Anulação da eleição vira assunto principal de reunião do CD marcada para apresentação de investidor
Sexta-feira, 28/09/2018 - 22:40
A reunião do Conselho Deliberativo do Vasco na noite desta sexta-feira, na sede náutica da Lagoa, tinha como pauta principal a apresentação do fundo de investimento Elite Management, apontado como candidato a possível parceiro do clube. Outro assunto, no entanto, dominou a roda de conversas: a decisão da juíza Gloria Heloiza Lima da Silva de anular a última eleição presidencial e marcar outro pleito para dezembro.

A anulação da eleição coloca em risco o empréstimo de R$ 31 milhões obtido pela diretoria, aprovado recentemente pelo Conselho Deliberativo. Na reunião, o presidente Alexandre Campello informou que o Vasco perdeu a garantia dos direitos de transmissão para o empréstimo, devido à "insegurança jurídica". Assim, o empréstimo,em trâmite para chegar aos cofres do clube, está travado, por enquanto. Uma das consequências, segundo Campello, pode ser o time de basquete não participar do NBB.

Candidato da chapa "Sempre Vasco" na última votação, Julio Brant voltou a comentar a decisão da Justiça na chegada à reunião.

- Quero parabenizar a decisão do Tribunal de Justiça do Rio, que vem entendendo o processo e atuando de forma a deixar claro de que não há ninguém acima da lei. A gente sempre acreditou na Justiça, nas duas campanhas que fizemos, atuamos dentro das regras do Estatuto. Buscamos a Justiça e a resposta foi a que a gente esperava. Nossa chapa terá um candidato que decidiremos em reunião posterior.

Fundo de investimento

Na reunião desta sexta, foi discutida a proposta do fundo de investimento, que também será apreciada pelo Conselho de Beneméritos e pela diretoria, que será a responsável por negociar. O fundo vai enviar uma carta-proposta ao Vasco. Em caso de aceitação, será feita uma avaliação no prazo de 60 a 120 dias para estabelecer o capital a ser investido.

A proposta é de um investimento de cerca de R$ 80 milhões em troca de uma taxa de juros negociável e garantias de cotas de TV e valorização de jogadores. Os conselheiros não fizeram oposição ao fundo, mas destacaram que a conversa precisa passar primeiro pela diretoria administrativa antes de voltar ao Deliberativo para uma possível parceria.

Responsável pelos contatos com o fundo, Julio Brant afirmou que o recurso não poderá ser utilizado para despesas correntes do clube.

- Trouxemos representantes do fundo para debater no Conselho a proposta de estruturação para aporte financeiro do clube. A partir daqui ainda tem-se muito para caminhar. É uma conversa inicial. A diretoria administrativa aceitando conversar e estruturar a operação com o fundo, começa um trabalho de troca de documentação e, aí sim, se define valor, prazo, custo da operação. Deve levar de dois a três meses para se resolver.

- Uma das questões colocadas pelo fundo é justamente para onde vai o dinheiro. É uma preocupação deles. Dinheiro não pode ser utilizado para pagar despesas correntes, tem que ser utilizado para um projeto. É o clube que vai dizer para o fundo em quais projetos pretende investir esse recurso e o fundo vai entender se isso está ou não de acordo com o que os investidores entendem ser adequado. Esse recurso deve ser utilizado para projetos que gerem mais receitas para o clube. Ou você arrecada mais e gasta menos, ou terá sempre problemas - explicou Brant.

O presidente Alexandre Campello chegou a pedir um encontro com os representantes do fundo, mas não foi atendido. Durante a reunião desta sexta, Campello disse que a proposta não chegou à diretoria, mas que não se opõe a qualquer investidor. Porém, defendeu que o Conselho Deliberativo não é o melhor local para apresentar a proposta, antes de a diretoria tomar conhecimento.



Fonte: GloboEsporte.com