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PC, sobre Dedé: 'Vem crescendo muito no passe e no desarme'


Terça-feira, 31/08/2010 - 10:30

Se algum vascaíno teve motivos para deixar São Januário, no sábado, comemorando, este foi Dedé. O zagueiro teve seu nome gritado pela torcida durante o jogo e, ao final da partida, alguns mais empolgados chegaram a pedir seu nome na seleção. Euforia ou não, o fato é que o jogador é um dos poucos que tiveram o nome exaltado nas arquibancadas nestes anos de vacas magras dentro de campo. Tratando-se de um zagueiro, então, o último a obter tamanho carisma foi Mauro Galvão, na década de 1990.

— Fico muito feliz de ver meu nome sendo gritado. Lembro logo das coisas ruins que deixei pra trás — disse.

As coisas ruins às quais se refere passam a real noção da velocidade com que deu a volta por cima. Se hoje é admirado, há dois meses o jogador era ironizado pela torcida. No desembarque após a goleada para o Santos, em junho, Dedé era um dos mais assustados com a recepção dos torcedores.

— Eu sabia que haveria cobrança. Mas não esperava que fosse daquele jeito. Guardei aquela sensação e transferi para o campo.

No início do ano, Dedé teve poucas chances com Vagner Mancini. Sua participação mais marcante foi num coletivo em que deu uma entrada em Carlos Alberto e o tirou das finais da Taça Guanabara. Tempo que ficou para trás.

Com apenas 22 anos, Dedé tem idade para jogar na jovem seleção de Mano. E os números comprovam sua evolução.

— É um jogador que vem crescendo muito no passe e no desarme — elogiou PC Gusmão, que teve influência na opção de Dedé em não aceitar proposta do futebol coreano há cerca de um mês. — Disse a ele que iria crescer se ficasse. Ele confiou em mim e abriu mão de um salário alto.

Consciente de que ainda tem muito a crescer, Dedé não se vislumbra com os gritos de seleção. Por enquanto, seu sonho é seguir os passos de Aílson, zagueiro que conheceu no Volta Redonda e hoje está no Rio Branco-ES.

— Até hoje peço conselhos a ele.

Um sonho modesto, que mostra a coerência de um jogador que sabe que cada passo tem seu tempo.

— Falo para ele não se esquecer que futebol é imprevisível. Com a humildade que tem, vai longe — disse Aílson.

Fonte: Jogo Extra - Extra Online