No ranking de lesões da Série A em 2018, Vasco ficou em 10º lugar ao lado de outros 3 clubes
Quarta-feira, 19/12/2018 - 12:40
A perda de jogadores para o departamento médico influi diretamente na quantidade de opções para cada partida na temporada e mesmo nos resultados obtidos em campo. Por tudo isso, o GloboEsporte.com acompanhou durante a temporada 2018 com a equipe Espião Estatístico e a ajuda dos setoristas dos 20 clubes que disputaram a Série A do Brasileirão e informações dos sites oficiais cada lesão que desfalcava as equipes jogo após jogo. Foram desconsiderados da lista os atletas poupados por desgaste físico ou com problemas fisiológicos.

Entre todos os clubes da elite, o Atlético-MG foi quem menos teve baixa médica: apenas 17. Médico do Galo e da seleção brasileira, Rodrigo Lasmar explicou que o clube tem um programa de prevenção de lesões e recuperação dos jogadores após treinos e jogos. Além disso, lembrou do trabalho conjunto realizado entre departamento médico e preparação física, que trabalham com uma filosofia alinhada.

- Nós criamos um setor específico dentro do Departamento Médico e desenvolvemos um programa de prevenção de lesões e recuperação dos jogadores após treinos e jogos. Hoje temos um fisioterapeuta com dedicação exclusiva para este programa que trabalha junto com o fisiologista. Assim conseguimos trabalhar especificamente nas deficiências de cada jogador e individualizar todas as cargas de treino. Implementamos essa metodologia inovadora há dois anos e desde então temos visto que nossos números de lesões têm diminuído seguidamente.

Envolvidos na disputa pelo título do Brasileirão, Flamengo e Palmeiras foram bem também quando o assunto era evitar contusões de atletas. Com elencos recheados de opções, ambos puderam rodar mais os times e, com isso, evitar o maior desgaste. O Rubro-Negro terminou o ano com 25 contusões e o Palmeiras com 28.

Chefe do departamento médico do Flamengo, Márcio Tannure lembrou que o time pôde jogar com força máxima na maior parte dos jogos e que o desempenho ajuda nas opções para o técnico em cada partida.

- O Flamengo foi o único time esse ano que jogou as três competições sem poupar e mesmo a gente não poupando conseguimos fazer com que eles performassem, que é a nossa obrigação, a gente teve um baixo índice de lesão. Com certeza isso nos deixa satisfeito. Mostra que o trabalho que vem sendo feito é bem executado, bem realizado e está dando frutos para o clube, que é o nosso objetivo: ver os jogadores performando, aptos e sempre o menor tempo possível no DM. O que é uma economia financeira para o clube. Isso é um ganho técnico para o treinador que pode contar na maior parte do tempo com seus principais jogadores.



Na outra ponta do ranking está o Grêmio. Repetindo 2017, o Imortal termina o ano como equipe com mais jogadores no departamento médico ao longo do ano. Mesmo com o rodízio e atletas poupados, o elenco sofreu com 64 contusões. O experiente Léo Moura, de 40 anos, foi quem mais frequentou o DM do clube na temporada: seis vezes, sem contar as vezes em que foi poupado. Procurados pela reportagem, os médicos do clube não se manifestaram.

Outros dois clubes com mais de 50 problemas clínicos no ano foram Paraná e Bahia, com 57 e 50, respectivamente. Com um elenco mais enxuto, a equipe paranaense sofreu com a falta de opções a cada lesão assim como a baiana. Ambos os times também não responderam aos pedidos da reportagem.

Romário Rodrigues, Renê Júnior, Fred e João Paulo perdem mais jogos

O jogador que mais desfalcou um time da Série A neste ano é do Ceará: Romário Rodrigues. O atacante do Vovô teve uma lesão séria no joelho no início do ano e ficou afastado até julho. Depois disso, ele ainda sofreu outra contusão em setembro. No total, foram 58 jogos fora.

Outro que conviveu com lesões durante a temporada foi Renê Júnior. Contratado neste ano pelo Corinthians, o volante ficou fora de 55 das 72 partidas do time em 2018 - mais de 75%. Ele passou por duas cirurgias e ainda ficou afastado por pouco mais de um mês entre março e abril devido a um problema na coxa esquerda.

Vale destacar ainda dois jogadores que tiveram duas lesões graves nesta temporada. O primeiro é o centroavante Fred, do Cruzeiro. Na semifinal do Mineiro, o atacante rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ficou afastado seis meses dos gramados. O segundo é João Paulo, do Botafogo. O volante teve uma lesão traumática em choque com Rildo e fraturou a região da canela. Foram 47 jogos sem poder atuar por conta disso. Veja a lista dos atletas com mais jogos fora por lesão neste ano:



Coxa, joelho e tornozelo são locais mais afetados com lesões na elite do futebol

Seguindo a tendência apontada desde 2016, o músculo mais atingido por contusões devido às práticas do futebol é a coxa. Neste ano foram 345. Ou seja, quase 42% do total de 823. Os especialistas consultados pela reportagem relatam que o músculo é o mais exigido por conta dos movimentos de explosão, corrida, chute e, por isso, há mais problemas no local.



Local onde, normalmente, acontecem as lesões mais sérias, o joelho foi o motivo de 131 entradas no departamento médico dos clubes da Série A em 2018. Somente no Vasco foram 11 problemas na região com atletas do Cruz-Maltino. Em seguida vem o tornozelo, local mais vulnerável à pancadas e, por consequência, entorses. Foram 100, no total.

Vale lembrar ainda que do total de jogadores no DM, 29 casos não foram detalhados pelos clubes. Ou seja, foi apenas informado a entrada do jogador no departamento médico, mas sem a especificação de qual a parte do corpo afetada e o grau do problema clínico.

Critérios e Metodologia

As informações levantadas para esta pesquisa foram retiradas nos sites oficiais de cada um dos 20 times que disputaram a Série A em 2018, além do apurado pelos setoristas do GE no dia a dia dos clubes.

O recorte temporal deste levantamento foi de 01 de janeiro de 2018 até a data da publicação desta matéria: 19 de dezembro de 2018. Todas as baixas médicas sofridas pelos jogadores fora desse universo temporal não entraram na pesquisa.

O critério para inclusão de um atleta no levantamento foi o veto pelo departamento médico de pelo menos uma partida por motivo clínico. Todos os problemas médicos que impediram a escalação do jogador na equipe para a partida seguinte foram computados no levantamento.

Jogadores poupados e com desgaste físico não entraram na conta assim como problemas fisiológicos. Todos os clubes receberam o contato da reportagem para checagem da lista de jogadores no DM na temporada.

Fonte: GloboEsporte.com