Comandante do Gepe minimiza ocorrências em São Januário: 'Não houve nenhuma novidade em virtude do que já acontece nos outros jogos'

Segunda-feira, 15/02/2016 - 12:49
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O clássico vencido pelo Vasco neste domingo, em São Januário, não trouxe "nenhuma novidade" para o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe). Foram registradas confusões na arquibancada, tentativa de invasão do espaço de torcida rival, depredação de banheiro e bomba de origem desconhecida pela PM, nada que não aconteça normalmente nos clássicos em outros locais, como o Maracanã, de acordo com o comandante do batalhão especializado, major Silvio Luiz. Ao fazer balanço atuação das forças de segurança no clássico, ele descreveu o domingo como "trabalhoso", mas não enxerga nenhuma razão para que o confronto dos vascaínos com o maior rival, o Flamengo, não possa voltar a ser disputado no local.

A única ação que terminou em prisões foi a depredação do banheiro na área de visitantes de São Januário. De acordo com o major, 16 pessoas foram levados para o Juizado Especial ao Torcedor e autuados por dano ao patrimônio. O Flamengo terá de pagar a conta pelo prejuízo. Questionado se o fato de só haver um banheiro para 1.900 pessoas (a carga de ingressos prevista para os visitantes) poderia ter contribuído para o ato, ele disse acreditar que não.

- Olha, São Januário está em funcionamento há muito tempo. Já recebemos público visitante maior do que o do Flamengo. A gente nunca tinha ouvido essa reclamação. O próprio Corinthians, lota o setor visitante, e ninguém reclamo. Acho que isso não procede. Acho que é a torcida do Flamengo, pelo fato de estar no estádio do Vasco, achar que dessa forma estará causando algum prejuízo ao Vasco. Os torcedores foram presos, autuados por dano, não assistiram o jogo e depredaram o local que os próprios iam utilizar.

As confusões foram minimizadas pelo major, que não viu gravidade nas ocorrências registradas no estádio. Na arquibancada, uma tentativa de aproximação da torcida do Vasco, avançando em direção à área de visitantes, fez com que o Gepe aumentasse a faixa de isolamento, e utilizasse spray de pimenta para afastar os torcedores mais agressivos.

- Não tivemos grandes problemas. O que aconteceu basicamente não é muito diferente do que acontece nos outros clássicos, seja no Maracanã ou qualquer outro local. Qualquer jogo que tenha uma rivalidade grande. A gente teve alguns momentos mais complicados, a torcida do Vasco se exaltou um pouco mais, tentou de alguma forma agredir, chegar próximo da torcida do Flamengo, e foi preciso uma atuação um pouco mais forte. Tivemos de aumentar a parte do isolamento, jogar aquela linha afastando mais ainda a torcida.

Em outro momento, houve também uma tentativa de invasão por trás da arquibancada. Um grupo de vascaínos tentou chegar até os torcedores rivais. Mas, no caminho, havia um grupamento do Batalhão de Choque.

- Em determinado momento, a torcida do Vasco tentou por trás ali da arquibancada acessar a torcida do Flamengo, mas era exatamente onde tinha um grupamento do Batalhão de Choque para evitar esse tipo de problema, e eles tiveram de atuar. De pronto o Gepe também já chegou para conversar com os torcedores e levar de volta para a arquibancada.

O major confirmou que ainda não há informações sobre a bomba que explodiu em uma área vazia da arquibancada. Relatou ter somente ouvido o barulho e disse estar buscando imagens das câmeras de segurança do estádio cruz-maltino para tentar apurar de onde partiu o artefato.

- Eu não observei, eu não vi. Ouvi um barulho, não vi de onde era, conversei com algumas pessoas e não conseguimos identificar de onde saiu essa bomba. Infelizmente o cara vai para o estádio e mesmo passando pela revista... Se o cara coloca uma bomba dentro de um tênis, a gente não tem como mandar todo mundo tirar o tênis para entrar no estádio. Fica complicado. Houve essa situação, a gente não conseguiu identificar de onde partiu, estamos buscando imagens com o monitoramento do Vasco, mas a rivalidade é muito grande. É um fator complicador mesmo. Deu para conter. Não tivemos graves incidentes.

Silvio Luiz informou que não houve detenções na tentativa de invasão e na arquibancada, onde ressaltou que seria "complicado" tentar prender um torcedor sob risco de inflamar os demais:

- Não, não chegou a ter detido. Na arquibancada só aquele grupo gritando, xingando. Teve um policial que precisou usar spray de pimenta para afastar um torcedor. Então não houve necessidade de efetuar prisão, até porque seria complicado prender alguém ali e inflamar mais ainda as pessoas. Na parte de trás, o Batalhão de Choque só fez a dispersão para que os torcedores voltassem para a arquibancada e não tentassem passar por aquele local.

O policial militar que comandou o policiamento interno da partida e a escolta das organizadas resumiu:

- Foi trabalhoso, muita rivalidade. É claro que em São Januário o trabalho é um pouco maior, a torcida (visitante) está menor, mas no Maracanã a gente às vezes também tem uma correria na área de circulação, um xingando o outro. Para nós, não houve nenhuma novidade em virtude do que já acontece nos outros jogos.

Fonte: GloboEsporte.com