94% dos torcedores organizados do Rio concordam que TOs podem cobrar jogadores em treinos, diz pesquisa

Segunda-feira, 04/04/2016 - 12:24
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Se o time está em crise no campeonato, a organizada pode ir ao treino e entrar no gramado para cobrar com maior rigidez.

Quem assina embaixo essa frase são as organizadas de São Paulo e Rio, conforme atestam os episódios dos últimos dias envolvendo as torcidas de Palmeiras e Flamengo, cujos CTs foram alvo nos últimos dias de invasões de organizadas.

É também o que corrobora os números de pesquisa produzida pela FGV, conduzida em São Paulo e Rio, à qual este blog teve acesso. O documento foi discutido em conjunto entre autoridades do governo federal e cartolas.

Segundo as estatísticas, aproximadamente 94% dos integrantes de organizadas do Rio “concordam muito'' (84%) ou “concordam pouco'' (10%) que a torcida organizada pode ir ao treino cobrar dos jogadores, quando o time joga mal. O restante, ou cerca de 7%, “discorda muito'' ou “discorda pouca'' da afirmação.

As torcidas de São Paulo são ligeiramente mais “tolerantes'': um número próximo a 84% concorda que as organizadas podem ir ao treino para cobrar jogadores no campo. De novo, a maioria “concorda muito'' (68%) com a frase, há quem “concorda pouco'' (16%), e a minoria absoluta, 16%, “discordam muito'' ou “discordam pouco''.

Uma outra questão, dessa vez sobre a atuação da Polícia Militar, nos remete ao episódio do confronto entre torcedores e policiais na goleada do Corinthians sobre o Linense, por 4 a 0, no último dia 19, em casa, que atingiu até quem não tinha nada a ver com a briga.

Em São Paulo, a esmagadora maioria, 78% discorda da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga''. Cerca de 70% “discorda muito'' e 8% “discorda pouco''. Somados, quem “concorda muito'' ou “concorda pouco'' atingem apenas 22%.

A maioria dos torcedores do Rio entrevistados, 58%, discordam “muito'' (44%) ou “pouco'' (14%) da frase “A PM só é violenta quando o torcedor organizado briga''. Apenas cerca de 41% concordam “muito'' (26%) ou “pouco'' (15%) com a afirmação.

Em São Paulo, 59% dos torcedores de organizadas apontam suas torcidas como violentas. Os que reconhecem que sua torcida é “muito violenta'' somam 11% e os que classificam seu grupo como “pouco violento'' são 48%. Aproximadamente 41% responderam que não há “nenhuma violência'' em relação à sua organizada, e 2% não responderam ou não souberam responder.

No Rio, a proporção é de 38% de torcedores que afirmam haver violência no perfil de sua organizada: 8% disseram haver “muita violência'' e 30%, “pouca violência''. Cerca de 60% responderam não haver “nenhuma violência'' e 2% não responderam ou não souberam responder.

Em São Paulo, a pesquisa, que contou com 612 entrevistas, abordou torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Juventus, no Morumbi, Pacaembu, Arena Corinthians, Alianz Parque, Vila Belmiro, Canindé e Rua Javari.

No Rio, foram 426 entrevistas, com membros de organizadas de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo.

Foi considerado “torcedor organizado'', na seleção de entrevistados, quem vestia camisa, boné, calça ou bermuda da facção pesquisada, bem como aqueles que portavam bandeira ou instrumentos musicais.

Fonte: Blog do Ohata - UOL