O filme se repetiu, e Jorginho segue quebrando a cabeça para o Vasco furar as retrancas que tem enfrentando em São Januário. Depois do Paysandu, foi a vez do Paraná viajar até o Rio de Janeiro e vencer o líder da Série B, por 2 a 1, nesta terça-feira, pela 13ª rodada da competição. A torcida elegeu os culpados: Aislan e Julio dos Santos foram os mais vaiados. O treinador, por sua vez, assumiu a responsabilidade pelo terceiro revés no ano.
- Resultado muito ruim, já que nós queríamos vencer em casa. Perdemos o último jogo que jogamos aqui, contra o Paysandu. Queríamos trazer uma alegria ao nosso torcedor. Poderíamos ter decidido o jogo no primeiro tempo. Costumamos muito falar isso. Quando as equipes vêm aqui, se elas vão gostando do jogo, dificulta. Demos essa oportunidade de eles empatarem. Infelizmente, foi numa bola rebatida que tomamos o gol da virada, no fim. A responsabilidade é sempre minha, como treinador eu preciso estar atento em relação a isso. De ver de que forma conseguimos sair dessa marcação dos adversários. Como treinador tenho que procurar escalar uma equipe que possa superar o adversário e possa vencer em campo.
Mesmo com a derrota, o Vasco segue líder da Série B, com três pontos de vantagem sobre o Atlético-GO. Sábado, o compromisso é contra o Avaí, às 16h30 (de Brasília), na Ressacada, em Florianópolis, pela 14ª rodada. Para a partida, Jorginho não terá Jorge Henrique, suspenso, e aguarda uma reavaliação da situação de Luan, que deixou o campo após sentir dores na região lombar.
Confira a íntegra da entrevista coletiva de Jorginho:
Jogadores vaiados
O Julio já seria substituído antes de acontecer aquele lance. Achei que estávamos tendo uma possibilidade grande do lado direito, mas não estávamos conseguindo encaixar a descida do Madson com o Julio. Quero me dirigir à torcida do Vasco. Temos um respeito muito grande por eles. Mas eu sinto muito a dor do meu atleta, sinto a dor do Julio dos Santos, do Aislan. O Aislan já entrou em campo vaiado. Para mim, ver uma equipe que está em primeiro lugar... Ver um atleta meu vaiado é uma dor muito grande. Nesses momentos precisamos nos abraçar. Queríamos muito fazer um grande jogo aqui. Peço desculpas ao torcedor. Mas infelizmente não fomos suficientes em campo para matar o jogo. Eles aproveitaram nossas falhas e conseguiram virar esse jogo. É difícil para mim como treinador ver meus atletas sendo vaiados. Temos um apoio tão bom. Mas vemos algumas pessoas vaiando já desde o início. Existem jogadores como Romário que estava pouco ligando com o que as pessoas vão falar. Mas existem jogadores que se abatem com a vaia. Eu sei que não fizemos uma boa partida, mas peço a compreensão do torcedor para que possamos voltar a vencer dentro de casa.
Problemas no calendário e desfalques
É uma realidade do nosso calendário. Com todo respeito com à questão das Olimpíadas, não consigo compreender que o calendário não pare. Não tem jogador que consiga. Tentamos fazer revezamento na medida do possível. Quanto ao Luan, não me preocupo muito não. Acho que ele pode demorar uns dois ou três dias para recuperar. Temos outras opções para o lugar do Jorge Henrique. Temos um grupo limitado em termos de número e temos que observar direitinho agora para escalar a melhor equipe contra o Avaí.
Queda de rendimento no jogo
A questão é que nós deveríamos ter matado esse jogo no primeiro tempo. É natural cair o rendimento. As pessoas tentam fazer com que a culpa caia sobre um ou dois jogadores. Se tem algum culpado, sou eu. Vou procurar fazer o meu melhor. A equipe, com todas as dificuldades que temos aqui, continua em primeiro lugar.
Luan e Jordi na lista olímpica
São jogadores que têm tido atuações muito boas. Ficamos felizes. Isso é um reconhecimento do trabalho bem feito. Jordi melhorando em algumas coisas que precisava. Precisava melhorar na bola com os pés. Melhorou muito nesse quesito. Já está mais tranquilo na reposição de bola. Goleiro ágil, corajoso. Ficamos felizes pelo nome dele estar sendo cogitado. O Luan já vem como titular há três anos no Vasco. É um jogador muito seguro, muito sólido. Fico feliz por ele. Lamentamos a contusão, mas acredito que não seja nada demais. É claro que não é tão fácil assim para nós, que temos um grupo limitado. Perdemos o Vaz, o Jomar operou. Perdendo o Luan, ficamos numa situação delicada. Estamos querendo providenciar um dos juniores para subir.
Erros individuais
A questão de erros nós costumamos datar internamente, entre nós. Não tenha dúvida que há jogadores que reagem bem com a pressão, e há jogadores com mais dificuldades. A gente vai lá contra o Avaí em busca de um grande resultado. Vamos lutar. Essa equipe tem dado muitas alegrias. O Julio dos Santos foi importantíssimo na conquista do Carioca invicto. Não é de uma hora para outra que um jogador não serve mais. Continuo acreditando nesse grupo e, com certeza, vamos estar juntos, abraçados.
Contra-ataques do adversário
Isso aconteceu mais no segundo tempo. Eu acho que isso intensificou no segundo tempo, porque nossa equipe teve que se expor um pouco mais, e é normal isso acontecer.
Atuação do Nenê
O Nenê é um jogador diferenciado, mas ao mesmo tempo é um jogador muito voluntarioso. Lamentei muito, porque era um jogo para ele sair como o grande nome. Ele jogou bem, tinha todas as possibilidades, mas infelizmente não conseguimos vencer. Demos amplitude a ele, pelos lados. O Nenê recebeu várias bolas de frente, o Leandrão fez muito bem o papel de pivô. Mas faltou a penetração. Não temos tempo para treinar, mas isso é uma coisa que eu tenho que corrigir, mostrando vídeos e de outras maneiras.
Ausência do Jorge Henrique no próximo jogo
Jorge Henrique é muito tático. Mudamos um pouco a forma de jogar. Dá para colocar um jogador de marcação, ou colocar alguém com mais velocidade, agudo. Vamos continuar trabalhando.
Contratar outro zagueiro
Tentamos buscar uma solução caseira. Mas se percebermos que o jogador ainda precisa de mais coisas, vamos conversar com a diretoria.
Fonte: GloboEsporte.com
