elo mais forte", disse o vice-presidente do Palmeiras, Roberto Frizzo.

Como todo casamento, a relação entre Vasco e Palmeiras tem baixas. Mas elas são superadas rapidamente e ignoradas pouco tempo depois. Três bons exemplos são jogos decisivos que as duas equipes fizeram, onde apenas um poderia sair vencedor. Na Mercosul de 2000, o grande exemplo foi a virada vascaína por 4 a 3, com show de Romário. Nem mesmo o sinal de silêncio feito pelo baixinho em direção aos palmeirenses foi suficiente para causar problemas.

Antes, em 1997, Felipão viu do banco sua equipe ser vice-campeã brasileira diante dos vascaínos, para a tristeza dos palmeirenses, que nunca mais chegariam a uma final do Nacional. Dois anos depois, no entanto, foi a vez de o Palmeiras se sair melhor em um show de Alex em São Januário, nas oitavas de final da Libertadores.

No meio de tudo isso, as torcidas também aceitam dividir a idolatria de Edmundo. O hoje comentarista da Rede Bandeirantes declara publicamente o amor pelas duas instituições.

"Sempre digo que no Vasco tive amor de mãe, que é aquela que te cria, que você não escolhe. No Palmeiras, sinto amor de mulher, que é aquela que você escolhe para viver a vida toda", disse Edmundo quando questionado sobre qual seu clube preferido.

Além de Edmundo, outros casos de "ponte-aérea" entre os dois times ficaram marcados na história. Vavá, Evair, Mazinho, Pedrinho, Leão, Mauricinho e alguns outros nomes trocaram de casa e tiveram relativo sucesso.

No próximo domingo, Vasco e Palmeiras jogarão separados por mais de 500 km. Um no Engenhão, no Rio de Janeiro, outro no Pacaembu, em São Paulo. O rádio, no entanto, promete acabar com essa distância. E, certamente, um vibrará com o sucesso do outro.

Fonte: IG