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Ramon Menezes, hoje no Joinville, relembra época do Vasco


Quinta-feira, 10/11/2011 - 14:26

Muitos torcedores do país podem não saber, mas, depois de vestir um bom número de camisas de times tradicionais do futebol brasileiro, o veterano Ramon Menezes continua na ativa no futebol nacional. Hoje, aos 39 anos, colabora na campanha do Joinville na Série C do Campeonato Brasileiro, em disputa que tem a equipe catarinense já classificada para a 2ª Divisão e presente na decisão.

Meio-campo habilidoso, marcado pela regularidade técnica e vocação para as bolas paradas, Ramon chegou ao Joinville em janeiro passado e acertou contrato de duas temporadas. Com o acesso à Série B selado, o veterano já projeta disputar a próxima temporada, quando completará 40 anos.

"A temporada foi muito boa. O estadual foi muito bom, joguei quase todas as partidas. Serviu como um laboratório para a Série C", comenta Ramon. "Com a força do torcedor e a diretoria fazendo a sua parte, o trabalho culminou em uma grande campanha na Série C", acrescenta o meia.

Ramon diz estar animado com a próxima temporada, com gás para completar 40 anos em campo como jogador profissional de futebol. Antes, no entanto, espera adicionar o título da Série C ao seu currículo de conquistas. Melhor do grupo F na segunda fase, o Joinville espera o adversário na decisão do campeonato, que deve sair entre CRB e Paysandu.

"Estou me sentindo bem. Vou me preparar muito para eu ter um ano melhor do que eu tive esse ano. Me preparar também para os jogos das finais (da Série C). O objetivo é ser campeão", diz.




INTEGRANTE DE TIME MULTICAMPEÃO DO VASCO NOS ANOS 90

Em quase vinte anos de carreira profissional, Ramon Menezes Hubner defendeu uma série de camisas importantes do futebol nacional. O veterano é grato ao Cruzeiro pelo ensinamento no começo de carreira, exalta a projeção nacional no Vitória e a convocação para a seleção como atleta do Fluminense. No entanto, a trajetória do meia está intimamente ligada ao Vasco da Gama.

Em São Januário, Ramon jogou ao lado de nomes como Juninho, Edmundo, Felipe, Mauro Galvão e Luizão. Lá, colaborou nas conquistas do Brasileiro de 1997, da Libertadores de 1998, do Estadual de 1998 e do Rio-São Paulo de 1999. No entanto, ficou de lembrança a frustração nas derrotas nos Mundiais de clubes de 1998 e 2000.

"Ganhos tudo naquela época, só faltou o Mundial. Deixamos escapar esse título, bateu na trave duas vezes", lamenta o meio-campo, em referência às derrotas para Real Madrid e Corinthians, respectivamente.

Todos esses episódios aconteceram no auge da "era Eurico Miranda" no Vasco, em que o polêmico cartola dirigia o clube carioca com mão de ferro, fazendo alguns desafetos pelo caminho. No entanto, Ramon diz ter tido o melhor dos relacionamentos no contato direto com o então presidente cruzmaltino.

"No começo, meu empresário tratada com ele. Passei um tempo sem contato com o Eurico. Mas, depois de 98, lidava diretamente com ele. Nosso relacionamento cresceu muito. Gosto muito dele, respeito muito. Passamos por muita coisa juntos", relata o jogador do Joinville.

Fora do país, Ramon ainda teve experiências no Bayer Leverkusen da Alemanha, no Tokyo Verdy do Japão e no Al-Gharafa do Qatar.

DEFENDOU SELEÇÃO COM LEÃO E FEZ GOLAÇO CONTRA A FRANÇA

A breve gestão de Emerson Leão à frente da seleção brasileira marcou a passagem de Ramon Menezes pela equipe nacional. Em 2001, o meia do Fluminense foi recrutado para a disputa da Copa das Confederações na Ásia, em torneio que marcou o fim do trabalho do atual treinador do São Paulo na CBF.

A seleção foi mal na competição, com empate sem gols com Canadá e Japão na primeira fase e derrota para a Austrália na decisão de terceiro lugar. No entanto, Ramon celebra sua participação no torneio da Fifa, pontuada por um belo gol de falta na derrota por 2 a 1 para a França na semifinal.

"Era um sonho jogar na seleção. É um dos objetivos pessoais de cada atleta. Tive a oportunidade de jogar com o Leão. A minha parte foi bem feita, mas com a mudança do Leão (substituído por Felipão) não tive mais oportunidade. Mas fiz uma grande Copa das Confederações", afirma Ramon, com retrospecto de seis jogos na equipe nacional.




Ramon usou a camisa número 20 na disputa da Copa das Confederações de 2001, no Japão e na Coreia do Sul. Na foto acima, a formação inicial da seleção dirigida por Emerson Leão para a partida contra o Canadá na primeira fase, que terminou empatada por 0 a 0.

Acima, da direita para a esquerda: Dida, Edmilson, Washington, Lucio, Zé Maria e Sonny Anderson. Agachados: Carlos Miguel, Ramon, Fabio Rochemback, Léo e o capitão Leomar.

Fonte: UOL