Agora titular do Vasco, Bruno César elogia o trabalho de Vanderlei Luxemburgo
Sábado, 03/08/2019 - 08:57
Quando Vanderlei Luxemburgo, com seu jeitão e vocabulário que lhe são peculiares, iniciou a palestra do Vasco antes do jogo contra Palmeiras, Bruno César até estranhou. Após um tempo na Europa, não estava tão acostumado a discursos motivacionais antes das partidas. Mas, assim como o papo que teve com o técnico logo na chegada, em abril, aquelas palavras funcionaram.

Bruno César é um símbolo das mudanças que Luxemburgo vem fazendo no Vasco. Pouco utilizado anteriormente, teve tratamento de choque com o treinador, que apontou índices físicos que deveria melhorar para ter espaço no time. Pois o meia aceitou o desafio e foi recompensado. Hoje, é titular e espera confirmar esta virada de status.

- Quando o Vanderlei chegou, colocou alguns números que eu tinha que melhorar, e durante a semana eu tinha que atingir. Isso me ajudou bastante nessa questão de aprimorar mais a parte física, ficar em cima, não que na outra comissão não ficasse. Ele colocou os números na mesa: você tem que fazer isso, isso e aquilo para ter uma mudança e um rendimento melhor – contou Bruno.

Confira a entrevista com Bruno César:

GloboEsporte.com: No último fim de semana, viralizou a preleção do Luxmeburgo com vocês antes do jogo contra o Palmeiras. Como foi aquele momento?

Bruno César: Para mim, foi um pouco estranho e diferente. A gente está acostumado na Europa, antes dos jogos, a ter a palestra com bola parada, como vai ser a bola parada. Aqui dificilmente tem isso. Treinamos durante a semana, e a palestra é motivacional.

Como essa que viralizou, ele procura sempre dar palestra motivacional para a gente no hotel. Além do hotel tem essa antes de entrar no campo. É um pouco diferente para mim, é a primeira vez que eu vejo isso. Mas está dando certo, ele tem experiência com isso. A gente sabe que aquele momento antes de entrar é importante ter essa chamada, essa responsabilidade para entrar no campo e fazer um grande trabalho.

Isso realmente faz diferença no campo?

- Eu acho que sim. Você entra mais ligado, mais motivado, mais aceso para o jogo.

Você se destacou contra o Fluminense e depois foi titular contra o Palmeiras. Como foi aquele clássico para você?

- Foi muito bom. Durante a semana eu já tinha feito um bom jogo-treino, isso nos dá confiança, mais crédito. Por mais que eu não viesse jogando tanto, esses jogos-treinos são importantes para deixar a gente com ritmo de jogo.

No sábado, quando o Luxemburgo me chamou, eu fui um pouco mais confiante, a autoestima é completamente diferente. Foi um dos gols mais bonitos que já fiz de falta. A gente trabalha para isso, para dar felicidade para o torcedor, para fazer grandes jogos.

Acredita que aquele jogo pode representar uma virada para você no Vasco?

- Creio que sim. Nos seis meses que estou no Vasco, hoje eu posso dizer que me sinto bem fisicamente. Isso pode ser uma virada tanto dentro quanto fora de campo. A torcida está me apoiando muito mais, também estou me dedicando muito mais – não que antes não me dedicasse. Futebol é complicado, uma hora você não serve, mas dois, três jogos depois muda completamente.

Na chegada do Luxemburgo, você não jogou tanto.

- Joguei o primeiro jogo contra o Avaí, depois não fui tão bem por essa questão de entender ainda o que ele queria. O jeito que ele queria que jogássemos. Estávamos acostumados com um tipo de treinador, até se adaptar tem que entender um pouco.

Aquela primeira semana foi uma das piores que pudemos treinar no campo. Estava muito ruim, cheio de lama, a gente ficou um pouco sem entender o que ele queria. Era a primeira semana. A gente sabe que tem que ter resultado. Não fui tão bem naquele jogo, ele mudou o time, o time foi encaixando.

Antes, com o Valentim, você também não vinha jogando. Ficou alguma mágoa?

- Não. São muitos jogadores. A gente entende que todo mundo tem que ter oportunidade. Eu esperei a minha e soube aproveitar. Tem que estar preparado para jogar cinco, 10 ou 90 minutos. Quando for chamado, tem que corresponder. Se não estiver preparado, é complicado. Jogamos num grande clube.

Qual a diferença de jeito de trabalho entre o Valentim e o Luxemburgo?

- O Luxemburgo é um pouco mais antigo, fala um pouco do futebol de antigamente, da história dele. Os treinos do Valentim eram muito parecidos com os europeus, curtos mas intensos. Mas são dois grandes treinadores. O Valentim começando agora, e a história do Luxemburgo não precisa nem comentar.

Como você está fisicamente?

- Estou praticamente com meu peso igual. Ganhei mais força. O pessoal ficou bravo porque falei da caixa de areia: "Pô, agora vai ter toda hora". Para mim me ajudou bastante. Eu sou um jogador de muita força. O pessoal ficou bravo (risos). Para mim foi muito bom. Não que antes não me dedicasse, mas agora muito mais. O Mello (Antônio, preparador físico) sempre me dando uns toques, a gente sempre faz complemento depois dos treinos.

Quando você chegou, sentiu dificuldade para se adaptar?

- Eu creio que sim. Quando você é contratado com uma esperança muito grande, espera-se que você de cara resolva algumas coisas. Eu estava quase quatro anos fora do pais, a adaptação para mim foi um pouco difícil. Aqui é muito mais individual, fora é mais tático e coletivo. Até eu entender um pouco essa questão, demorou um pouco.

Mas a gente está aí para aprender ainda mais. Estou com 30 anos. Depois de três, quatro meses que fui me adaptar ao futebol. Essa temporada apara mim vai ter um ano e meio sem parar. Estou tranquilo, acho que o ruim já foi, agora é só crescer muito mais.





Fonte: GloboEsporte.com