Campeão pelo Vasco na década de 90, William relembra passagem de 11 anos pela Colina

Domingo, 16/03/2014 - 12:29
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Aos quatro anos de idade, vestindo a camisa do Palmeirinha de Cuiabá, o pequeno William já mostrava vocação para brilhar nas quatro linhas. Com o tempo, o dom se confirmou. Foram 22 anos de carreira como jogador de futebol. Metade só no Vasco, onde o baixinho bom de bola disputou 303 jogos e ganhou títulos importantes como Brasileiro de 1989 e cinco Cariocas, entre eles o tricampeonato de 1992/93/94.

Após boas passagens por Flamengo, Fluminense, Atlético-MG e Aliança, do Peru, o ex-meia atacante se aposentou no Baraúnas (ES), em 2006, aos 37 anos. Mesmo time em que iniciou a carreira de técnico, que ainda não decolou.

“Gosto da coordenação da Saferj (Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). Estou aqui há três anos e vou deixar as coisas fluírem. Mas quero estar preparado, caso surja alguma boa oportunidade”, conta William, que faz curso de gestão no futebol na Escola de Negócios Trevisan e sonha voltar às quatro linhas.

“Quero me capacitar, me aperfeiçoar. O futebol me atrai. Vou de coração. Só lamento que as pessoas no comando tenham receio de apostar em ex-jogadores. Há muita gente de qualidade fora do mercado”, observa.

A julgar por sua carreira nos gramados, experiência não falta para William brilhar como treinador. Dois anos após trocar Cuiabá, sua cidade natal, pelo Rio de Janeiro, William já roubava a cena na seleção brasileira sub-17, onde ganhou a bola de ouro no Mundial da China, em 1985. No Vasco conquistou quase tudo entre 1986 e 1994, quando jogou em uma equipe que mesclava experiência e juventude:

“O Vasco foi privilegiado na frente. Teve Roberto Dinamite, Romário,Edmundo e Geovani. Nos anos 90, revelou uma safra talentosa”.

Analisando o passado, William diz ter orgulho daquele grupo. “Ganhamos muitos títulos. Não quero nunca perder a minha identificação com o Vasco. Tenho uma cruz de malta no peito”.

Brasileiro de 92 e Carioca de 95, perdas traumáticas

Em 22 anos de carreira, William guarda duas grandes frustrações no futebol. A perda do Campeonato Brasileiro de 1992, quando o Vasco tinha um timaço, e o Carioca de 1995, quando o então apoiador rubro-negro perdeu a final para o Fluminense.

“Em uma hora o Vasco estava lá na frente. Em outra, dependendo de resultados. No último jogo já estávamos fora, mas se perdêssemos para o São Paulo tirávamos o Flamengo da final. Em São Januário, queriam que entregássemos o jogo, só que vencemos por 3 a 0. Era um grupo de homens”, diz.

No Flamengo a dor não foi menor. “Perdemos a final para o Fluminense com um gol de barriga do Renato Gaúcho. Eu saí no intervalo. Vinha de lesões... Seria o título da minha afirmação como profissional, me machucou muito”, revela o ex-jogador.

Transferência para o Fla foi polêmica

Ao trocar São Januário pela Gávea, em 1995, William revoltou muitos vascaínos. “O Bismarck já tinha ido para o Japão e eu que queria fazer o mesmo, para ter minha independência financeira. Não acertei com o Vasco e estava com o passe fixado na federação em 600 mil dólares”, explica o ex-jogador.

Na época, o Flamengo depositou o dinheiro e levou William para a Gávea. “Não foi uma escolha minha, mas sou profissional e o valor foi depositado. Fui muito cobrado na época. Ganhei uma Taça Guanabara e tive a satisfação de jogar lá, mas não foi da forma que eu queria”, disse.



Fonte: O Dia