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Pai e massagista cego são os 'dois pais' de Anderson Martins


Domingo, 14/08/2011 - 13:23

"Você é louco de deixar ele ir para Salvador." Esta era a queixa da mulher de seu Luiz Martins quando o pequeno Anderson, então com 11 anos, estava com passagem comprada para sair de Fortaleza e fazer um teste no Vitória. Nos mais de 10 anos que esteve longe da família, Anderson Martins teve a ajuda de muita gente no Barradão, mas principalmente de Edmilton Pedreira, o Tuca, massagista do Rubro-Negro baiano,um outro pai para o zagueiro do Vasco. Hoje, na segunda partida seguida contra o Palmeiras, às 16h, em São Januário, apenas o pai ‘verdadeiro’ vai estar no estádio.

“O Tuca é um paizão mesmo. Ele faz parte da nossa vida. Temos muita gratidão, porque o Tuca foi muito importante naqueles momentos que o Anderson chegou sozinho na Bahia”, lembra seu Luiz, pai de Anderson, que vai ver o filho ao vivo pela primeira vez com a camisa do Vasco.

Ex-jogador, Tuca perdeu a visão aos 16 anos, quando teve deslocamento de retina ao levar uma bolada na cabeça. Mas isso não o impediu de trabalhar no futebol do clube baiano. Muitomenos de ficar muito amigo de Anderson. “Agentedizia que quem chegasse primeiro à seleção brasileira levaria o outro.Mas acho que ele vai chegar bem antes do que eu”, brinca o massagista, que engana muita gente com a sensibilidade desenvolvida sem a visão.

“Era impressionante como ele subia correndo, sozinho, um escadão lá no Barradão. Quando a gente ia levá-lo em casa, ele se localizava pelos quebra-molas”, lembra Anderson Martins, que lembra de outra. “Uma vez ele e o Betão, da musculação lá do Vitória, pegaram um ônibus para o Centro. No meio do caminho, ele percebeu pelas curvas que estavam fazendo que tinham pego o ônibus errado. Em vez de as pessoas ajudarem ele, era ele que ajudava os outros”.


Anderson abraça Tuca na festa de casamento do zagueiro, há dois anos.



O pai, seu Luiz, mostra o carinho pelo filho. Primeiro como zagueiro já vestindo a camisa vascaína e depois em território rubro-negro, no Barradão, estádio do Vitória. Ele levou o filho para Salvador, com 11 anos.


Fonte: Marca