Com gritos e xingamentos, Celso Roth quer tirar o Vasco da lanterna do Brasileiro

Quinta-feira, 25/06/2015 - 08:09
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Foi em tom professoral que Celso Roth passou as instruções aos jogadores no primeiro treino tático que comandou neste retorno ao Vasco. Aos berros e sem abrir mão dos palavrões, o técnico lembrou os tempos da palmatória e dos castigos no canto da sala. Tudo para tirar o Vasco da condição de pior aluno do Brasileiro.

A preocupação maior ontem foi com a marcação do setor ofensivo. Roth pedia aos jogadores para completarem a frase que sempre terminava com um pedido de pegada. A lição foi clara: se a bola passar, o adversário tem de ficar pelo caminho.

“Tem que adiantar a marcação, chegar junto mesmo. Se não ficar com a bola, tem que fazer o quê? A falta...”

A escalação inicial no treino repetiu a formação que Doriva utilizou nas últimas partidas: Charles, Madson, Anderson Salles (Luan está suspenso), Rodrigo e Christiano; Guiñazu, Serginho, Jhon Cley, Emanuel Biancucchi e Riascos; Gilberto. Mas não demorou muito para o treinador se irritar. Biancucchi errou uma vez e levou uma bronca. No segundo deslize, foi mandado para fora de campo. O paraguaio Julio dos Santos então entrou na equipe titular.

Sob os olhares de Eurico Miranda, Roth manteve o ritmo puxado de treino dos tempos de Doriva. Foram quase duas horas de atividade e poucas vezes houve silêncio enquanto os jogadores trabalhavam. Essa, por sinal, foi uma exigência do treinador. O gaúcho quer os jogadores se comunicando mais em campo. Se possível, corretamente. Em um momento da atividade, perguntou a Rafael Silva se estava entendendo o que deveria fazer.

“Rafael, você entendeu o que tem de fazer na marcação? Oi? ‘Eu sabo?’ (teria sido a resposta do atacante, em vez de ‘eu sei’) Pqp...”.

Outra demanda de Roth está relacionada à transição do Vasco da defesa para o ataque. O técnico quer laterais subindo menos. Ao mesmo tempo, quer que Gilberto atue menos isolado na grande área. O atacante vive má fase e um jejum de oito partidas sem marcar.

“Não precisa ter medo, pessoal. Quero os quatro (Gilberto, Riascos, Biancucchi e Jhon Cley) chegando juntos ao ataque”, cobrou, para reclamar com Jhon em seguida: “Você tinha a chance de passar para dois. Se chutar e não fizer o gol, eu te mijo” (dar bronca, na gíria gaúcha).

Nesta quarta-feira, o treinador mostrou que também tem o que aprender. À procura de Thiago Mosquito para entrar na atividade, o chamou de Pimenta, sendo corrigido por Guiñazu. Hoje, Roth terá mais uma oportunidade de decorar os nomes dos jogadores e de armar o time para vencer o Flamengo, domingo, na Arena Pantanal. E que o elenco prepare os ouvidos.

Fonte: Extra Online