Historiador do Centro de Memória do Vasco fala sobre campanha de arrecadação e construção de São Januário

Quarta-feira, 12/04/2017 - 02:41
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O jornal Lance está publicando um Especial sobre os 90 anos de São Januário, que serão completados em 21 de abril. Entrevistado, o historiador do Centro de Memória do Vasco, Walmer Peres, contou curiosidades sobre a arrecadação de fundos e a construção do estádio:

CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO

"O Vasco tomou algumas atitudes para poder levantar recursos, uma delas foi a de debêntures no mercado, ou seja, o sujeito comprava o título e depois receberia o valor com juros. A outra questão era pleitear o aumento do número de sócios. A famosa 'Campanha dos 10 mil', na verdade era para alcançar 10 mil sócios. Em 1927, na época da inauguração do estádio, o Vasco ultrapassa o Fluminense e se torna o clube da capital federal com o maior número de associados. Fora as doações esporádicas. É óbvio que o Vasco recebeu doações de sócios mais abastados. Mas as duas grandes políticas eram a emissão de debêntures e convocar a colônia portuguesa e quem se sentia ao lado do Vasco. A base dessa campanha foram pessoas de camadas mais populares, donos de botequins, não foram somente os comerciantes que tinham dinheiro. Tinham também os sócios mais humildes, que deram o pouco que tinham, mas deram e contribuíram para a construção do estádio."

PROIBIÇÃO À IMPORTAÇÃO DE CIMENTO

"O Vasco vai fazer a solicitação da importação de cimento belga, que era de melhor qualidade e para 'surpresa', ela é negada. O que já havia aceito para outras obras no país, foi negado para o Vasco. Assim, o clube teve que utilizar muito mais cimento, areia e pedra para poder reforçar a obra e construir esse gigante de concreto que é São Januário."

PIQUENIQUES PARA ACOMPANHAR AS OBRAS

"Uma curiosidade na construção é que não existia a Barreira do Vasco na época, era uma colina, um morro. Os associados do Vasco se reuniam ali para acompanharem as obras do estádio. Era então uma forma de lazer. Nos fins de semana eles faziam um piquenique ali e acompanhavam a construção. É uma das histórias que se contam aqui, os mais antigos."



Fonte: NETVASCO (texto), Blog Memória Vascaína (fotos)