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Mandarino fala da assinatura de termo que impediu clássico em SJ


Quarta-feira, 09/11/2011 - 17:15

Em participação no programa "Só Dá Vasco" da última 3ª-feira (08/11), o vice-presidente de futebol do Vasco, José Hamilton Mandarino falou sobre os clássicos em São Januário e a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público.

ENGENHÃO X SÃO JANUÁRIO

"Eu vou começar pela questão hoje dos estádios que comportam jogos de maior porte na cidade do Rio de Janeiro. Os problemas do Engenhão e de São Januário, quanto ao seu entorno, são muito semelhantes. O entorno do Engenhão e o entorno de São Januário são ruas muito mal traçadas. No caso do Engenhão, porque a impressão que nos dá é que há um projeto incompleto. Fez-se o estádio, mas não se atentou com relação ao plano viário, aos acessos, seja de veículos, seja do público. A única coisa facilitadora do Engenhão é a linha do trem. O restante é caótico. São Januário é também um entorno muito difícil, porque também ali os planos viários, urbanísticos da cidade foram modificados, deturpados. Hoje, a situação também de acesso de público é extremamente dificultada. Sob esse aspecto, são absolutamente idênticas as situações, consequentemente, contribuindo, dentre outros aspectos, além do profundo desconforto para o torcedor, existem também as dificuldades adicionais com relação à segurança pública. Isso naturalmente que contribui enormemente para isso. As situações são muito semelhantes. Acredito que as nossas autoridades de segurança do Estado vejam sob essa forma também. É lógico que o Engenhão acaba tendo uma condição menos complexa do que São Januário porque São Januário é um estádio de porte menor. O Engenhão tem um porte maior, consequentemente, uma distribuição de público melhor realizada do que São Januário. São Januário concentra um número menor de pessoas, mas possibilita - isso é uma coisa que tem acontecido com muita frequência - um esgotamento rápido da venda de ingressos e, como tal, gera uma situação sempre difícil de ser controlada pelas forças policiais, por aqueles que administram o acesso do público ao estádio. São Januário acaba se tornando um tanto mais complexo do que o Engenhão, por esse aspecto."

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA ASSINADO EM AGOSTO

"Agora, do nosso caso particular, houve a assinatura desse TAC. Por interesse do Ministério Público, é disciplinar umas tantas questões, tanto no que diz respeito às instalações físicas do estádio, como no que diz respeito ao uso e normas de acesso e de orientação ao público - o torcedor - que se dirige a São Januário, para que sejam minimizadas as situações em que sobretudo o torcedor sofre as consequências. A intenção do Ministério Público, sem dúvida alguma, ninguém discute que é a mais positiva possível. Entretanto, lendo o TAC, você vê a necessidade de haver uma certa rediscussão daquilo que foi escrito, sem absolutamente o clube, o Vasco abdicar das obrigações que estão ali contidas. Mas a redação dada ao TAC é confusa, pouco clara em uma série de aspectos. Consequentemente, isso precisa ser melhor definido porque o clube não pode ser punido por ter um estádio próprio. Ele não pode. Não pode haver uma exigência se dando ao clube adversário a condição de impugnar a realização de uma partida de mando de campo do Vasco em São Januário. São situações que, no meu entender, necessitam ser aprimoradas para que essas relações produzam os efeitos desejados. Vivemos uma situação que de alguma forma nos frustrou, porque eu próprio, pessoalmente, me empenhei para que o jogo do Vasco com o Botafogo fosse em São Januário, por uma razão muito simples: porque o mando de campo é do Vasco. Esse argumento já seria suficiente para que a partida fosse realizada em São Januário. Eu me dediquei a essa tarefa, tentativa de levar o jogo para São Januário."

CBF TER MARCADO O CLÁSSICO PARA O ENGENHÃO EM MARÇO

"O fato da CBF ter publicado a tabela, isso não tem maiores implicações porque a CBF colocou a tabela dentro daquilo que se previa num dado instante. Mas nada impede que a tabela, no que diz respeito ao local de realização do jogo, seja modificada. A CBF está sempre aberta a esse tipo de procedimento, interesse. A CBF não colocou óbices para que o jogo fosse transferido para São Januário. O que trouxe uma limitação e frustrou essa nossa intenção foi o fato de existir um TAC, um Termo de Ajuste de Conduta, firmado entre o Vasco e o Ministério Público, que teve o objetivo de sanar problemas de anos atrás, de questões havidas em 2006 e até mesmo antes de 2006, em que havia uma pendência do relacionamento do Vasco, da instituição com o Ministério Público, e fez com que nós fôssemos conduzidos à assinatura desse TAC. Mas, sem dúvida alguma, dentro do meu juízo - é um juízo cuidadoso porque eu li detidamente o documento -, ele poderia ser apromirado, sem absolutamente perda do conteúdo e do que se desejou ali estampar."

PARECERES

"Nesse episódio dessa questão da transferência do jogo com o Botafogo, a Federação do Rio de Janeiro foi a favor, a CBF foi a favor, as autoridades de segurança do Estado foram a favor. Houve uma unanimidade de pareceres a favor da transferência. Até mesmo porque entenderam que não haveria absolutamente problema nenhum com relação a isso. O que aconteceu ao lado disso? Os termos com que esse TAC foi firmado e consequentemente a limitação, até mesmo porque nós não conseguiríamos, dentro do processo de admissão do uso de São Januário para jogos com as equipes grandes do Rio de Janeiro, não haveria como cumprirmos as etapas e rotinas previstas nesse Termo de Ajuste de Conduta. Aí, sim, se configurou a frustração da nossa intenção."

APROVAÇÃO DEPENDER TAMBÉM DO ADVERSÁRIO

"É verdadeiramente um paradoxo. A Confederação Brasileira de Futebol, como administradora do Campeonato Brasileiro, admite a transferência, mas o clube adversário tem a condição de impugnar. Isso é um paradoxo absoluto. No plano da realidade, é uma coisa um tanto inaceitável. São coisas que precisam ali ser aperfeiçoadas. É o meu juízo, entendimento."

VASCO X FLAMENGO

"O que acontece é o seguinte. A gente sobe essa escada degrau por degrau. Por enquanto, deixa essa rodada lá do final um pouco mais adiante para nós decidirmos o que vamos fazer. Na realidade, essa última rodada prevê a realização de todos os jogos no mesmo horário e no mesmo dia. Consequentemente, tem uma incompatibilidade preliminar porque nós temos aqui o Engenhão, que seria, vamos chamar assim, entre aspas, um campo neutro - apesar de ser o campo em que o Botafogo treina todo dia, mas é um campo neutro -, em que haveria dois jogos supostamente no mesmo campo neutro. É uma coisa que nós precisamos ver como é que essa tabela vai se revelar mais adiante, dentro do processo dessas rodadas que faltam para finalizar o Brasileiro, para a gente concluir qual seria o melhor arranjo, em termos dos jogos entre Botafogo x Fluminense e Vasco x Flamengo. Vamos aguardar."

Fonte: NETVASCO (transcrição)