Goleiro Motta, do Volta Redonda, que defendeu pênalti de Nenê, revela que torce para o Vasco

Segunda-feira, 04/04/2016 - 18:44
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O feitiço contra o feiticeiro. Motta tinha pouco tempo para escolher a estratégia ao reencontrar Nenê na marca do pênalti. Pela frente, o goleiro tinha um rival com nada menos do que 21 cobranças convertidas em sequência. Mais de quatro anos e quatro meses de perfeição. E o camisa 1 do Volta Redonda resolveu não decidir. Deixou a responsabilidade para o craque vascaíno, e se deu bem. A caminhada bem lenta e a paradinha do meia-atacante são exatamente para que o adversário escolha um canto facilitando sua conclusão. Estático, Motta esperou e ganhou. Duas vezes. O duelo em campo, garantindo o empate por 1 a 1 que valeu a permanência no G-4 da Taça GB, e a camisa do ídolo do time do coração.

Baiano de Feira de Santana, o arqueiro do Voltaço não esconde de ninguém sua paixão pelo Cruz-Maltino. Antes de a bola rolar, provocou Nenê, relembrando o duelo em que foi vencido, com direito a bola para um lado e goleiro para o outro na primeira fase, e profetizou: "Dessa vez, vai ser diferente". Confiante, voltou a desafiar o ídolo assim que o pênalti foi marcado e se deu bem.

- Bem antes do jogo começar, quando os jogadores se cumprimentam, falei que dessa vez ia ser diferente e ele riu. Na hora do pênalti, perguntei se ganhava a camisa se pegasse. Ele disse: "Já é". Eu peguei. Depois do jogo, ele me deu os parabéns e a camisa. Sou Vasco desde criancinha. Todo mundo pensa em jogar em time grande, comigo não é diferente.

A segunda cobrança contra o Volta Redonda na temporada foi a décima de Nenê com a camisa do Vasco. Material de sobra para que Motta estudasse o estilo de seu oponente. Ciente de que não tinha nada a perder, o goleiro apostou na envergadura de quem tem 1.95m e resolveu não tentar escolher o canto. Após a batida, saltou para seu lado esquerdo e encerrou uma marca que teve início em 14 de dezembro de 2011, quando o vascaíno, ainda defendendo o PSG, chutou por cima do travessão em duelo com o Athletic Bilbao, pela Liga Europa.

- Ele é um especialista. Graças a Deus, pude esperar. O professor Pelé (preparador de goleiros) disse para esperar porque sou grande. Ele não bate muito no canto, é mais no meio. Ele vem correndo e dá a paradinha, mas não caí. Fiquei, até quase dei um passo para frente, mas fiquei pensando: "Vou esperar, vou esperar...". No outro jogo, caí na paradinha dele.

Após a partida, Nenê não escondeu a frustração pelo lance que determinou a perda da liderança da Taça Guanabara. O meia-atacante admitiu que não foi bem na cobrança e elogiou o rival.

- Estou muito, muito frustrado e p...! São coisas do futebol. O goleiro está de parabéns. Eu que também não chutei tão bem. Futebol é assim, não vamos acertar para sempre. Vai errar quem bate.

Com igualdade no duelo particular, Motta quer mais e já projeta um terceiro capítulo:

- Quem sabe a gente não bate de frente de novo na semifinal...

Com 11 pontos, o Vasco é o vice-líder da Taça Guanabara, atrás do Fluminense somente no saldo de gols: 6 a 4. O Volta Redonda, por sua vez, é o quarto, com sete. Sábado, o Cruz-Maltino terá pela frente o Madureira, às 18h30 (de Brasília), pela sexta rodada da competição. O Voltaço recebe o Flu domingo, no Raulino de Oliveira.

Fonte: GloboEsporte.com