Thiago Galhardo extravasa em ida ao estádio para torcer pelo irmão, que joga no Goytacaz
Sexta-feira, 28/12/2018 - 11:29
Ele se levanta, coloca a mão na cabeça, grita, pula e xinga. Xinga muito. Não venha falar sobre trabalho com Thiago Galhardo dois dias depois do Natal. Naquela tarde nublada em Campos, no Norte Fluminense, o meia do Vasco só queria saber de torcer. Ele assumiu o papel de frequentador de uma empoeirada arquibancada em raro momento do ano, no qual consegue assistir a um dos jogos do irmão, Gabriel Galhardo, também meio-campista que defende o Goytacaz. A ocasião é ainda mais especial porque se tratava de um clássico contra o Americano, pela fase preliminar do Carioca-2019.

Nesta quinta-feira, Thiago Galhardo "perdeu a linha". Espontâneo, extravasou. Quando o time do irmão abriu o placar, gravou stories no Instagram, mandou áudio no grupo de Whatsapp e fez até gesto obsceno em frente ao celular. Thiago aproveitou a liberdade que o papel de torcedor lhe deu.

Em outros momentos de empolgação, cantou "Goyta, você é minha vida" e reclamou das marcações do árbitro Bruno Arleu - que expulsou um jogador do Americano e, já no segundo tempo, dois do Goytacaz. Em Campos, Thiago Galhardo estava à vontade. Até porque a família é benquista na região. Explica-se: foi de Gabriel o gol do título do Goyta na Série B1 de 2017.

Sentado ao lado do empresário Flávio Trivella, Thiago Galhardo chegou a brincar que não iria treinar com o Vasco no dia 6 de janeiro, data do próximo jogo do Goytacaz, contra o Resende, fora de casa. Mas a partida não foi toda comemoração porque, após falha do goleiro, o Americano empatou, mesmo quando ainda estava com um jogador a mais: acabou 1 a 1.

- Infelizmente, não foi o resultado que queríamos. Era para vencermos esse clássico. Não estou jogando, mas fico fora torcendo igual a um louco. Hoje, eu consigo entender um pouco os torcedores nessa história de xingar e falar - comentou Thiago Galhardo.

A visita ao estádio Ary de Oliveira e Souza, onde foi muito cumprimentado e atendeu a vários pedidos de fotos, significa o espaço de tempo em que a lógica se inverte na família. Na maior parte das vezes, é Gabriel, cinco anos mais novo, quem vê os jogos de Thiago.

- É impossível acompanhá-lo. O calendário é bem corrido e tem um mês de férias. Por esse calendário inacreditável do Carioca, que é um pecado jogar dois dias depois do natal e cinco depois do ano novo. Mas eu consigo ter um dia como torcedor. Somos muito próximos. Sempre que ele pode assistir aos meus jogos, ele vai. Tento fazer o mesmo. Ver o que ele fez em campo hoje dá alegria - disse o meia do Vasco, que esteve no vestiário do time do técnico Athirson, ex-Flamengo, antes, no intervalo e após a partida.

Encerrada a corrente no vestiário, uma tentativa de puxar assunto a respeito do que está por vir na temporada do cruz-maltino tem como retorno uma resposta sincera: nas férias, o momento é de se "desligar" do clube.

- Eu quero ficar no meu canto, curtir minha família, meus amigos, viajar. Quero fazer tudo o que eu não faço em 11 meses. Para ser bem sincero, não acompanho nada. Procuro ficar fora das notícias. Fico sabendo de uma coisa ou outra porque tenho amigos vascaínos. Mas nem entro na Globo.com. Se não nos desligarmos um pouco do clube em que temos vivido, ficamos perdidos - finalizou o meia, em dia de torcedor.



Fonte: O Globo Online