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Juninho comenta viagem, liderança e expectativa pelo título brasileiro


Terça-feira, 20/09/2011 - 15:23

Juninho Pernambucano voltou. E já está à disposição do técnico interino Cristóvão Borges para a partida da próxima quinta-feira, diante do Atlético-GO, às 20h30m (de Brasília), em São Januário. Após desfalcar o Vasco em duas rodadas do Campeonato Brasileiro devido a uma viagem para a França, que já estava prevista no seu contrato, o camisa 8 mostrou toda a sua maturidade ao comentar a conquista da liderança no último fim de semana. Capitão e ídolo da torcida, tratou de frear a empolgação cruz-maltina lembrando que o importante é estar na frente na última rodada.

- Sinceramente? Não acho que siginifique nada ser líder na 24ª rodada. Não lhe dá direito a uma vaga na Libertadores e mesmo nem a tirar uma foto e emoldurar para lembrar que o time foi líder e depois terminou o campeonato na sétima posição, por exemplo... Lógico que passa uma mensagem positiva, de um time que, mesmo após a conquista da Copa do Brasil, não desistiu de seu objetivo, que joga a cada jogo e que vai lutar até o fim. Mas só isso.

Em uma entrevista franca de pouco mais de 30 minutos, Juninho ainda abordou temas como sua viagem para a França, o resgate do orgulho vascaíno, lembrou das dificuldades de seus títulos nacionais pelo Lyon-FRA, afirmou que, apesar da liderança, o melhor time do Brasil ainda é o Fluminense, atual campeão brasileiro, e revelou seu sonho de, pela primeira vez, ser campeão como capitão do Vasco.

Confira os principais trechos da entrevista do Reizinho abaixo:

Viagem

Perdi apenas dois jogos e uma semana. Mas sai bem fisicamente e consegui manter o nível de treinos por lá. Claro que não é o ideal, mas treinei no sábado, na segunda e nesta terça. Voltei sem estresse nenhum. Estou à disposição do Cristóvão no que ele decidir. Meu discurso é o mesmo do dia da minha apresentação. Estou aqui para ajudar o Vasco e desfrutar. Estou conseguindo manter um bom nível de atuações, concentrado, preparado e motivado para jogar o tempo que decidirem. O elenco tem muitas opções e isso é importante. O time pode perfeitamente jogar sem mim, como fez nas duas últimas rodadas. Hoje, poucos jogadores são insbistituíveis no mundo. Vou lutar sempre para fazer o meu melhor e jogar o máximo possível. Mas estou bem e pronto para mais uma batalha.

Resgate da confiança

Estava acompanhando o crescimento de longe já durante a Copa do Brasil. O Vasco tinha perdido a sua credibilidade com a torcida pelos anos sem título. Ainda sinto eles mais impacientes do que na minha outra passagem pelo clube. O público contra o Grêmio foi bom. Mas o jejum levou o torcedor a naturalmente a perder a esperança por vários problemas que o clube enfrentou. O título e a regularidade no Brasileiro, no entanto, estão ajudando a recuperar essa confiança. Só não dá para se empolgar. Somos líderes, mas ainda faltam 14 jogos. É muita coisa. Ser líder é bom, mas o importante mesmo é ser líder na última rodada. Fui sete vezes campeão nacional pelo Lyon e todos acham que foi fácil. Mas no primeiro não fomos líderes em nenhuma rodada. Demos a sorte de enfrentarmos o primeiro colocado na última rodada com apenas um ponto a menos. No bi, chegamos a ficar nove pontos atrás do líder. Tenho essas experiências na memória. É claro que gostaria de ser líder até o fim, mas o time precisa manter a humildade. Pé no chão e confiança sempre. Temos um grande elenco e a nossa força vem do coletivo. O caminho ainda será longo.

Melhor do Brasil

Senti uma empolgação muito grande de todos após a goleada sobre o Grêmio e a liderança. Mas ainda é cedo para acharmos que somos os melhores do Brasil. O atual campeão é o Fluminense, o melhor do país até agora. O próximo campeão só vamos saber mais para frente. Em um campeonato equilibrado como esse, no qual o lanterna pode ganhar do líder facilmente, é preciso ter atenção redobrada a cada jogo. Não adianta entrar em campo na próxima quinta já pensando em outubro, novembro... Temos de jogar para ganhar. O Atlético-GO vem de uma sequência boa, tudo pode acontecer. O equilíbrio é muito grande. Mas temos muitas variações no elenco e várias jovens revelações. Isso é muito importante. O Vasco sempre teve essa tradição de revelar jovens valores. Agora temos Dedé e Rômulo na Seleção. Estamos recuperando pouco a pouco o que o clube sempre apresentou. Mas não podemos parar. A ordem é continuar trabalhando.

Para ser o melhor

Ainda falta manter por mais tempo esse futebol apresentado até agora. Ficar mais tempo sempre entre os melhores. Estar todo ano entre os primeiros. Isso que faz uma equipe ser considerada muito forte. Na Europa, é fácil apontar os favoritos em cada país. No Brasil é bem mais equilibrado. A cada ano acontece uma renovação e a dificuldade para se manter entre os melhores aumenta. Sempre digo que é muito difícil montar um grande time, mas destruí-lo é facil. Chegar à liderança é complicado. Se manter lá é mais ainda.

Campeão e capitão

Lógico que sonhamos com o título a cada dia. Para mim seria um sonho poder ser novamente campeão brasileiro pelo Vasco, agora como capitão. Levantar uma taça em São Januário pela primeira vez antes de encerrar a carreira seria especial. Mas sei que ainda falta muito para isso.

Título e rescontrução

Seria histórico por tudo. Esse processo de rescontrução que o clube está passando, tanta luta para recuperar sua força, para o que representa o Vasco... Claro que todo título é importante. Ser campeçao, levantar o troféu. Tudo muito gostoso e gratificante. Mas não gostaria nem de falar muito nisso. Ainda temos muito chão pela frente. Só vamos ter noção mesmo na última rodada. Prefiro pensar que cada jogo tem sua importância, sua história. O pensamento agora é em outra final, dessa vez contra o Atlético-GO.

Fonte: GloboEsporte.com