Ex-vascaíno Nilton, do CSA, terá de passar por cirurgia após choque com Marcos Júnior
Quarta-feira, 07/08/2019 - 04:14
A cirurgia do volante Nilton, do CSA, está programada para esta terça-feira, em um hospital particular de Maceió. O jogador teve uma fratura no osso frontal do crânio, com afundamento, na partida contra o Vasco, no último domingo. (veja o lance no vídeo acima)

Nilton foi substituído por Jean Cléber aos 24 minutos do segundo tempo. Nesta terça-feira, o médico do CSA, Fábio Lima, falou sobre a lesão do jogador e esclareceu todo procedimento adotado para preservar e integridade física do atleta.

- Na verdade foi uma sequência de coisas muito bem acompanha pelo médico Igor Castro e pelo Jonathan, nosso fisioterapeuta. Eles tomaram a decisão mais correta junto à comissão técnica. Primeiro teve aquele trauma importante do joelho, nós sabemos que o Nilton tem histórico de lesão no joelho, embora isso não mudou a performance dele no jogo. O Nilton é um jogador forte fisicamente, combativo e queria jogar... Do ponto de vista médico, em relação à face, naquele lance, que inclusive foi paralisado o jogo corretamente, na disputa do Nilton com o jogador do Vasco, ele teve um trauma cabeça com cabeça, e a primeira coisa que se pensar é numa coisa chamada concussão cerebral, o que, felizmente, não ocorreu em nenhum dos dois.

Decisão imediata

- O Nilton recuperou, tava totalmente envolvido com a partida, ele não vai sentir primeiramente naquele momento. Pouco tempo depois, o Igor (médico) foi comunicado pelo próprio atleta que estava sem sentir o lado do rosto, e isso é um sinal clássico de lesão do sistema nervoso periférico ou central. Se não tem como afirmar o que aconteceu, é óbvio que o mais prudente é tirar o jogador do campo. A primeira função nossa como departamento médico é garantir a integridade física. Ele estava desenvolvendo o trabalho dele muito bem, mas tem risco à própria saúde. Existia uma possibilidade muito grande de ele ter uma fratura no crânio e, em uma conversa rápida, o Argel ouviu nosso médico e imediatamente tirou o atleta de campo: corretíssimo. Às vezes, quem tá de fora não entende e acha que teve alguma discussão, mas a discussão que houve foi a seguinte: o jogador dizendo que queria jogar, e o treinador dizendo que ele não podia jogar. Foi isso que ocorreu. Tanto é que o Nilton já se posicionou publicamente agradecendo o que foi feito em prol da saúde dele e que a melhor decisão foi tomada.

Diagnóstico

- Depois do jogo, a diretoria levou o Nilton até um hospital onde foi feito uma tomografia. Felizmente, não tinha nada no sistema nervoso central, mas se viu inicialmente duas fraturas: uma do osso frontal e no outro osso, que é o zigomático, que dá sustentação ao olho. O que acontece é que esse osso é o osso que segura o nosso olho. Se perder essa sustentação, eu não preciso nem exemplificar o que pode acontecer. Inclusive, o atleta que tiver um afundamento de malar num jogo desses e por ventura tomar uma segunda bolada, ele pode inclusive ficar cego. E não se pode correr esse risco. Isso é uma das coisas que tiram inclusive boxeador, lutador de MMA, e muitas vezes o atleta termina uma luta e está fisicamente bem, mas o risco é muito alto. Felizmente, a melhor decisão foi tomada e o atleta entendeu muito bem.

Cirurgia

- Vamos aguardar o pós-operatória para não queimar etapas, mas toda previsão é que ele consiga reconstruir essa parte do assoalho da orbita, não houve confirmação da lesão do frontal, e isso é uma coisa muito importante porque senão ia mudar muito o tipo de cirurgia a ser utilizada, o que mudaria muito o tempo de recuperação. Eu conversei com o doutor Luciano Lessa, e ele ficou mais tranquilo porque o que ele vai precisar construir, aparentemente, é a face e não o crânio.

Tempo de recuperação

- O pós-operatório imediato no primeiro dia e depois uma semana para ele ficar tranquilo. Tempo de internação de 24 a 48h. O tempo de recuperação total em torno de 60 dias. Eu estou falando em torno, porque só podemos falar do resultado final depois do pós-operatório, depois de uma tomografia de controle, e lógico que a recuperação é individual, vai variar de pessoa pra pessoa. Tem muito a favor do Nilton o fato de ele ser muito forte fisicamente, é um cara que se cuida e não tem nenhuma doença prévia. Nós não estamos tratando de um doente, estamos tratando de um trauma de uma paciente que não tinha doença, o que chamamos de comorbidade. Tecnicamente isso ajuda muito na recuperação.



Fonte: GloboEsporte.com