Eder Luis: 'Dá pena de ver o Gilberto, que briga o tempo inteiro, mas a bola não chega'

Quinta-feira, 16/07/2015 - 18:41
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Aquele mineirinho, brincalhão, porém mais calado, que olhava mais para baixo do que para o interlocutor sumiu um pouco. Depois de quase dois anos completos longe do Vasco, Eder Luis parece ter assumido papel de um dos líderes do elenco. Aos 30 anos, ele ainda ajudou pouco em campo - jogando menos da metade de um tempo na derrota para o São Paulo e um pouco mais no jogo contra o Grêmio. Mas o posicionamento nos microfones mudou.

Incisivo, ele defendeu o baixo rendimento dos atacantes e dividiu a responsabilidade com o todo time. Ainda mais enfático, depois de agradecer ao presidente Eurico Miranda pelo retorno ao Vasco, tomou as dores do dirigente e rebateu a "cutucada" do Fluminense, polêmico adversário do próximo domingo no Maracanã.

- O presidente é um homem que cumpre as palavras. Muitas pessoas não entendem dessa forma e aí levam para o lado de piadinha. Mas ele é um homem tão sério que não se abate por isso. Fluminense foi, se aproveitou. Se o Fluminense quer apresentar o Ronaldinho, que apresente. Não estamos preocupados. O presidente não perde o sono por isso - garantiu Eder.

O jogador deve seguir no banco de reservas para a partida de domingo. Ele comparou a equipe de 2013, quando se transferiu para o Al-Nasr por empréstimo de dois anos, com a atual e disse que o momento é bem diferente. Para Eder, a subida na tabela é questão apenas do técnico Celso Roth encaixar o time, o que já está para acontecer, disse o atacante vascaíno.

- Esse time que está aqui foi campeão recentemente. Uma certeza eu te falo. Quando saí daqui, em 2013, estava muito preocupado com rebaixamento, hoje não. Quando encaixar, o Celso achar o time, vamos sair da zona de rebaixamento - afirmou o atacante.

Pior ataque do Brasileiro, o Vasco deve seguir com Herrera, Riascos e Dagoberto. O time tem sido muito modificado do meio para a frente. Doriva, antes, e Celso Roth, agora, testaram 12 formações no time titular no meio e no ataque- com 15 atletas. Eder, em dia de defensor, passou outra visão da má fase do ataque.

- Não são só os atacantes. Dá pena de ver o Gilberto, que briga o tempo inteiro, mas a bola não chega. Acho que isso é mais o time todo. Quando as oportunidades aparecem, o time se encaixa, as coisas vêm. Tudo vai andar, a tendência é melhorar, a vitória que tivemos foi boa. A tendência é cada dia melhorar - apostou Eder Luis.

Drama até o retorno

Eder voltou aos campos depois de passar por cirurgia delicada no joelho direito. A operação foi realizada na Itália, onde os médicos implantaram menisco de cadáver no corpo do atleta, e a fisioterapia quase toda foi realizada no Brasil. O jogador fez questão de elogiar a estrutura atual do Vasco, citando o Caprres, criado na gestão Eurico Miranda, e revelou os medos que teve antes de treinar e jogar novamente.

- É um período longo fora, ficamos com muitas incertezas. Mas passou, graças a Deus. Agora é dar sequência. Temos um trabalho longo, não pela lesão, mas pelo tempo que fiquei sem atuar. Agora, se for perguntar para qualquer um que teve lesão sobre o joelho, a expectativa é complicada. Tive que passar por outra cirurgia, aí atrasa a recuperação. Dificultou muito. Um ano e meio sem poder jogar em alta intensidade. Hoje, com o Caprres, e com a recuperação boa, me dá a esperança de voltar em alto nível - afirmou Eder Luis, citando o filho de seis anos que pedia para vê-lo novamente nos campos.

- Muitos aqui falam que eu me cobro muito. Se eu não me cobrasse tanto, algo poderia ter sido diferente, eu poderia até mesmo desistir. Se for ver o que eu passei, meu filho de seis anos viu, só vendo. Mas para jogar 90 minutos vai demorar um tempo ainda. Vou pedir para a torcida ter paciência. Até chegar na forma ideal e o treinador ver que posso jogar.

Fonte: GloboEsporte.com