Com formação ousada com um volante de ofício, Vasco mostrou versatilidade contra o Boavista
Domingo, 03/03/2019 - 12:57
Quem viu a escalação do Vasco antes da vitória por 2 a 0 sobre o Boavista, neste sábado de Carnaval, pode ter pensado: "Alberto Valentim está ousado, né? Será que o time não vai ficar muito exposto?". Com Thiago Galhardo e Bruno César em campo, Lucas Mineiro seria o único volante de ofício em São Januário. Na prática, viu-se uma equipe equilibrada e cirúrgica.

O Vasco, sejamos justos, não teve tanta facilidade durante os 90 minutos, mesmo vencendo por 2 a 0. A equipe do Boavista, durante parte do primeiro tempo, conseguiu neutralizar as principais jogadas do time comandado por Alberto Valentim. Depois que abriu o placar, o Cruz-Maltino teve mais facilidade.

Destaque para as atuações de Bruno César, Rossi e Marrony, os melhores em campo. No ataque, o trio deu muito trabalho com jogadas de velocidade e em profundidade. Veja, abaixo, a análise da vitória do Vasco:

Início com pressão, mas queda rápida

Como tem sido costume, o Vasco começou a partida em São Januário tentando pressionar o Boavista. Jogadas pelos lados, bolas na área, triangulação no meio. Em dois lances seguidos, quase abriu o placar. Primeiro, Lucas Mineiro arriscou de fora da área e obrigou o goleiro adversário a fazer boa defesa. No escanteio, Ribamar quase marcou.

Mas foi só. Nos minutos seguintes, até abrir o placar com Marrony, o Vasco perdeu intensidade. A bola rodava nos pés de Lucas Mineiro e Thiago Galhardo, os volantes, mas não saía dali. Os lançamentos da zaga para o ataque paravam nos defensores do Boavista. Faltava criatividade, apesar dos dois meias em campo.

A velocidade pelos lados, com Marrony e Rossi, parecia esbarrar num "paredão" do adversário em São Januário. Batia e voltava. Quando a torcida se animou com um pênalti marcado, a arbitragem voltou atrás. Mas aí apareceu a categoria de quem foi contratado no início do ano justamente para fazer a diferença.

Bruno César em uma tarde inspirada

O meia, ex-Sporting e com anos de Europa na bagagem, segue melhorando a cada partida com a camisa do Vasco - esta foi a sétima, a quarta como titular. Em dois lances, um em cada tempo, decidiu a vitória sobre o Boavista.

Na etapa inicial, em meio à retranca adversária, Bruno César cobrou falta no contrapé do goleiro, que conseguiu voltar a tempo para rebater, mas a bola sobrou nos pés de Marrony. Depois do intervalo, o meia acertou ótimo passe em profundidade para Rossi ampliar.

Pontas "agudos"

Com Pikachu no banco para Rossi ganhar mais tempo em campo, o Vasco teve um ataque com mais profundidade. Tanto o substituto do artilheiro de 2018 quanto Marrony, do outro lado, deram mais velocidade e jogadas pelas laterais.

Rossi, pela direita, e Marrony, pela esquerda, costumam jogar mais em direção à linha de fundo, enquanto Pikachu gosta de ir para o meio, tanto que está sempre perto do gol adversário. O estilo de jogo da dupla titular contra o Boavista "empurra" mais a zaga do outro lado - e foi assim que o Vasco tanto insistiu no primeiro tempo, sem sucesso.

Quando esteve à frente no placar, o Cruz-Maltino passou a ter mais espaço pelos lados, e Rossi e Marrony apareceram em diversas jogadas. Boa opção de combinação para o técnico Alberto Valentim.

Entre os dois lances, Bruno César mostrou mais uma vez porque o Vasco tanto tentou contratá-lo - antes de janeiro, já havia tentado uma vez, no meio de 2018. Enquanto o Boavista se segurava atrás, o meia arriscava lançamentos, dava passes em profundidade. Errava, é claro, até por arriscar com frequência, mas tentava a todo momento algo "diferente".



Fonte: GloboEsporte.com