Torcedor envolvido em briga em Joinville em 2013 vai a julgamento nesta 5ª-feira
Quinta-feira, 01/11/2018 - 02:20
O membro da torcida Força Jovem, do Vasco, Leone Mendes da Silva, vai à Júri popular nesta quinta-feira (01), em Joinville. Ele é um dos envolvidos na briga generalizada entre as organizadas do time carioca e do Atlético Paranaense, em 8 de dezembro de 2013, na Arena Joinville, na última rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. Ele será julgado por tentativa de homicídio duplamente qualificado.

Segundo o promotor do caso Marcelo Sebastião Netto de Campos, da 23ª Promotoria do Júri de Joinville, o réu será enquadrado por dois agravantes: motivo fútil causado divergências futebolísticas, e por dificultar a defesa da vítima Estevam vieira da Silva, agredida quando estava caída na arquibancada. O atleticano ficou desacordado após receber golpes com uma barra de madeira em diversas partes do corpo.

O júri começa às 9h e a previsão é de término por volta das 18h. "Vamos trabalhar com a tese de que houve a intenção de matar", afirmou Netto. A defesa de Leone, formada por três advogados nomeados pelo Estado, vai alegar o contrário. "Por uma questão de estratégia não podemos falar detalhes, mas posso dizer que iremos trabalhar com o fato de que o Leone não teve a intenção de matar, por isso não merece ser condenado por tentativa de homicídio", explicou o advogado Pedro Wellin, um dos responsáveis pelo caso. Leone chegou a ser preso, mas foi solto em março de 2014 e responde em liberdade.

Segundo seu advogado, o paradeiro do réu é desconhecido por eles, mas isso não inviabiliza o julgamento. Para a promotoria, isso pesa contra ele, pois não poderá dar a sua versão na frente dos componentes do júri, mas comparecer ao julgamento é uma opção dele.

Outros dois réus estão no mesmo processo, mas por questões de trâmite serão julgados em outro momento, ainda sem data confirmada.

Relembre o caso

Atlético Paranaense e Vasco se enfrentaram na Arena Joinville pela 38ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida, de mando do time de Curitiba, aconteceu no Norte do Estado pois o seu estádio estava em reformas para a Copa do Mundo de 2014.

Não havia policiamento dentro do estádio por uma decisão das forças de segurança de Santa Catarina e apenas empresas privadas faziam a separação das torcidas no estádio. Aos 15 minutos do primeiro tempo, quando a partida era vencida por 1 a 0 pelo Furacão, membros da torcida do Atlético invadiram a área reservada aos vascaínos e deu-se início a uma barbárie, cujas imagens rodaram o mundo numa das maiores cenas de selvageria do futebol. Quatro pessoas ficaram feridas, dois foram levados ao hospital São José, mas foram liberados no dia seguinte.

A partida prosseguiu após a situação ser controlada após mais de uma hora - aí sim com a entrada da PM no estádio. O resultado de 4 a 1 para o Atlético rebaixou o Vasco à Série B naquele ano.

À época, a Polícia Militar emitiu nota explicando sua presença apenas no lado de fora do estádio "atendendo a uma Ação Civil Pública por parte do Ministério Público, que propôs que o Poder Judiciário proíba a participação de policiais militares em atividades que fujam da competência constitucional da corporação". O MP negou que tenha feito tal pedido.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso e 28 mandados de prisão foram expedidos, mas apenas 19 foram cumpridos no Paraná e Rio de Janeiro, entre eles estava Leone. A maioria dos envolvidos responde por lesão corporal leve.

Fonte: Notícias do Dia