Bellini, Orlando e Vavá representaram o Vasco na Copa do Mundo de 1958 e, Brito, na de 1966

Sábado, 05/07/2014 - 16:34
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Seguindo com a série "Vasco na Copa", chegamos aos anos de 1958 e 1966. Nessas duas Copas, quatro jogadores saíram da Colina para vestir a camisa da Seleção Brasileira. Vamos conhecer esses vascaínos que fizeram história.

Na Suécia, a primeira estrela com toque vascaíno

Para a Copa da Suécia, a Seleção Brasileira nunca tinha participado de um esquema de preparação tão bem organizado pela CBD. O então presidente, João Havelange, contratou pessoal especializado e organizou do horário das viagens ao cardápio dos atletas. A delegação brasileira ficou na cidade de Hindea, em um hotel que contava até com gramado para os treinamentos.

Viajaram para a Suécia, dois jogadores do Vasco: a dupla de zaga Bellini, capitão daquele time, e Orlando e o atacante Vavá. O técnico Vicente Feola escalou os zagueiros vascaínos em todos os seis jogos como titulares. Já o Leão da Copa, como ficou conhecido o centroavante, começou quatro partidas e marcou cinco gols. Curioso é que Vavá era um jogador de classe e visão de jogo quando atuava pelo Vasco e, com a amarelinha, ficou marcado por ser um atacante raçudo, que trombava com os zagueiros adversários.

O primeiro jogo da Seleção Brasileira foi contra a Áustria, quando apenas a zaga vascaína aturou e não deixou o ataque austríaco furar. Resultado: Brasil 3 a 0. No segundo jogo, a Seleção enfrentou a Inglaterra, onde Vavá e Mazolla, jogador do Palmeiras, atuaram juntos. Para muitos, enfrentar os britânicos foi um dos jogos mais difíceis na caminhada para o primeiro título. Curiosidade que o empate em 0 a 0 foi o primeiro da história das Copas. Com a entrada de Pelé, Garrincha e Zito, a Seleção melhorou no terceiro jogo, mas foi o cruz-maltino Vavá quem marcou o primeiro gol brasileiro naquela partida. E o segundo também, após tabela com o Rei do Futebol, na época com apenas 17 anos, e decretou a vitória por 2 a 0 contra a URSS. Assim o Brasil se classificou na primeira colocação.

Na partida contra o País de Gales, vitória apertada por 1 a 0. Neste jogo, o artilheiro vascaíno não jogou por conta de um corte no tornozelo e deu lugar a Mazzola. Em jogo nervoso, com gol apenas na metade do segundo tempo, foi um teste de fogo para a zaga cruz-maltina. E nada de levar gol. Era o terceiro jogo em branco de Orlando e do capitão Bellini. O Brasil voltou a campo em Estocolmo, contra os franceses, valendo vaga na grande final. E mais uma vez, Vavá ajudou a construir a vitória. Ele recebeu passe de Garrincha, dominou no peito e abriu o placar, logo aos dois minutos. E assim a goleada por 5 a 2 foi construída e a Seleção chegava mais uma vez a uma final de Copa do Mundo. E se da primeira vez foi como anfitrião, dessa vez era contra os donos da casa.

A Suécia venceu a Alemanha Ocidental por 3 a 1 e frustrou o sonho do bicampeonato alemão. Para a final, os três vascaínos foram escalados. E logo no terceiro minuto, Liedholm abriu o placar para os suecos. Mas aos nove, o Leão do Vasco entrou em ação. Após cruzamento de Garrincha, Vavá empatou a partida. E em jogada semelhante, de Garrincha para Pelé, de Pelé para Vavá e a virada do Brasil com um toque vascaíno. Fim do primeiro tempo com aplausos da torcida sueca para a Seleção. Ao fim da partida, vitória por 5 a 2, com dois de Pelé e um de Zagallo.

Foi na hora de receber a taça que mais um vascaíno entrou para a história das Copas. O capitão Bellini recebeu a Jules Rimet e, segundo Nilton Santos, estava cansado de trocar de mão para segurar o troféu. Nesse momento, Bellini levantou a taça e imortalizou o gesto, repetido até os dias de hoje por qualquer atleta que tenha a responsabilidade de receber a honraria. Tanto fez história que, na praça do templo mais famoso do futebol mundial, o Maracanã, foi construída uma estátua do zagueiro vascaíno com a Jules Rimet nas mãos.

Na Copa de 66, Brito representou o Gigante da Colina

Na Inglaterra, o excesso de confiança prejudicou a preparação da Seleção Brasileira, que não repetiu a boa organização das duas Copas anteriores. O técnico Aymoré Moreira, bicampeão mundial em 62, convocou o zagueiro vascaíno Brito dentre os 23 chamados para viajar para a Europa. Porém, o time brasileiro, que contava com Garrincha, Zito e Tostão, não passou da primeira fase.

A estreia foi contra a Bulgária e a vitória por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha. Foram os únicos pontos conquistados pela Seleção naquela Copa. O zagueiro Bellini também foi titular nessa partida, mas na época, ele já atuava pelo São Paulo. Após a conquista da Copa de 58 e o do título carioca pelo Vasco, o capitão da primeira estrela se transferiu para o Atlético de Madrid (ESP). No segundo, a Seleção Brasileira perdeu para a Hungria, de Farkas, por 3 a 1. Brito também assistiu essa partida do banco de reservas.

No único jogo como titular, o zagueiro vascaíno jogou contra Portugal, do craque Eusébio. Ao lado de Brito, o zagueiro Orlando também começou jogando. Ele, que disputou a Copa de 58 pelo Gigante da Colina, era, na época, jogador do Santos. Mas foi difícil segurar o português, dono da Bola de Ouro do ano anterior, que marcou dois gols e deu a vitória por 3 a 1 aos lusos. O Brasil se despedia daquela Copa, que seria conquista pelo time anfitrião, do astro Bobby Charlton e do goleiro Gordon Banks.



Fonte: Site oficial do Vasco