Clássico teve público abaixo do esperado e confusão entre torcidas no intervalo

Quinta-feira, 22/01/2015 - 09:12
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Flamengo e Vasco, independente do local ou do cenário vivenciado pelos clubes, sempre será Flamengo e Vasco. E não foi diferente na noite desta quarta-feira, na Arena Amazônia, na abertura do torneio Super Series. É bem verdade que o 'Clássico dos Milhões' fugiu um pouco à realidade de outrora, já que apenas 21.915 pagantes estiveram presentes para acompanhar a 365ª edição do confronto, que terminou com vitória dos rubro-negros por 1 a 0. Mas para o torcedor presente nas arquibancadas, o importante era acompanhar mais uma página da histórica rivalidade sendo escrita, ainda que distante do tradicional Maracanã.

Com um público abaixo do esperado (o ingresso mais barato era de R$ 70,00), a partida reuniu, mesmo que com uma pitada baré, todos os ingredientes dignos do clássico carioca: emoção, provocação e rivalidade. E assim como em outros capítulos, mais uma vez o destempero se fez presente entre os torcedores, com uma pancadaria generalizada no intervalo do jogo. Mais de 100 envolvidos, dois detidos, e uma pequena mancha no palco que marcou a 142ª vitória dos flamenguistas: agora são 18 triunfos a mais que o rival Vasco.

Hino dos clubes quebra protocolo

Antes de a bola rolar, flamenguistas e vascaínos puderam rivalizar até mesmo em um tradicional jogo de memória. Isso porque a organização do evento, logo na entrada dos times no gramado, optou pela execução do hino dos clubes e não do hino nacional. Se das arquibancadas a intensidade foi enorme, com rubro-negros e cruz-maltinos dando mais uma prova de amor aos seus clubes, em campo poucos jogadores correram o risco.

Em maior número, o lado vermelho e preto perseguia os rivais com o não muito distante rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, em 2013. Já os alvinegros localizados à esquerda das cabines de TV, atrás de um dos gols da Arena, preferiram exaltar o volante Guiñazu - um dos poucos remanescentes da equipe que esteve na capital amazonense no último ano nos duelos com Resende pela Copa do Brasil e Oeste pela segunda divisão.

Os espaços vazios, com apenas 50% da totalidade das cadeiras e arquibancadas preenchidas, não tirou o charme do clássico, e também não esmoreceu com a alegria de muitos amazonenses. Os amigos Vinicius Itegmann, 15, e Osmar Neto, 14, flamenguista e vascaíno, respectivamente, ilustravam o momento.

- A rivalidade existe mas deve ser suprimida pela alegria e amizade. Nada de briga ou discórdia. Essa combinação não deve existir no futebol, e em nenhum esporte - disseram abraçados, antes de a tônica se quebrar no intervalo da partida.

Morteiros e corre-corre

Enquanto Vanderlei Luxemburgo e Doriva buscavam fazer ajustes em suas equipes para o segundo tempo, uma briga foi protagonizada por torcedores no anel que dá acesso à arquibancada do estádio. O confronto, que envolveu cerca de 100 torcedores, de acordo com testemunhas, durou pouco menos de cinco minutos. Lixeiras e morteiros foram usados. E não havia policiamento no momento da confusão, a não ser segurança privada que não conseguiu conter os mais exaltados.

Com dois torcedores detidos pelos policiais e pelo CIOS - Centro Integrado de Operações e Segurança, o foco retornou ao clássico carioca. E não demorou muito para os flamenguistas fazerem à festa. O meia Everton, que já havia sido destaque na última passagem do Rubro-Negro por Manaus, contra o Vitória, balançou as redes de Martín Silva. Vibração do lado vermelho; silêncio da parte cruz-maltina. E assim foi até o apito final do árbitro Edmar Campos da Encarnação.

No fim, realidades e divisões à parte, o 'Clássico dos Milhões' pode até mesmo ter status de único. Mas dessa vez teve um tempero amazonense.

Fonte: GloboEsporte.com