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Paulo Mahomed, novo vice de remo, quer grandes nomes de volta ao Vasco


Quarta-feira, 14/09/2011 - 15:45

Em participação no programa "Só Dá Vasco" desta 3ª-feira (13/09), o novo vice de remo do Vasco, Paulo Cesar Mahomed Alli, disse que priorizará trazer de volta os melhores atletas que deixaram o Vasco.

"Nós temos uma escolinha, só que estamos num momento precário. Nós estamos passando uma fase de revitalização. Nós precisamos revitalizar o remo. O meu desafio é esse. O que eu pretendo é revitalizar, trazer os atletas que foram embora, razões, óbvias, que tivemos problema de ordem financeira. Mas nada que a gente não possa sanear e trazê-los de volta. Já tive alguns contatos no sábado, na regata. Muitos vieram me saudar, alguns antigos. Eu me senti bastante gratificado e vi que aqueles que por razões financeiras se afastaram, estão esperando de mim um novo contato, uma nova chamada."

"Quero deixar bem claro que quem implantou esse sistema de remunerar os remadores amadores na minha sede fui eu. Fui eu que criei. Mas como? Eu fiz convênio com colégios, conseguia bolsa de estudo, subsidiava eles no aluguel, na faculdade, em alguns colégios que eu não tinha convênio. Eu implantei isso e deu certo. Tanto deu certo que nós fomos durante muitos anos campões. Agora, dentro de um critério saudável. Eu não atrasava. Eu tinha certos recursos. Eu tinha uma certa autonomia que lutei com o presidente para conseguir e ele me deu. Nessa autonomia, eu conseguia administrar. A minha receita, em que pese pequena, era suficiente para atender aquele pessoal. Todos ficavam contentes com isso e se dedicavam ao remo. Fomos campeões e não tinha uma folha como tem hoje. Hoje, a folha está alta e a qualidade não está boa. Esse é um grande problema."

"Eu estou fazendo um levantamento bem minucioso, mas o que encontrei foi uma folha de pagamento de R$ 100 mil. R$ 100 mil é a folha de pagamento entre atletas e comissão técnica. Você tem atletas que não têm pontuação. Eu sou um pouquinho radical em certas situações. Eu tenho que trazer o melhor. Os melhores que saíram, eu tenho certeza que vou buscá-los de alguma forma. Mas, para isso, eu preciso sanear a minha parte financeira. Esses R$ 100 mil, se pagos em dia, não seria tanto problema, daria para administrar. Obviamente, se tivéssemos um valor maior, daria uma certa folga para você ter condições de administrar mais a parte técnica de atletas. É um atleta de ponta a mais que você precisaria remunerar um pouco mais. Hoje, a realidade é que não existe mais o esporte amador. O esporte amador, nós temos que lembrar o seguinte. Ele estuda, tem lazer, precisa sobreviver. Na maioria dos casos, são garotos que não têm muitos recursos, famílias relativamente pobres, não são famílias abastadas, são pessoas que têm necessidade de um mínimo. Além de contarmos também com aqueles problemas de ordens pessoais. Eu sou muito ativo nesse ponto, participo, chamo o atleta para conversar e procuro saber dos problemas deles."

"A motivação maior é a pontualidade no compromisso de pagamento. Nem há necessidade tanto do bicho. O mais importante nisso é a pontualidade, o compromisso. Ele quer contar com aquele dinheirinho dele, ainda que mínimo, seja lá o que for, na data certa, no momento exato, sua faculdade paga em dia, seu aluguel pago em dia, e uma boa condição de barco, de equipamento para ele poder treinar. Eu sempre dei isso para eles e esse é o meu objetivo da revitalização. Agora, por muito menos a gente consegue. Eu acredito que com R$ 200 mil por mês eu vou fazer um belíssimo trabalho. Eu vou brigar por patrocínios, mas tenho um problema. Os patrocínios têm que vir em vias diversas. Eu tenho duas receitas, sem contar com a Eletrobras, e não vem para o remo. Ela vai para os cofres do Vasco e para sair é difícil."

"Nós também temos atleta de base, mas esse atleta de base - isso que é importante - tem o colégio dele que está em atraso, ele tem pendências, então não tem motivação. Isso gera um problema seríssimo. Sem contar que você ainda tem o adversário que fica aliciando, está tirando proveito do Vasco nesse momento de dificuldade e puxando para os seus clubes. Por exemplo, na regata de sábado eu fui cumprimentar a Fabiana. A Fabiana foi nossa remadora. Ela e o marido dela. Eu inclusive pretendo restabelecer, conversar com o marido dela, porque ele sempre foi um grande remador, um cara bacana. Eu não tive o prazer de conhecê-lo, mas já soube que por problemas pessoais ele saiu com a esposa e com os atletas também."

Fonte: NETVASCO (transcrição)