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Leonardo Gonçalves pede fim da 'guerra política' no Vasco


Sexta-feira, 18/03/2011 - 13:41

Leonardo Gonçalves, de 37 anos, pode completar o ciclo de renovação na presidência dos quatro grandes clubes cariocas. Depois de Maurício Assumpção no Botafogo, Patrícia Amorim, no Flamengo, e Peter Siemsen, no Fluminense, o empresário do ramo de tecnologia e eventos foi indicado pelo grupo de oposição chamado "Cruzada Vascaína". Nessa quinta-feira, ele foi lançado oficialmente como candidato que não concorda que busca os votos dos afiliados vascaínos descontentes com a administração Roberto Dinamite e que não querem a volta de Eurico Miranda.

"Estávamos insatisfeitos com essa guerra política, entre o grupo do Roberto e do Eurico, que vai vir representado pelo candidato Pedro Valente. Fazemos uma oposição de forma construtiva, colocamos projetos que oferecemos já a essa gestão, e sempre optamos por fazer fiscalização do clube, sem ofensas pessoais", disse Leonardo, que acredita que a candidatura de José Henrique Coelho, ex-vice-presidente de Roberto Dinamite, seja associada à guerra política no clube.

Ex-diretor do futsal e do futebol amador entre 2004 e 2008, Leonardo cita a revelação de valores como Phillipe Coutinho, Alex Teixeira, Souza e Allan Kardec como méritos da sua gestão nesses departamentos. Entre as propostas de "governo" - assim a Cruzada chama o projeto de gestão do Vasco - estão a criação de um plano de marketing que teria o nome de "Mundo Vasco", no qual seria feito um senso com os torcedores vascaínos espalhados pelo Brasil.

"Só como uma grande pesquisa para se aproximar do torcedor, ter esse feed back para depois ter um retorno financeiro entendendo o que eles querem. Durante esse tempo todo, o nosso grupo se preparou para essa campanha, ao contrário do grupo político que hoje está lá, o MUV, que ficou oito anos apenas querendo tirar o Eurico, mas sem plano de governo", diz Leonardo, que critica a falta de transparência na apresentação de contas do Vasco na gestão Roberto.

Sobre a campanha de sócios, que trouxe cerca de 10 mil novos associados, Leonardo não vê vantagem ao atual presidente. "Muitos estao insatisfeitos com a administração do Roberto, que até tem feito um bom trabalho na parte de manutenção de patrimônio", reconhece ele, que crítica, principalmente o departamento jurídico do clube: "Precisamos renegociar um acordo no Tribunal Regional Trabalhista (TRT), inibir um pouco a série de ações de penhora que o Vasco tem".

SEM CAÇA ÀS BRUXAS

Ao contrário da "caça às bruxas" (demissão de funcionários da era Eurico) que considera ter acontecido na gestão Roberto, Leonardo não pretende demitir ninguém num primeiro momento. Ele disse até que pretende governar com outras forças em outras vice-presidências, conforme forem as competências de outros grupos políticos. Mas é extremamente crítico ao planejamento do departamento de futebol.

"Ano passado no meio do Campeonato Brasileiro, eles tiveram que fazer várias contratações desesperadas. Agora acontece a mesma coisa. Houve um erro de avaliação até em manter um técnico em crise com o elenco. Depois do início péssimo ano, agora contratam desordenadamente", avalia Leonardo, que, no entanto, não dispensaria Rodrigo Caetano, diretor-executivo do Vasco.

"Não penso em mandar ele embora. Mas queria entender porque ele não conseguiu fazer um planejamento correto em 2010 e 2011. O Rodrigo parece competente, é jovem assim como eu, mas preciso entender qual a falha no planejamento, se foi na diretoria, se foi na gestão do clube", disse.

ELETROBRÁS

Sobre o contrato de patrocínio do Vasco com a Eletrobrás, que até hoje só pagou dois meses ao clube por conta dos entraves burocráticos com a estatal, o candidato considera "lamentável" a questão.

"Mostra uma desorganização absurda você ter um contrato de R$ 14 milhões por ano que não recebe. Não sei se foi feito o caminho mais simples ou se foi o mais burro, mas o clube não se preparou para driblar esses problemas".

Fonte: Marca Brasil