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Confira entrevista com Rodrigo Dinamite, atacante dos juniores


Terça-feira, 04/01/2011 - 06:31

Rodrigo Dinamite Dos quatro filhos do ídolo e presidente Roberto Dinamite, o mais conhecido é o caçula, curiosamente o único do sexo masculino. Rodrigo Dinamite Marins de Oliveira, de 18 anos de idade, fruto do casamento do mandatário vascaíno com sua segunda mulher Liliane Marins, já passou algumas vezes pela mídia. Em 2001, estava ao lado do pai, quando ambos foram convidados a se retirarem da Tribuna de Honra de São Januário, por um ex-vice-presidente do clube, por não possuírem credencial para frequentar o espaço, em um dos episódios extra-campo mais lamentáveis da história recente do Vasco.

"É uma coisa que nunca vou conseguir esquecer. Você tem filho? Quem tem vai entender o que vou falar. Imagina você estar na sua casa e ser expulso dela com seu filho? Aquilo não magoou o ídolo, o ex-jogador. Magoou o pai, o homem, o chefe de família. Não sabia o que dizer para meu filho", revelou o presidente e pai Roberto Dinamite, em entrevista recente ao Globoesporte.com, sobre o ocorrido.

Em meados de 2007, Rodrigo optou em jogar no CFZ e, posteriormente, pelo rival Fluminense por ter medo de represálias em função do pai ser o principal artífice da Oposição contra Eurico Miranda. Quando o pai assumiu a presidência, ele, finalmente, pôde vestir a camisa vascaína.

Atualmente, o jovem atleta está nos juniores do Vasco e é presença certa na próxima Copa São Paulo de Futebol Júnior, que começará no próximo dia 04 de janeiro e espera chegar ao profissional para repetir os passos do pai. Ao lado do atacante Romarinho e do meia Andrey, filhos respectivamente de Romário e Geovani, representam, nos torcedores mais saudosos, a possibilidade de ver em campo o trio que marcou a instituição no final dos anos 1980: Andrey, Romarinho e Rodrigo (Geovani, Romário e Roberto).

Em pleno dia de Natal, Rodrigo falou com o SEMPREVASCO.COM e comentou, em entrevista exclusiva, sobre a carreira, as expectativas, a expulsão da Tribuna e a avaliação que faz, como torcedor, do mandato do pai.

Seu pai imortalizou para sempre na memória dos vascaínos a camisa dez. Se Romário é onze e faz desse número sua marca, para o vascaíno, dez sempre será Roberto. Como você enxerga a possibilidade de envergar a camisa vestida por craques como Edmundo, Ademir e Roberto?

Sou um privilegiado por vestir camisas que craques imortais usaram no Vasco da Gama, e quero continuar a vestir a camisa 10 com raça e dar alegria à imensa torcida vascaína.

Participar de jogos ao lado do Romarinho faz com que os vascaínos mais saudosos relembrem os bons e velhos tempos gloriosos do Vasco da Gama. Qual a possibilidade de vocês dois repetirem o sucesso dos seus pais no profissional? E quem é melhor: Rodrigo Dinamite ou Romarinho?

Existe e é grande a possibilidade de jogarmos juntos no profissional. Estou nos juniores treinando forte para a Copa São Paulo e também para quando pintar uma vaga no profissional, eu possa entrar 100%. Os dois tem as suas qualidades e seus defeitos.

Contra o Flamengo, no Campeonato Estadual juvenil deste ano, você entrou no fim do jogo e participou da jogada do gol da vitória por 1 a 0. Ser carrasco do Flamengo dentro de campo é uma característica da família Oliveira? (Risos).

(Risos). Vasco x Flamengo não tem nada igual. Consegui entrar aos 46 minutos, arranjei o escanteio aos 47 e dei o passe pro gol aos 48. Não tem nada melhor que ganhar deles. Espero que seja sempre assim.

Em 2001, você e o seu pai estavam na Tribuna de Honra de São Januário, naquele fatídico episódio que vocês foram convidados a se retirarem. O que passou pela sua cabeça, ao ver você e o seu pai, ídolo da instituição, expulsos do clube que tanto amam?

Apesar da minha idade, vi que estavam tendo falta de respeito com o maior ídolo da história do Club de Regatas Vasco da Gama, até porque o ex-presidente Calçada nos convidou para assistir o jogo na Tribuna; mas tem pessoas que não entendem isso, que o Roberto Dinamite deu e até hoje dá a vida por esse clube, enquanto outros estavam ali na Tribuna por estar.

Como torcedor do Vasco, o jovem Rodrigo já cobrou algum reforço do presidente Roberto Dinamite para a equipe?

Eu não cobro nada do presidente, pois sei da situação e também entendo o que a outra diretoria fez com o clube, como o deixou. Infelizmente, não é de um dia para o outro que vai tudo voltar às mil maravilhas, mas posso ter certeza que a cara do Vasco mudou. O Vasco estava sendo visto como um clube sujo, que todos odiavam. Hoje em dia, as coisas estão mudando para melhor.

Algum reforço trazido pelo seu pai que você mais gostou?

Não vejo assim como o que eu mais gostei, pois o time do Vasco é um ótimo time. É só ter um foco que, com certeza, esse time nos dará muitos títulos.

Ainda como torcedor, como você avalia o mandato do presidente Roberto Dinamite à frente do Vasco? Tão faltando os títulos?

Não vou falar isso por ser filho dele, mas como torcedor; claro que a torcida fica chateada com a falta de títulos, entretanto o torcedor vascaíno pode ter um motivo para ficar feliz. O presidente faz de tudo para ver o que ele mais ama - que é o Club de Regatas Vasco da Gama - bem. Com o tempo, e com a melhora da situação financeira, o Vasco voltará a ser aquele Vasco da época de Roberto Dinamite brilhando nos gramados.

Você deve ter em mente algum plano B, caso sua carreira como jogador profissional não dê certo...

Plano B, não tenho ainda. Terminei os estudos já e se tivesse tempo, entraria em alguma faculdade. Se Deus quiser, vai dar tudo certo.

Como é a sua rotina diária?

Eu treino pela manhã, almoço, depois descanso e malho. Depende também do horário do treino.

Na sua casa todos são vascaínos? Sua mãe, seus tios? Como é a torcida aí?

Todos são vascaínos e torcem bastante.

Você sofre de grande cobrança pelos torcedores para que seja tão grande quanto seu pai. Entretanto, amargou o banco de reservas no juvenil e nos juniores. Quais são as suas expectativas para reverter esse quadro? Acha que sofre preconceito dos treinadores?

Eu amarguei, sim, banco no juvenil. Nos juniores, tive mais oportunidades. Espero a minha hora e sei que ela vai chegar e, como eu disse, quando chegar, eu sei que vou dar conta do recado. Acho que, querendo ou não, tem aquele preconceito por eu ser filho do presidente, ser filho do Roberto Dinamite, mas eu faço o meu e o que tiver que ser vai ser.

Muitas pessoas dizem que você está no Vasco só por causa do seu pai, e que você não tem talento...

Não gosto de mandar recados. Quando o treinador do profissional me der oportunidades, vou fazer de tudo para agarrá-las. E, eu, Rodrigo, não preciso mostrar meu potencial a ninguém; só tenho que fazer minha parte dentro do campo que aí, sim, no final, os críticos só vão elogiar.

Seu pai estreou pelo profissional do Vasco, em 1971, entretanto, não correspondeu às expectativas logo de início e retornou ao Juvenil ficando por lá dois anos. Teve um início de carreira complicado... isso te motiva a superar as dificuldades de agora também?

Motiva sim. Tenho potencial e sei que só depende de mim. Se eu fizer por onde, vou chegar e mostrar porque estou no Vasco. Pretendo e vou, no futuro, dar mais alegrias para a torcida do Vasco.

Fonte: SempreVasco.com