Gepe desconfia de migração de integrantes de organizadas proibidas de ir a estádios para facções menores

Quarta-feira, 19/03/2014 - 06:31
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Os focos de confusão entre membros de organizadas nos últimos clássicos disputados no Maracanã acenderam o alerta da Polícia Militar para a possibilidade de torcedores de facções proibidas de frequentar os estádios estarem migrando para organizadas menores.

O principal alvo do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) é a Força Jovem do Vasco, que não pode frequentar eventos esportivos desde que a Justiça determinou suspensão por tempo indeterminado.

No jogo entre Vasco e Fluminense no último domingo, quatro vascaínos foram presos, três se declarando da Ira Jovem e um dizendo ser apenas simpatizante da Força Jovem.

Segundo o comandante do Gepe, tenente-coronel João Fiorentini, a presença de supostos integrantes de torcidas que não costumam estar envolvidas em confusão chamou a atenção.

— Prendi quatro vascaínos. Um deles alegou ser simpatizante da Força. Algumas pessoas de torcidas maiores podem estar indo para as menores por causa da proibição. São torcidas que jamais se envolveram em confusão em mais de três anos, não é comum. A gente está atento — informou o comandante.

Após a confusão de domingo, o Juizado Especial do Torcedor determinou que a Ira Jovem do Vasco e a Jovem do Fluminense cumpram suspensão até o fim do atual Campeonato Estadual. A preocupação da Polícia também se estende a outras torcidas, como a Young Flu, já estava suspensa por seis meses.

Apesar de a Força Jovem ter recebido a primeira proibição há um mês, o Gepe ainda não tem em mãos a lista de associados, cobrada por ele à Justiça e ao Ministério Público. Com isso, a identificação de torcedores reincidentes ou membros das facções vetadas tem que ser no olho.

— Os que eu conheço não estão indo. Eu mandei ofício solicitando explicações a quem determinou a punição — disse Fiorentini.

No Ministério Público, a troca de promotores para cuidar do caso é um dos fatores que vem tornando a cobrança pela lista morosa. Já foram dois (Paulo Sally e Andre Farah) passando pela 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor. A promotora responsável pelos assuntos de torcida no momento é Glicia Pessanha, mas ela não foi localizada para se posicionar sobre o tema. Na decisão de fevereiro, a Justiça já dava conta de que encontrar a lista seria tarefa árdua:

“...os nomes de seus integrantes/associados/aderentes, mostra, no mínimo, a falta de organização na composição da mesma, o que acaba por gerar dúvidas quanto à lisura de sua lealdade processual...”, diz trecho da decisão do juiz Antonio Gaspar.

Fonte: Extra Online