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Confira análise financeira dos finalistas da Copa do Brasil


Quarta-feira, 01/06/2011 - 14:41

Atendendo a um pedido deste OCE, o Carlos Aragaki, da Parker Randall Auditores Independentes, preparou uma rápida análise sobre as finanças dos dois finalistas da Copa do Brasil – Coritiba e Vasco da Gama.

Era minha intenção apresentar um complemento ao trabalho do Carlos, com as receitas operacionais de cada um dos clubes. Infelizmente, porém, isso não foi possível. Primeiro, porque não consegui o balanço do Coritiba. Aliás, tal como o Coritiba o Vasco da Gama também não está cumprindo a lei, pois seu balanço não está disponível em seu site oficial. A legislação determina que esses documentos devem ficar expostos pelo mínimo de 90 dias nos sites oficiais dos clubes e das federações. O balanço vascaíno obtive a partir de uma pesquisa no site NetVasco, uma vez mais. Nesse ano, contudo, tive certa dificuldade em achá-lo, embora o site apresente uma boa análise com fácil acesso via pesquisa na ferramenta de busca ou pelo Google.

As duas federações estaduais também não trazem os balanços desses clubes. No site da Federação Paranaense há o link para os balanços dos clubes. Ao acessá-lo, deparamos com um único balanço, de um clube chamado Cincão. Parabéns ao Cincão, o único clube paranaense a cumprir a lei. Na semana passada, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro não trazia nenhum balanço de clube, sequer um link para tal seção. Na madrugada de hoje, por desencargo de consciência, tentei acessar o site desde cinco horas, mais ou menos, e nada. Não creio que os balanços dos clubes tenham aparecido, de qualquer forma.

Procuro obter os balanços da mesma forma que um torcedor comum conseguiria. Esse é o espírito da lei, sem falar que balanço é documento público e não privado. Mas, pelo jeito, se quiser os balanços de muitos clubes creio que precisarei contratar algum especialista, como aquele representado por Tom Cruise em “Missão Impossível”. Pena que meu dinheiro não dá para tanto.

Com o balanço do Vasco na telinha fui em busca de suas receitas operacionais.

Nada.

Como de hábito, o clube não discrimina o quanto recebe de quem. O máximo que faz é discriminar 72,4 milhões como receita do futebol profissional.

Ficamos assim, então: nada a mostrar.

Transparência pouca é bobagem, mesmo.

Com o pouco de transparência que há, vamos à análise do especialista Carlos Aragaki.

O Raio X de Coritiba e Vasco pela Parker Randall:




Prejuízo

O Vasco da Gama apresentou prejuízo de 17 milhões de reais em 2010, substancialmente em função das despesas com salários e jurídicas. Em salários o aumento foi de R$ 10 milhões.

Como o time retornava para a série A após o título de campeão da série B em 2009, o clube procurou se reforçar mais para 2010, embora não tenha ficado entre os primeiros colocados nesse Brasileirão. Adicionalmente, suas receitas caíram em R$ 5 milhões.

O Coritiba, semelhante ao seu rival na final da Copa do Brasil, apresentou prejuízo de 13 milhões e sua queda para a série B pesou nas receitas de competições. Embora tivesse contido suas despesas com redução de até 4 milhões em 2010, principalmente no futebol profissional e nas despesas administrativas.

Receitas

A receita do Vasco foi maior em 2009. Esse fenômeno é explicado pelo ocorrido com outros grandes clubes que caíram para a série B, como Corinthians, Atlético MG e Grêmio, por exemplo. O apelo das torcidas a favor do clube é grande e as receitas aumentam significativamente.

Interessantemente, o Coxa não teve o mesmo reflexo total em suas receitas, que no ano do rebaixamento foram menores que as de 2009: um total de R$ 41 milhões em 2009 contra R$ 31 milhões em 2010. Isso ocorreu porque sua perda com competições foi maior. Todavia as mensalidades de sócios até aumentaram de R$ 7 milhões para R$ 9 milhões, demonstrando o apelo causado pela queda em apoio dado pelos sócios, que efetivamente contribuíram mais.

No geral, o Vasco arrecada mais que o Coxa, ficando na casa dos R$ 83 milhões contra a oscilação de R$ 41 e R$ 30 milhões do clube paranaense. Considerando que em anos distintos – em 2009 o Vasco e em 2010 o Coritiba – ambos passaram pela série B.

Liquidez Corrente

Na liquidez corrente (significa quantos Reais os clubes possuem para cada Real de dívida no curto prazo) o Vasco está melhor que o Coxa! Mas isso não é para se animar, pois os 2 estão em má situação.

Em 2010 para cada real de dívida o Vasco possui R$0,48 centavos para paga-lo, já o Coxa, para cada 1 Real de dívida no curto prazo possui R$ 0,12 centavos, ou seja, se ambos os clubes fechassem as portas em 31 de dezembro com base nos balanços não teriam como pagar os credores.

Fonte: Blog Olhar Crônico Esportivo - GloboEsporte.com