MP abre inquérito para investigar ligação entre Vasco e organizada e pede explicações à CBF
Segunda-feira, 17/07/2017 - 19:54
O Ministério Público do Estado Rio de Janeiro (MPRJ), através da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Consumidor, instaurou um inquérito civil para apurar as responsabilidades de Vasco e CBF na violação da segurança do torcedor e da regular comercialização de ingressos presentes no Estatuto do Torcedor. A investigação começa no mesmo dia que o Cruz-Maltino foi punido com perda de seis mandos de campo pelo STJD por causa da confusão em São Januário na derrota para o Flamengo em 8 de julho.

O inquérito foi aberto com base em informações do Grupamento Especial de Policiamento nos Estádios (GEPE) da Polícia Militar. Na peça, é apontada a presença em São Januário de membros da torcida vascaína Força Jovem do Vasco, que teve seus membros proibidos por liminar de janeiro de 2014 de frequentar eventos esportivos. No confronto contra o Flamengo, integrantes da torcida foram vistos nos camarotes de São Januário e trabalhando como seguranças particulares do clube.

- Considerando que a vinculação do Club de Regatas Vasco da Gama, através de seu presidente, o Sr. Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, com a torcida organizada Força Jovem do Vasco, sabidamente violenta e atualmente punida com ordem de afastamento de toda e qualquer arena esportiva, justamente por conta de envolvimento de seus integrantes em episódios de violência extrema, incrementa e concorre para a segurança do torcedor frequentadores dos estádios - diz o documento da Procuradoria.

Além disso, o GEPE indicou que membros da Força Jovem teriam "ligação estreita" com Eurico e que dois destes torcedores estão no quadro de funcionários do Vasco. Soma-se a isso, a notícia de que o Vasco estaria vedendo ingressos a R$ 10 para integrantes da organizada, valor muito abaixo do que é comercializado para o resto do público.

Ao fim da investigação, caso seja culpado, Eurico pode ser responsabilizado por medida judicial e pode até ser destituído do cargo, conforme previsto nos artigos 1º-A, 13 e 37 da Lei 10.671/03 (Estatuto do Torcedor), que tratam do direito à segurança do torcedor e estabelecem punições previstas em violações. Como prestadora de serviço remunerado, a CBF será investigada porque também é responsável por garantir a segurança ao torcedor.

A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Consumidor oficiou Vasco - a manifestar-se -, CBF - a manifestar-se e apresentar providências sobro caso -, a Delegacia de Homícidos - a encaminhar o inquérito sobre a morte do torcedor vascaíno - e a 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) - a encaminhar o inquérito policiar sobre a confusão em São Januário.

Fonte: GloboEsporte.com