Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Vanderlei Luxemburgo após Vasco 3 x 2 Atlético-MG
Sábado, 23/01/2021 - 23:53
A vitória que parecia fácil depois do Vasco abrir 3 a 0 no Atlético-MG - dois de Cano e um de Pikachu - terminou em sufoco em São Januário. O Galo veio para cima no fim da partida e fez o segundo gol próximo do apito final (3 a 2). Mas o resultado veio, e o time da Colina saiu da zona de rebaixamento, com 35 pontos - como Bahia e Sport, com 32, se enfrentam, os vascaínos vão passar a rodada longe do pior.

A próxima partida já será na próxima terça-feira, desta vez em São Paulo. No Allianz Parque, contra o Palmeiras, jogo atrasado da primeira rodada. O time paulista deve jogar com reservas, pois disputará a final da Libertadores no sábado, contra o Santos, no Maracanã.

Na coletiva de imprensa, o treinador do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, comemorou a vitória e disse que preparou estratégia para tentar conter o ímpeto do Atlético-MG.

- Nós armamos no treino esse esquema. O Atlético quer que você marque em cima para poder encontrar espaços. Quando você tira espaços dele, ele deixa espaços para a gente. A estratégia foi sofrer um pouco, tem que sofrer para ganhar do Atlético. A ideia era nós fecharmos, e o Benítez fez função tática importantíssima por que ele vinha fazer o lado direito como segundo homem de meio de campo, Leo Gil pela esquerda e o Benítez pela direita, com Bruno Gomes por trás. Quando saía a bola, as jogadas sempre iniciavam com ele - disse Vanderlei, antes de encher a bola do time.

- Acho que foi melhor jogo no primeiro tempo, no segundo nós sofremos. Mas quero dar os parabéns porque o terceiro gol nosso foi jogo de futebol bonito e bem jogado. Com qualidade, toque de bola, visão de jogo, finalização perfeita. Então nosso time está de parabéns pelo resultado e contra um adversário muito difícil.

Com dois gols, Cano chegou aos 13 no Campeonato Brasileiro. O técnico do Vasco lembrou a qualidade do atacante, referência do time na temporada de 2020.

- O Cano é um grande finalizador. A bola tem que chegar nele, que ele bota a bola para dentro - disse o técnico do Vasco.

Luxemburgo também explicou a necessidade de preservar Benítez, que não foi a Bragança Paulista - 4 a 1 para o Bragantino -, mas iniciou como titular e muito bem contra o Galo, em São Januário.

- As pessoas às vezes não entendem que a gente tem um planejamento. As coisas são decididas em reuniões com a comissão técnica. O Benítez estava parado há muito tempo, e eu o trouxe para jogar com o Coritiba porque era um jogo em casa e importante. Ele jogou com um jogador a menos, então solicitou muito da parte física. Se eu o levasse para Bragança para um jogo que seria difícil com ele ou sem ele, poderia causar uma lesão e um prejuízo muito grande. Preferi deixá-lo aqui treinando para ter uma condição bem melhor - comentou o treinador.

- Benítez jogou bem no primeiro tempo até os 30 minutos, buscando o jogo. Voltou bem no segundo tempo, jogou mais do que deveria. Pedia para ficar mais um tempo. É malandro, experiente e segura a bola. Fiquei esperando ele me dizer quando seria a hora de trocar.

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- Fugiu (da nossa ideia) o Coritiba, mas uma derrota em Bragança... o São Paulo foi lá e perdeu, outros times perderam. O Coritiba era um jogo importante, confronto direto e perdemos. Tivemos uma expulsão que nos prejudicou bastante. Estamos no caminho certo na busca pela manutenção na Primeira Divisão. A vitória foi importante para subir um pouquinho, mas ainda não terminou. Tem muita coisa para acontecer. (Muita tosse...) Ô, Covid, filho de uma égua... Mas está tudo bem, o velho está inteiro aqui, graças a Deus.

"Mais difícil foi recuperar o emocional"

- O mais difícil foi recuperar os jogadores dos quatro gols que tomamos em Bragança Paulista e levantar o emocional deles. Tive que ter muita paciência, em momento algum levantei a voz ou dei pancada. Era uma derrota doída, entramos na zona de rebaixamento. Era importante os jogadores me olharem, saberem que eu estava tranquilo e de que eu confiava neles que poderíamos ter uma atuação convincente.

- Então foi todo um processo de construção para o jogo de hoje muito complicado. Foi importante nós virmos à TV Vasco da Gama e mostrarmos que queremos manter o Vasco na Primeira Divisão. Nós não estamos preocupados com parte política, financeira e se vamos ou não receber salários. Falta tão pouco, só sete jogos, então queremos que o Vasco se mantem na Primeira Divisão. Essa camisa tem que ser honrada de uma maneira de quem está aqui entenda a grandeza desse clube.

Atrasos salariais em segundo plano

- Claro que existem equívocos, são normais. Pagamento atrasado é ruim, mas entre pagamento atrasado e termos o compromisso de manter o Vasco na Primeira Divisão, mesmo eu mudando a cobrança que faço com dirigentes de cumprir com suas obrigações, fico com o compromisso. O mais importante era mandar uma mensagem para o torcedor saber que estamos empenhados em manter o Vasco na Primeira Divisão a qualquer preço.

Sem folga no domingo

- Amanhã não tem folga, nós vamos ao CT para trabalhar, para recuperar os caras. Vamos para São Paulo, jogar terça-feira e ficar em Atibaia trabalhando a equipe para poder voltar para cá jogar no domingo contra o Bahia. Tudo é planejamento e o trabalho para manter o Vasco na Primeira Divisão porque o Vasco merece, é um clube grande e tem uma história muito bonita. Eu vou me doar o máximo e vou cobrar dos jogadores a doação máxima para que possamos manter o Vasco na Primeira Divisão.

Elogios ao novo presidente

- Nós falamos, ele (Salgado) disse, "me dá de presente uma vitória contra o Atlético porque tomei posse, tenho que começar com o pé direito". E eu falei: "Tá, vamos trabalhar bastante para que isso possa acontecer". Não quero falar sobre política porque o Vasco tem essa parte política muito aguçada.

- O Salgado é o novo presidente. Espero que ele consiga, pelas conversas que teve conosco e pela tranquilidade que fala com a gente... O Vasco tem tudo com o Salgado para começar o resgaste da sua história. Acredito nisso porque conheço o Salgado há muito tempo. Sei que ele é aquele vascaíno, aquele cardeal que conhece a história do Vasco da Gama.

- Eu torço para que ele possa fazer um grande trabalho e que possa fazer três anos com bastante capacidade. E trazer o Vasco lá para cima, que é onde deve estar, buscando grandes conquistas. Mas não é fácil. Primeiro vamos trabalhar com o Salgado no sentido de que temos mais sete jogos para terminar a temporada e temos que manter o Vasco na Primeira Divisão. Acho que a conversa é por aí.

Reencontro com o Palmeiras

- Já fui algumas vezes no Palmeiras enfrentá-los, não tenho mágoa de nada, é normal ser mandado embora no futebol, sair. É uma decisão de dirigente, a gente não tem como interferir. Vamos analisar o time do Palmeiras para aí sim poder escalar a equipe e tomar a decisão tática daquilo que nós vamos fazer.

Fonte: ge