Acácio e Sorato relembram dificuldades do Vasco em Medellín na Libertadores de 1990

Terça-feira, 06/12/2016 - 17:39
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Os jogadores do Vasco sentiram na pele as dificuldades de enfrentar um time colombiano no auge do narcotráfico. Em 1990, foram a Medellín para a disputa das quartas de final da Copa Libertadores, contra o Atlético Nacional. Na chegada à cidade, soldados fortemente armados escoltaram a delegação até o hotel. E até mesmo lá a intimidação continuou.

— Faltou água no meu quarto. Tentei ir à recepção, mas um segurança na porta me impediu — lembra o ex-goleiro Acácio.

No caminho para o vestiário do Atanásio Girardot, cães farejavam as bolsas carregadas pelos atletas.

— Havia uma escolta muito grande, e os soldados ficavam no vestiário. Não adiantava pedir para saírem — conta o ex-atacante Sorato.

Os atletas cruz-maltinos estranharam algumas decisões da arbitragem naquele jogo, vencido pelo Nacional por 2 a 0. Diante da suspeita de que o cartel havia subornado a arbitragem — com direito a ameaças de morte —, o Vasco conseguiu anular a partida. A confirmação veio somente no ano seguinte, quando o árbitro uruguaio Daniel Cardellino admitiu à Conmebol as ameaças e uma oferta de 20 mil dólares (hoje, cerca de R$ 70 mil).

O novo jogo foi disputado em Santiago, no Chile. Com um grande time, os colombianos venceram novamente: 1 a 0. O Nacional foi eliminado na fase semifinal pelo Olimpia, do Paraguai, que terminou campeão.



Fonte: Extra