Companheiros de Alan Júnior na base do Vasco lamentam a morte do jogador
Segunda-feira, 15/01/2018 - 05:42
Amigos e ex-companheiros de trabalho do jogador de futebol Alan Júnior Pereira Alves, de 26 anos, ex-atleta do Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, e que atualmente atuava no Club Deportivo y Social Santa Rita, do Equador, morto em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na noite de sexta-feira (12), guardam apenas boas recordações do jovem e ainda estão perplexos com o crime. Ele será sepultado neste domingo (14).

Segundo a Polícia Militar, Alan estava com um amigo, próximo a um campo de várzea, quando ambos foram alvos de dois atiradores em uma moto. A dupla disparou contra as vítimas e, em seguida, fugiu do local. O atleta morreu na hora e o amigo, identificado como Mafaldo Alexandre Pereira, continua internado em estado grave no Hospital Irmã Dulce.

O técnico Eber Luiz, conhecido como Lele, lembra da época em que descobriu o talento de Alan, quando ele tinha apenas 13 anos e jogava em um time de várzea de Praia Grande. "Eu o convidei para a seleção de Praia Grande. Comecei com um trabalho de alto rendimento e, com muito custo, o convenci a levar o futebol a sério".

Segundo ele, Alan sempre foi muito dedicado, característica que o levou a várias conquistas. Ele chegou a disputar os Jogos Regionais pela seleção de Praia Grande, antes de, tempos depois, atuar pelo Vasco e, posteriormente, ir para o Equador. "Eu sempre acompanhei sua carreira. Ele não tinha nenhum vício, não sei o que pode ter acontecido".

O jogador Marcos Moraes, de 26 anos, atualmente sem clube, só guarda boas lembranças do amigo. Ele conta que jogou com Alan na Baixada Santista, quando ambos tinham 14 anos. Mas a amizade começou mesmo quando eles jogaram no Vasco, cinco anos depois. "Ele foi um dos que me acolheram desde o primeiro dia. Nós éramos muito amigos, vivíamos juntos".

A alegria de Alan era sua marca registrada. Marcos conta que ele sempre foi uma pessoa muito divertida e que levantava o astral de todos ao seu redor. "Quando eu olhava para ele, já tinha vontade de dar risada. Todo mundo gostava dele, nunca ouvi ninguém falar mal".

O jogador ainda não conseguiu aceitar a tragédia e acredita que Alan não estava envolvido em nada errado. "A ficha ainda não caiu. Parece que ele foi viajar, mas vai voltar".

Outro grande amigo de Alan era o ex-jogador Luan dos Santos, de 26 anos. Eles também se conheceram quando jogavam no Vasco, em 2010. Ele garante que o jovem tinha um grande coração. "Ele era um cara excepcional, brincalhão e muito engraçado".

Luan conta que eles estavam há cerca de um ano sem se falar, mas conversaram no dia do assassinato. "Ele me mandou um áudio dizendo que, independente da distância, a gente estaria sempre junto, e que estava com saudade. Eu desabei quando soube que ele morreu. Passou um filme na minha cabeça, de tudo o que a gente viveu".

O caso

Conforme informações da Polícia, o ataque ocorreu na Rua Cora Coralina, no bairro Anhanguera, nas proximidades do Canal 18. Alan e Mafaldo, que também é jogador de futebol e atua em um time de várzea da cidade, foram socorridos pelos próprios amigos ao Pronto Socorro do Quietude.

Alan e Mafaldo, que também é jogador de futebol e atua em um time de várzea da cidade, foram socorridos pelos próprios amigos ao Pronto Socorro do Quietude. O jogador, conforme informações das polícias Militar e Civil, já chegou morto ao local. O outro rapaz baleado foi transferido ao Hospital Irmã Dulce, onde continua internado em estado grave.

A motivação do crime é apurada pelas equipes da polícia, que não constataram eventual roubo às vítimas. O caso foi encaminhado para a Delegacia Sede da cidade, onde também foram ouvidas as testemunhas. A dupla de moto ainda não foi identificada, ainda conforme informações oficiais.

Histórico

Alan Júnior Pereira Alves atualmente jogava como zagueiro no Club Deportivo y Social Santa Rita, da segunda divisão do futebol equatoriano. Antes, atuou como atacante pelo Atlético Sorocaba, Vasco (sub-23), Portuguesa-RJ, Vasco da Gama Sines (Portugal), Americano, Comercial, Arapongas e Goytacaz.



Fonte: G1