Um dos jogadores mais lendários do futebol brasileiro, Odvan disputou inúmeros clássicos na carreira: Vasco e Flamengo, Atletiba, San-São, Fla-Flu e até Brasil e Alemanha. Porém, apesar da longa experiência, o início foi longe dos históricos duelos. Natural de Campos dos Goytacazes, uma das maiores cidades do interior do Rio, foi lá onde zagueiro, que marcou época no Vasco ao lado de Mauro Galvão no fim da década de 90, deu os primeiros passos. E também sentiu o peso e a delícia dos encontros recheados com rivalidade extrema.

Revelado pelo Americano e com passagem também pelo Goytacaz, o zagueiro-zagueiro, como ficou conhecido, desde pequeno passou a entender e a respeitar a dimensão do maior clássico do interior do Rio, o Goyta-Cano, que acontece nesta quarta-feira, às 19h, no Aryzão, pela semifinal da Taça Santos Dumont, o primeiro turno da Série B1 do Carioca. Por isso, o ex-jogador faz questão de colocar o encontro dos dois maiores times campistas como um dos maiores do Brasil. Odvan faz comparação direta do dérbi campista com a proporção de um Atlético-PR e Coritiba, por exemplo.

- É uma rivalidade muito grande, pode até se comparar a um Atletiba, que é muito puxado, como lá em Recife tem Sport e Náutico, por exemplo. O clássico aqui também é complicado e dá para comparar a estes clássicos - declarou o zagueiro.

Do romantismo do confronto, que mesmo 103 depois do primeiro jogo ainda mantém as raízes de outrora, até a torcida pelo Alvinegro, Odvan não ficou em cima do muro e deu seus pitacos sobre a dimensão do clássico e até sua torcida. A entrevista você confere na íntegra no vídeo acima e outros trechos em texto abaixo.

Goyta-cano mobiliza Campos

É o assunto do momento, né? Aqui em Campos (a cidade tem quase 500 mil habitantes), quando tem um jogo assim a cidade se movimenta, a própria imprensa daqui fica naquela tensão. Os próprios jogadores, os clubes em si, porque é um jogo diferenciado. É um clássico. A cidade já está preparada para jogo de amanhã e, com certeza, a torcida vai para lá amanhã prestigiar seus clubes.

Goyta-cano marcou início de carreira

Desde pequeno que eu venho jogando esse clássico, desde a minha época de juvenil. Eu tive uma fase que eu passei pelo Goytacaz, eu era infantil. Depois eu fui jogar um clássico também com o juvenil para júnior já vestindo a camisa do Americano. Então, é sempre um jogo difícil, complicado, e ninguém gosta de perder.

Goyta-cano: clássico raiz

É legal, o clássico mantendo as origens acima de tudo. Hoje a maioria dos clássicos não tem mais isso. Então é sinal que a cidade está mantendo as origens. E que mantenha, né? Isso é bom.

Odvan aponta Flamengo e Vasco como o maior clássico da carreira

Na minha carreira, sem dúvidas o maior clássico foi Vasco e Flamengo. Jogar em um Maracanã, estádio lotado. Mas já participei de outros clássicos também, que a rivalidade é muito grande. O próprio Atletiba mesmo, na Arena lá, onde a cidade também para. Em Santos disputei Santos e Corinthians, Santos e São Paulo, Santos e Palmeiras. Então, são clássicos que é difícil diferenciar, mas o maior das rivalidades venha a ser Vasco e Flamengo.

Torcida é pelo Alvinegro

Eu acho que o período que eu fiz uma história maior foi no Americano. Eu respeito o Goytacaz por ser campista, então, a minha torcida é para o Americano, é o carinho que eu tenho. É o clube que me projetou também, que me fez chegar no Vasco da Gama. Então, a minha torcida vai para o Americano.

Odvan: moralizador e raiz. (Quase) Acima de tudo chuteira preta...

Se eu estivesse jogando hoje eu seria um zagueiro simples, né? Da mesma forma que fui no passado. Então, acho que hoje o Odvan seria a mesma coisa. Se eu tivesse algum patrocínio, aí eu seria obrigado a usar outro tipo de chuteira, mas, se eu não tivesse usaria, chuteira preta, como sempre gostei de jogar.

O que é o Goyta-Cano

Realizado desde 1914, o Goyta-Cano surgiu antes mesmo da rivalidade nos gramados entre Flamengo e Vasco. Considerado o maior clássico do interior do Rio de Janeiro, o confronto entre as duas equipes de Campos dos Goytacazes é sempre um marco para a cidade, que também é o maior do interior do estado. Ao longo dos 103 de existência do confronto, as duas equipes já se enfrentaram em competições nacionais, mas, desde 2013, ano em que o Cano foi rebaixado, são adversários somente na Segundona do Rio. O jogo desta quarta-feira será especial, pois dará fim a um jejum de 14 anos sem uma partida de mata-mata entre os dois times, que já foram casa de outros nomes conhecidos como Abel Braga, Amarildo e Acácio.

Fonte: GloboEsporte.com