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Mandarino diz que Vasco se protegeu contra venda de Dedé


Sexta-feira, 25/11/2011 - 11:24

Após muito esforço, a diretoria do Vasco conseguiu o controle majoritário dos direitos econômicos de Dedé e acabou com todas as especulações envolvendo o futuro do zagueiro neste final de ano. Evitando uma possível "traição" por parte da empresa que possuía metade do seu passe e pretendia negociá-lo com o futebol europeu, o clube contou com a ajuda de um grupo de empresários da mais alta confiança da diretoria, que adquiriu 40% dos direitos do jogador, e sacramentou a permanência do ídolo até pelo menos o fim da disputa da Taça Libertadores da América.

Com a nova distribuição, a Ability, que dividia o passe do jogador, ficará com apenas 10% dos direitos econômicos. O Vasco continua com 50%, mas tem como parceiro um grupo de extrema confiança com outros 40%, controlando de maneira quase que total o destino de Dedé. "Existia um medo interno muito grande de que o outro grupo não respeitasse as vontades de clube e jogador e acabasse fazendo uma traição. O Vasco se articulou e fez essa redistribuição para não ficar refém dos antigos agentes", informou ao UOL Esporte uma fonte ligada diretamente à diretoria vascaína.

Responsável direto pelas negociações envolvendo o contrato de Dedé, o vice-presidente de futebol do clube, José Hamilton Mandarino, confirmou a "defesa" vascaína contra uma possível tentativa de venda do grupo que controlava 50% dos direitos econômicos do jogador.

"Apesar da garantia de que não iriam fazer nada sem nos consultar, sabíamos bem que um lado queria apenas ganhar dinheiro em cima do atleta, e o outro queria mantê-lo no clube e fazer prevalecer a sua vontade. Isso nos incomodava demais. Contamos com o apoio de empresários parceiros e tiramos de cena o grupo que mantinha essa 'ameaça'. Conseguimos uma nova distribuição dos valores econômicos e protegemos o nosso interesse", ressaltou Mandarino, explicando o acordo inicial, que "prejudicava" o Vasco.

"Quando assinamos o primeiro acordo, não imaginávamos a projeção que o Dedé teria no cenário mundial. E apesar da multa altíssima, assinamos um documento que dava autonomia ao então parceiro de vender o Dedé caso chegasse uma proposta de 5 milhões de euros. Com o tempo, esse valor ficou baixo e a ameaça, latente. Como os interesses de Vasco e Ability eram distintos, preferimos arranjar um jeito de redistribuir os direitos econômicos e controlar a situação para não sermos pegos de surpresa", explicou o vice-presidente de futebol vascaíno.

Além da multa rescisória altíssima de pouco mais de 20 milhões de euros (cerca de RS 50 milhões de reais), Dedé poderá ter outros números de craque nos próximos meses. Ciente de que o zagueiro merece um aumento de salário, a diretoria amadurece a ideia de um reajuste de quase 100% no vencimento atual de cerca de R$ 120 mil reais.

Com os pés no chão, José Hamilton Mandarino evita novas previsões sobre o futuro de Dedé, mas garante que o mais importante é que o ídolo da torcida jogará a Libertadores pelo clube. "Ainda é cedo pra dizer até quando ele fica, mas garanto que ele joga a Libertadores. O mais importante de tudo isso é que a vontade dele foi respeitada. Saiu todo mundo feliz: o jogador, o clube e a torcida", encerrou o dirigente do clube de São Januário.

ENTENDA O "CASO DEDÉ"

Por dividir os direitos econômicos de Dedé com a empresa Ability, o Vasco se tornou "refém" de alguns acordos assinados na época do contrato inicial, quando nem imaginava a projeção que o zagueiro ganharia. E um deles dizia que, mesmo com a multa de cerca de 20 milhões de euros, o parceiro poderia negociar o passe do jogador em caso de uma proposta de 5 milhões de euros, valor considerado baixo em função do atual valor de mercado de Dedé. Sem confiar que a outra parte respeitaria a vontade do clube de não vender o ídolo da torcida, o Vasco articulou uma nova distribuição dos valores econômicos do jogador e "tirou a Ability da jogada", evitando surpresas desagradáveis

Fonte: UOL