Pequeno vascaíno que se viu em meio a briga entre torcedores de Vasco e Corinthians relembra episódio
Sexta-feira, 21/07/2017 - 11:48
Infâncias desrespeitadas. Traumas deixados na vida de pequenos torcedores. Marcas difíceis de serem apagadas. Em reportagem exibida pelo "Sportv", crianças que sofreram com a violência nos estádios contaram como convivem com as lembranças após essas experiências.

A repórter Mariana Monteiro viajou pelo país atrás dessas histórias. Mãe de duas meninas, Maitê de 3 anos e Antônia, de 1, ela lembra que se emocionou em todas as entrevistas e diz o quanto foi difícil ouvir as histórias que lhe foram contadas.

— Você olha aqueles rostinhos e não imagina que eles já tenham vivido histórias tão fortes. Numa fase onde deviam estar brincando e lidando com as fantasias dos contos de fadas, elas convivem com a dureza da vida de uma forma tão precipitada — afirma ela.

Mateus Alves, hoje com 11 anos, estava com o pai assistindo ao jogo entre Vasco e Corinthians pelo Brasileiro de 2013, em Brasília, quando as duas torcidas iniciaram um confronto. Na matéria, ele conta que as lembranças o acompanham até hoje. Depois daquele dia, ele nunca mais foi a um jogo.

— Quando vejo as brigas, a vontade de assistir a uma partida some — disse Mateus, que ainda revive fisicamente as sensações daquele dia: — Eu estava no shopping e algumas pessoas entraram correndo. Meu pai me colocou atrás dele, para me proteger, e eu tive o mesmo sentimento daquele dia, como se um peso enorme me pressionasse contra o chão.

Heitor Ferreira, de 5 anos, ainda não se recuperou do trauma de estar no Serra Dourada quando torcedores de Vila Nova e Goiás se enfrentaram, em junho deste ano. Durante a briga, ele aparece levantando as mãos, no colo do pai.

— Eu me senti mal, como se fossem atirar bombas de borracha em nós dois — relembrou o menino assustado, mesmo já passado quase um mês do episódio.

Warley Ferreira, pai de Heitor, conta ter sido criticado nas redes sociais por ter levado o filho ao estádio.

— Dizem que não tive responsabilidade. Irresponsável é que não toma conhecimento do mal que estar fazendo ao esporte — afirmou ele.



Fonte: Extra