Rafael Marques revela que recebeu camisa de Romário após marcá-lo em um Vasco x Botafogo

Quarta-feira, 06/07/2016 - 09:39
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Rafael Marques, novo reforço do Vasco, já passou por poucas e boas quando atuava pelo Botafogo e tinha que enfrentar seu novo clube. Um dos jogadores que mais davam trabalho ao defensor era Romário. Ele tinha a missão de anular o "Baixinho", que estava com 41 anos, e queria de todas as formas chegar ao milésimo gol na carreira, em 2007.

"Tinha visto ele na Copa, era meu grande ídolo e decidi ser jogador por causa do título. Então, alguns anos depois eu estava no Maracanã marcando aquele cara. Eu falava para mim mesmo que tinha pegar a camisa dele de qualquer forma, mesmo que fosse à força (risos)", disse o zagueiro, ao ESPN.com.br.

"Todos os repórteres perguntavam: Como você se sente de estar presente no milésimo gol dele? Eu respondia: 'Ainda não acabou o jogo e espero que ele não marque' Era muita pressão", contou.

O eterno camisa 11 não estava muito disposto a jogar os 90 minutos e tentou fazer um acordo com o jovem de 23 anos.

"A gente ia para o jogo com aquele peso, tendo que marcar o cara que era o maior ídolo do futebol brasileiro à época. Não esqueço que brincou comigo logo de cara: Ô guri, deixa eu fazer o gol que já já vou sair'(risos). Eu respondi: Pô, Romário, não posso. Você tá doido?'. Ele era figura demais", prosseguiu.

Para sorte do zagueiro, o campeão do mundo com a seleção brasileira não balançou as redes nenhuma vez diante do Botafogo naquele ano. Com isso, conseguiu seu tão sonhado presente.

"Ele foi super tranquilo. Quando acabou o primeiro tempo ele não trocou com ninguém, então eu pedi. Ele respondeu: 'Pô, se eu fizer o milésimo gol no finalzinho eu te dou, mas se não fizer eu também vou te dar (risos). Ele não marcou, daí ganhei a camisa e guardei até hoje na minha casa, tenho foto também, foi demais", comemorou.

Outro duelo que não sai da memória de Rafael foi quando o "Baixinho", grande criador de frases, soltou uma de suas pérolas dentro de campo.

"Nesse mesmo ano, uma vez estávamos jogando contra o Vasco na Ilha do Governador porque estávamos sem estádio e ele brincava comigo: 'Que é isso, joguei no Maracanã lotado e agora estou aqui no Estádio da Ilha do Governador (risos)'. Para você ter uma noção, acabava o jogo ele era o primeiro a sair de campo sem falar com ninguém de imprensa. Entrava no carro dele, mesmo todo sujo, e ia embora", garantiu.

O milésimo gol de Romário só sairia de pênalti na vitória por 3 a 0 contra o Sport, em São Januário, no dia 20 de maio daquele ano.

COMEÇO NO BOTAFOGO

Rafael Marques Pinto começou no futebol depois de ver a seleção comandada por Carlos Alberto Parreira e Zagallo vencer a Itália nos pênaltis, nos Estados Unidos. "Depois que vi o Brasil ser campeão da Copa de 94 eu quis ser jogador. Como morava em Realengo, perto de Marechal Hermes, comecei no Botafogo".

"Subi todas as categorias até os profissionais, em 2002. O Mauro Galvão era o treinador e me chamou para o time principal. Fiquei muito feliz, era um dos maiores zagueiros da história do Brasil e comecei minha trajetória".

Ele foi campeão em 2006 com o time carioca. Em 2007, foi deixado de lado pelo treinador Cuca e acertou com o Goiás. No Serra Dourada virou um dos homens de confiança do técnico Hélio dos Anjos e foi para o Grêmio.

Ele permaneceu por três anos em Porto Alegre até ir para o Atlético-MG, sendo campeão da Copa Libertadores da América, em 2013. Foi então para o Hellas Verona, da Itália, por duas temporadas. Rafael voltou no ano passado ao Brasil para atuar pelo Coritiba, clube no qual fez 22 jogos e marcou um gol.

Nesta semana, ele rescindiu seu vínculo com a equipe paranaense e assinou contrato com o Vasco até o final de 2017.

Fonte: ESPN.com.br