Vasco pretende fazer novos contratos com Evander e outras joias da geração 1998

Domingo, 05/04/2015 - 12:44
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Nascidos no ano do marcante centenário vascaíno - 1998, quando o clube conquistou o estadual e a Libertadores da América -, uma geração promissora em São Januário anima e ao mesmo tempo deixa a diretoria com as barbas de molho. Expoentes da geração 98, Evander e Andrey, que acabaram de ser campeões sul-americanos com a seleção sub-17, e Mateus Vital despertam a atenção de outros clubes de fora do país e mobilizam o clube de São Januário para garantirem proteção maior para suas joias.

A intenção, porém, não basta para manter esses jogadores. Exemplos recentes no Vasco mostram que a combinação de crise financeira, má gestão e outros fatores circunstanciais fizeram jogadores promissores se destacarem em outros cantos. Phillipe Coutinho hoje é camisa 10 do Liverpool. Souza e Alan Kardec vestem a camisa do São Paulo. Alex Teixeira joga na Ucrânia. Danilo atua no Braga, de Portugal. Todos esses valores têm em comum, além da formação na base do Vasco, vendas precoces e história breve no profissional do time de São Januário.

O contrato desses três jogadores não está perto do final. Pelo contrário. Os três assinaram novo vínculo no ano passado, ainda na gestão Roberto Dinamite, até meados de 2017. Mas a necessidade, diante do assédio natural para jovens promissores, faz o Vasco buscar a extensão desses atuais acordos. O caso mais emblemático é de Evander. O garoto de 16 anos, que tem números notáveis na sua curta trajetória no futebol - fez 26 gols pela seleção sub-17 ano passado, superando a temporada 2015 de Neymar com a amarelinha -, tem vínculo com o clube vascaíno até 12 de maio de 2017. Uma reunião marcada para terça-feira é o ponto inaugural das conversas para a desejada prorrogação de contrato até 2019.

- Tem que ser bom para os dois lados. Nossa intenção é a mesma do clube - diz Evandro Ferreira, pai e empresário de Evander, que também representa Vagner Love, Kenedy, do Fluminense, e outros jogadores promissores da base do Vasco, como o lateral-esquerdo Alan, outro da badalada geração 98 do clube, e o atacante Caio Monteiro.

A multa rescisória de Evander é de cerca de R$ 10 milhões, um valor considerado alto para mercado nacional, mas baixo para os padrões internacionais. A intenção da renovação, com novas metas estipuladas - no atual contrato já há objetivos "premiados", como convocações para seleção de sua categoria, entre outros pontos estipulados que significam bônus financeiro -, serve para aumentar esse valor de saída. O Vasco admite que já recebeu sondagens pelo jogador. Evandro Ferreira vai além: diz que já chegaram, inclusive, ofertas concretas, mas prefere não falar em nomes de interessados e valores, pois "acham que é forçada de barra".

Dirigente da base do Vasco, Álvaro Miranda, filho do presidente vascaíno, diz que não existe muita saída caso um "caminhão de dinheiro" seja oferecido ao jogador, mas garante que o clube vai fazer tudo que pode para manter Evander e outros valores da geração.

- Queremos conversar para fazer uma coisa diferente (no contrato). A nossa proteção para ficar com o atleta é pagar em dia e não dar brechas em salários, FGTS, essas coisas. A ideia é fazer um novo contrato, principalmente com os garotos que vislumbram coisas diferentes - explicou.

Representados por Carlos Leite, Andrey e Mateus Vital - que prefere não ser chamado de "Pet", apelido que ganhou em referência ao ex-craque de Flamengo, Vasco e Fluminense - também estão na mira da prorrogação de contrato que a diretoria do Vasco quer acertar. O clube pretende trabalhar com cuidado esses jogadores para não precipitar a promoção para o futebol profissional. A ideia, como disse o gerente de futebol Paulo Angioni em entrevista recente ao GloboEsporte.com, é ter para o ano que vem e para as próximas temporadas um time formado com 60% ou mais de jogadores formados na base de São Januário.

O presidente do Vasco, Eurico Miranda, deve inaugurar até o final do mês que vem a Pousada do Almirante, um novo alojamento para quase 50 garotos dentro de São Januário. A obra e a recuperação de outra parte do patrimônio do clube voltado para a garotada fazem parte do planejamento de valorização da base.

- É uma das coisas que estamos cuidando muito aqui no Vasco, restabelecer a nossa base. Para o futebol brasileiro, só tem uma saída: fortalecer a base - disse o presidente cruz-maltino.

Fonte: GloboEsporte.com