Receitas do Vasco podem minguar com rebaixamento

Segunda-feira, 07/12/2015 - 05:03
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Em agosto, numa das entrevistas coletivas que provocaram alvoroço e viraram memes imediatos de internet, o presidente Eurico Miranda dizia que se acreditasse que o Vasco fosse cair para a Série B ele procuraria se transferir para o lugar mais distante da Sibéria. A queda veio e o dirigente, se não foi para a região russa, entrou numa fria junto com o clube. Além do rebaixamento colocar abaixo a principal promessa no retorno à presidência, a terceira queda em oito anos do Vasco para a Série B significa também importante diminuição de receitas. O exemplo vem do próprio Vasco: na comparação de 2013 para 2014 - quando o time disputou a segundona pela novamente - há uma diferença de quase R$ 30 milhões em arrecadação.

Em números, isso significa que muita grana deixa de entrar no clube. Ainda mais numa crise financeira que provoca estragos em investimentos e investidores no país. Em 2014, por exemplo, o Vasco faturou R$ 4 milhões a menos com receitas de bilheteria. Com marketing, menos R$ 8 milhões. Na receita bruta do futebol, a diferença foi de menos R$ 31 milhões em dividendos para o clube de São Januário - tudo isso levando em conta os balanços financeiros vascaínos, que ainda não passaram por votação no Conselho Deliberativo do clube.

Fora da análise fria dos números, há preocupação quanto à formação de uma equipe. Nenê termina o ano valorizado. Aos 34 anos, ressurgiu no Vasco. O salário do jogador é alto - mais de R$ 200 mil - e o jogador tem contrato de mais um ano, mas a permanência, com a concorrência de outros clubes brasileiros, não será simples. Caso semelhante deve passar Jorge Henrique, que se não rendeu tanto, também tem vencimentos mais altos e pode negociar saída.

O terceiro rebaixamento do Vasco também pode desencadear a despedida de Luan da Colina. O jogador de 22 anos, que já estava no time em 2013, na segunda queda, trocou de empresário - agora trabalha com Carlos Leite e Bira - e desperta interesse de times europeus e até do campeão brasileiro Corinthians. Dos poucos que se salvaram durante todo o ano, o goleiro Martín Silva ainda tem mais dois anos de contrato e deve ficar.

Patrocínios em xeque

Nesta segunda-feira, quando o presidente Eurico Miranda vai dar coletiva de imprensa, está prevista reunião entre membros do departamento de futebol profissional e dirigentes da base. A ideia é definir quais pratas da casa devem servir ao elenco para o Carioca de 2016, a Copa do Brasil e a Série B. Havia expectativa de que, com a confirmação do time na Segundona, a base servisse ainda mais ao profissional. Jogadores jovens, de 17 anos, com bagagem de seleções inferiores, como o meia-atacante Evander e os meias Matheus Índio, Andrey e Mateus Pet, que fez sua estreia no último jogo da temporada, devem ficar em definitivo no plantel de cima.

Com orçamento menor, a folha salarial do futebol, que já não era alta - girava em torno de R$ 3 milhões -, vai diminuir. E os reforços também devem ser modestos. O lateral-direito Yago Picachu, jogador do Paysandu, era um dos jogadores na mira da diretoria, mas os representantes do atleta condicionavam o sucesso da transferência à permanência do clube na Primeira Divisão.

Fonte: GloboEsporte.com