Relembre algumas das polêmicas do Clássico dos Milhões

Sábado, 05/04/2014 - 14:20
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Sem medirem forças há uma década em uma final estadual, Flamengo e Vasco voltam a se encontrar em uma decisão do Campeonato Carioca a partir deste domingo, no palco principal de sua rivalidade, o Maracanã. As duas partidas decisivas podem entrar na longa lista de confrontos entre os arquirrivais que acabaram de forma polêmica e são discutidos até hoje. Veja a relação com jogos que ficaram entalados na garganta de rubro-negros e vascaínos.

LADRILHEIRO

O Flamengo tinha um timaço, que viria a ser campeão do mundo alguns dias depois do jogo, e larga vantagem na final do Carioca de 1981, por ter vencido dois turnos, contra um do rival. O Vasco tinha uma equipe mais modesta, mas que contava com o artilheiro Roberto Dinamite. Nas duas primeiras partidas da decisão, o Cruz-Maltino levou a melhor: 2 a 0 e 1 a 0. No terceiro e decisivo jogo, o Flamengo abriu 2 a 0, mas o Vasco diminuiu e passou a pressionar em busca do empate. Aos 39 minutos do segundo tempo, um Roberto, que não era o Dinamite, invadiu o campo e esfriou a reação vascaína. Roberto Passos Pereira, torcedor do Flamengo, entraria para o folclore do clássico como um de seus protagonistas, e esta decisão passaria para a história como “A final do Ladrilheiro”

GRAVADOR DE WRIGHT

O jogo em si nem foi tão polêmico, mas esta partida ficou marcada porque o árbitro José Roberto Wright trabalhou com um gravador, para mostrar o que era dito durante os 90 minutos. Na reportagem, que foi ao ar depois no Esporte Espetacular, é possível ver e ouvir Wright discutindo com Geovani, do Vasco, e mandando Zico calar a boca. O Flamengo venceu por 1 a 0 e acabou campeão da Taça Guanabara de 1982.

COCADA

Em campo na final do Carioca de 1988, estavam estrelas já consagradas, como Renato Gaúcho, e outras em ascensão, como Romário. O Vasco precisava de um empate para confirmar o bicampeonato carioca. A partida já se encaminhava para um 0 a 0 quando Sebastião Lazaroni, então técnico do Vasco, colocou Cocada em campo. O jogador havia passado pelo rival sem ter sido muito aproveitado. Cocada entrou aos 41 minutos do segundo tempo e, aos 44, arrancou pela direita e disparou uma bomba de esquerda, marcando um golaço. Na comemoração, ele tirou a camisa e disparou para vibrar em frente ao banco do Flamengo, o que causou sua expulsão. Na sequência, Renato e Romário se estranharam, dando início a uma briga generalizada. Ao fim do jogo, Cocada afirmava que seria lembrado por muitos anos por causa do feito. Até hoje, ele é o último herói de uma conquista do Vasco sobre o Flamengo.

APAGÃO

O jogo da Taça Guanabara de 1989 não era decisão, mas nada que envolva Vasco e Flamengo é simples ou comum... O Flamengo ganhava por 1 a 0, gol de Bebeto, quando, aos 28 minutos do segundo tempo, a partida foi interrompida por falta de luz. Como o tempo passava e os refletores não eram acesos, um então jovem Eurico Miranda mandou o time do Vasco sair de campo, e assim foi feito. A partida foi para o tribunal, que confirmou a vitória rubro-negra.

BEBETO E BUJICA

O jogo do Brasileirão de 1989 envolvia enorme expectativa, afinal era a primeira vez que Bebeto, recém-contratado pelo Vasco, enfrentaria o seu antigo time, o Flamengo. Mas, quando a bola rolou, o que se viu foi o surgimento de um novo “ídolo-relâmpago” do clássico. Os rubro-negros, comandados por Zico e Junior, não deram chances aos vascaínos e ajudaram um jovem a brilhar: Bujica. O desconhecido da camisa 9 marcaria duas vezes. Para delírio maior dos flamenguistas, Bebeto seria expulso junto com o goleiro Zé Carlos, logo após o segundo gol rubro-negro.

LENCINHOS DE ROMÁRIO

Marrento ele sempre foi. Desde a base do Vasco. Imaginem, então, depois de ser o herói do tetra da Seleção? Para tristeza de muitos vascaínos, Romário resolveu voltar ao Brasil no ano seguinte à conquista da Copa e escolheu jogar no arquirrival do seu time de origem. Na semana do clássico, o Baixinho havia provocado os vascaínos, sugerindo que eles levassem lencinhos para enxugar as lágrimas, pois iriam chorar no Maracanã. No dia do jogo, logo no primeiro tempo, Romário cumpriu a promessa e marca. Na comemoração, fez um sinal com as mãos em uma alusão ao uso do lenço. O jogo terminou 1 a 0 para o Flamengo.

WO

O Campeonato Carioca de 1998 teve uma estrela: o WO. Diversos jogos nem começaram, pela ausência de um dos times. Foi assim no "Clássico dos Milhões", que contou com a presença apenas do Vasco, da arbitragem e de 34 torcedores no Maracanã, no menor público já registrado nos confrontos entre as duas equipes. A partida servia apenas para cumprir tabela, já que o Vasco havia garantido o título na rodada anterior. O Flamengo mandou um ofício informando a sua ausência.

EMBAIXADINHAS

No Campeonato Carioca de 2000, os confrontos decisivos entre os dois rivais foram marcados por embaixadinhas. Na final da Taça Guanabara, imortalizada como o jogo do chocolate vascaíno, Pedrinho levou a torcida ao delírio ao fazer embaixadinhas quando a equipe já vencia por 5 a 1 - antes da partida, realizada no Domingo de Páscoa, os cruz-maltinos haviam recebido ovos de chocolate. Mas o troco viria... Na final do Carioca, quando o Flamengo vencia por 2 a 1 (depois de ganhar o primeiro jogo por 3 a 0), Beto devolveu as embaixadinhas. No ano passado, o Globo Esporte colocou os ex-jogadores frente a frente para recordar os lances.

GOL MAL-ANULADO

Petkovic, herói do tricampeonato estadual do Flamengo em 2001, estava do outro lado na final da Taça Guanabara de 2003. O Vasco, aliás, contava também com outro ex-rubro-negro, Marcelinho Carioca, e precisava apenas de um empate para levar o título do primeiro turno. A equipe de São Januário logo abriu o placar, e o Flamengo empatou. O Vasco levou o título, mas a história do jogo poderia ser outra se o juiz não tivesse anulado um gol legítimo de Athirson. O jogo terminou com expulsões dos dois lados, revolta rubro-negra com a arbitragem e irritação de Pet com os companheiros que pintaram seu cabelo.

NO HOSPITAL

O jogo do Carioca de 2009 marcou o primeiro confronto entre as duas equipes depois do rebaixamento do Vasco, e os rubro-negros não perdoaram, levando o número 2 às arquibancadas. Porém, os cruz-maltinos sorriram por último, com a vitória por 2 a 0. O jogo pegado, com cinco expulsões, teve lance impressionante: o goleiro Bruno fez falta dura no lateral Edu Pina, que foi direto para o hospital. O árbitro não deu falta nem mostrou cartão ao camisa 1 rubro-negro.

PÊNALTIS IGNORADOS

Vasco e Fla empataram nos dois confrontos do Brasileirão de 2011. Os cruz-maltinos brigavam ponto a ponto com o Corinthians pelo título e foram prejudicados nas duas partidas contra o maior rival, ambas apitadas por Péricles Bassols. Ele ignorou pênaltis claros nos dois confrontos. No primeiro, que acabou 0 a 0, Léo Moura derrubou Bernardo na área já nos últimos minutos da partida.

Na segunda oportunidade, já na última rodada, o puxão de Willians na camisa de Diego Souza foi visto por quase todos os presentes ao Engenhão, mas não pelo juiz do duelo, que terminou 1 a 1. Se tivesse vencido os dois jogos contra o Flamengo, o Vasco seria campeão brasileiro daquele ano.

ENTROU? NENHUM JUIZ VIU

No primeiro confronto entre Flamengo e Vasco no Maracanã depois da reforma para a Copa do Mundo, a jogada mais polêmica aconteceu logo aos 11 minutos do primeiro tempo. O meia Douglas, que estreava com a camisa cruz-maltina, cobrou falta com perfeição, ela bateu no travessão e tocou no chão 33 centímetros além da linha de fundo. Mesmo com um auxiliar ao lado, a arbitragem não validou o gol. Pouco depois, em nova jogada polêmica, o árbitro acertou ao dar o gol de Elano para o Rubro-Negro, que venceu a partida por 2 a 1. Nos dois próximos domingos, os dois times podem acrescentar novos capítulos a uma longa lista de polêmicas.

Fonte: GloboEsporte.com