Torcedor que já foi funcionário do Vasco encara 25 horas de viagem para acompanhar o time em Cuiabá

Sábado, 26/04/2014 - 10:52
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Até onde iria a sua paixão por um clube de futebol. A de Silvio Catulé Duarte vai bem longe. Cerca de 25 horas de viagem e 1200km de estrada, por exemplo, não são obstáculos para o torcedor. Foi essa distância que Silvinho Vascaíno, como é conhecido, encarou entre quinta e sexta-feira. A viagem começou em sua cidade natal, Aripuanã, no norte do Mato Grosso, e foi até Cuiabá, capital do estado e palco da partida entre Vasco e Luverdense.

Silvinho saiu de casa às 5h da manhã de quinta-feira. Os primeiros 200km da viagem foram percorridos em uma estrada de terra. Só essa primeira etapa da viagem levou dez horas. A chegada em Cuiabá aconteceu apenas às 6h da manhã de sexta. À noite, ainda sem dormir, o torcedor já estava na Arena Pantanal para acompanhar o treino do Vasco. Orgulhoso, exibia suas relíquias, como ingressos antigos e um caderno velho, onde anotava todas as informações - como jogos, tabelas e classificações - na época em que apenas o rádio lhe levava informações sobre o Cruz-Maltino. As bandeiras do Vasco e da cidade de Aripuanã também estavam presentes.

- Sou pintor e vascaíno. O único da família. O resto é Corinthians, Flamengo... Mas eu sou Vasco desde pequeno e sempre vou ser. Foram 1200km de viagem, 25 horas. E vou fazer tudo de novo no sábado à noite para voltar. Cheguei de manhã, ainda não dormi e vim ver o treino. Já sai de Aripuanã para ir ver o Vasco no Rio sete vezes. Já fui também para Santa Catarina, Curitiba e São Paulo para ver o Vasco jogar - disse o apaixonado torcedor.

Seis meses em São Januário

Se a distância entre Aripuanã e Cuiabá já é grande, a viagem da cidade natal de Silvinho até o Rio leva 60 horas. E ele já a encarou sete vezes. Uma delas, em 2006, para acompanhar a final da Copa do Brasil, aproximou ainda mais o torcedor do clube. Tudo porque Silvio pediu emprego em São Januário e conseguiu. Fez de tudo no clube. Foi segurança, pintor e até ajudou a instalar cadeiras na social. Ficou por lá durante seis meses. E, além de morar no lugar mais especial do mundo para um vascaíno, ainda acrescentou outro fato marcante para o seu currículo cruz-maltino.

- Eu pintei a trave do milésimo gol do Romário! Fui para a final da Copa do Brasil e fiquei seis meses morando no clube. Pedi emprego e fui ficando até o final do Brasileiro de 2006. Fui pintor, segurança... Mas não fiquei para sempre porque eu amo Aripuanã e o Mato Grosso - explicou Silvio, que tem Dinamite, Romário e Edmundo como seus grandes ídolos.

No time atual, no entanto, Silvinho não tem ídolos. Mas não pede a confiança de dias melhores para o seu Vasco.

- Desse time? Tá difícil. Ainda se o Martín Silva tivesse vindo... Mas vamos sair dessa.

Luverdense e Vasco se enfrentam neste sábado, às 16h20 (de Brasília), na Arena Pantanal, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. E depois do empate na estreia da Série B, Silvinho Vascaíno espera uma vitória para fazer sua longa viagem ter valido a pena.

As recordações de Silvio no sentido horário: coleção de ingressos, o caderno com várias anotações sobre o Vasco e três fotos da época em que trabalhou em São Januário



Fonte: GloboEsporte.com