Terminada a Copa, esquema de trânsito é desmontado e torcedores têm dificuldade para chegar à Arena Pantanal

Quarta-feira, 16/07/2014 - 12:36
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Com o fim da Copa, o "padrão Fifa" ficou para trás e o torcedor voltou à rotina da segunda divisão.

Nos primeiros jogos de clubes brasileiros depois do Mundial, nesta terça (15), três estádios construídos ou reformados para o evento tiveram pouco público, e os torcedores foram obrigados a driblar a falta de informação para chegar aos estádios. Alguns preços caíram, assim como a qualidade dos serviços.

A Arena Pernambuco, que recebeu a campeã Alemanha na primeira fase do Mundial, foi palco do confronto entre Náutico e Sampaio Correia, pela Série B do Brasileiro.

As diferenças começaram a aparecer na estação central do metrô, meio de transporte elogiado pelos torcedores nos dias de Copa.

Para os jogos do Mundial, a passagem de ida e volta da integração metrô/ônibus custava R$ 7,50. Agora, chegar à arena sai por R$ 1,60.

Mas, para entrar em um vagão, é preciso coragem, por causa da lotação. Torcedores desceram na estação Cosme e Damião, indicada pelo governo durante a Copa por ser a mais próxima à arena, e tiveram de dar meia volta porque a escada rolante estava interditada e cavaletes impediam acesso ao terminal onde se pegava o ônibus para o estádio.

"A integração só funcionou durante a Copa. O senhor tem que voltar uma estação para pegar o ônibus", disse uma funcionária.

Torcedores reclamaram que o BRT (ônibus rápido) não funcionou desta vez. Muitos resolveram ir de carro e enfrentaram congestionamentos. "Vim de carro porque sei que é horrível para voltar. Não tem ônibus suficiente após o jogo", afirmou o estudante Ítalo Oliveira, 19.

Ao contrário do que ocorreu no Mundial, os lugares não são marcados. O ingresso indica apenas o portão pelo qual o torcedor deve entrar.

Do lado de dentro, as cadeiras vazias eram o que mais chamava a atenção. Pudera: havia 6.464 torcedores na arena, 14% da capacidade total. Durante a Copa, a média foi de 40.976 torcedores.

Assim como nos jogos do Mundial, longas filas se formaram diante das lanchonetes. "Cadê o padrão Fifa?", questionou o empresário Leonardo Tenório, 47. "É refrigerante quente, pessoal do bar mal treinado...", afirmou.

Em campo, a diferença também era visível, com vitória de 1 a 0 do Náutico.

A reportagem não conseguiu contatar as assessorias do Grande Recife Consórcio Metropolitano de Transporte, responsável pela operação de ônibus e BRT, e do metrô.

NATAL E CUIABÁ

Na Arena das Dunas, em Natal, a fileira de policiais e e homens da Força de Segurança Nacional que escoltava a torcida desapareceu com o fim do Mundial.

Nesta terça, uma hora antes do jogo entre América-RN e Bragantino, a reportagem percorreu os mesmos quatro quarteirões até o estádio e não viu um só policial.

Assim como em Recife, a partida pela Série B foi marcada pelo vazio nas arquibancadas. Com capacidade para 39 mil pessoas no Mundial, tinha 4.974 presentes.

Já em Cuiabá, como em Recife, os torcedores enfrentaram dificuldades para chegar à Arena Pantanal.

Uma linha de ônibus criada para dias de jogo teve a frota reduzida e a rota, alterada. Durante o Mundial, os veículos partiam de diversos pontos da cidade, mas, ontem, saíram apenas do centro --e não havia sinalização indicando as alterações.

Torcedores que decidiram ir de carro à arena enfrentaram trânsito caótico, o que não ocorreu durante a Copa porque o entorno foi interditado antes dos jogos.

Por outro lado, ao contrário do que ocorreu ao longo da Copa, não faltou comida nem bebida nas lanchonetes. Outro ponto positivo foi a limpeza dentro da Arena Pantanal.

O público? 7.190 torcedores, só 18% da média da Copa, com 39.679 pessoas.

Fonte: Folha de S. Paulo